“Fui para os bosques para viver
livremente,
para sugar o tutano da vida,
para aniquilar tudo o que não era vida,
e para, quando morrer, não
descobrir que não vivi.”
Thoreau
Faleceu
Robin Williams que nasceu a 21 de Julho
de 1952.
Começou
a sua carreira como comediante secundário. Estreou-se como alienígena em Mork
and Mindy.
Participou
em filmes como: The World According to Garp, Moscow
on
the Hudson, Seize the Day,Good Morning
Vietnam, Awakenings, The Fisher King, Alladin, Mrs. Doubtfire e o filme onde
ganhou um Òscar: Good Will Hunting.
No
entanto, o filme em que professores e educadores o identificam mais é
o
Clube dos Poetas Mortos .
“Apanha os botões de rosa enquanto podes
O tempo voa.
E esta flor que hoje sorri
Amanhã estará moribunda.”
Walt Whitman, Clube dos Poetas
Mortos
Esta morte levou-me a pensar num filme paradigmático, protagonizado por Robin Williams, na personagem de professor
Keaton. Eis-me, de novo no ensino/aprendizagem que é praticado, nas nossas
escolas por nós, na dicotomia ensinar memorizando, ensinar a pensar; seguir,
apenas o estabelecido ou promover a autonomia? Ensinar com regra e obediência,
sem dúvida, porque mesmo o professor Keating quando mandava era obedecido. No
entanto, como combater o institucional? O professor Keating foi despedido, os
pais, um em particular não gostaram e até tomaram medidas drásticas que culminaram
num ato irremediável.
Tanta reflexão a fazer.
“Sempre
pensei que a educação é aprender a pensar por si próprio”, diz Keating, isto num colégio de Welton que tem como objetivo formar e que tem como metas: “tradição”, “disciplina”, “honra” e “excelência”, palavras de ordem que os estudantes transportam nos estandartes na cerimónia de abertura do ano lectivo.
O filme conta a história do que se passa
quando é admitido John Keating que, com a sua criatividade e sabedoria, inspira
os seus alunos a perseguir um caminho próprio: “ Carpe Diem ...Aproveitem o
dia, meus amigos...tornem as vossas vidas extraordinárias...”
Na sua abordagem nada ortodoxa de ensino da
poesia, não abdica do seu papel de professor, ao mandar os alunos arrancarem as
páginas do manual a ela referentes. Defende que a poesia tem que se sentir, já
que é essencial à vida: “Não lemos e escrevemos poesia porque é “giro”. Lemos e
escrevemos poesia porque somos membros da raça humana. E, como tal, estamos
cheios de paixão”.
Quando um grupo dos estudantes encontra um
velho “Livro de Turma” do tempo em que Keating frequentava o mesmo colégio e
descobre que fez parte de um grupo chamado “Clube dos Poetas Mortos”, abordam-no
e o professor fala-lhes, entusiasmado do Clube que reunido numa gruta,
pretendia “ sugar o tutano da vida.” Fascinados, os alunos resolvem refundar o Clube
dos Poetas Mortos sem que o professor saiba.
Quanto a Keating continua a surpreender os alunos com
as suas estratégias imaginativas. Para ultrapassar
a animosidade dos alunos em relação a ShaKespeare, interpreta alguns excertos
da sua obra de forma divertida e para mostrar que se deve olhar as coisas de
forma diferente, sobe à secretária e convida os alunos a fazerem o mesmo.
No entanto, um dos momentos mais marcantes
das estratégias de Keating é aquele em que pede a cada um dos seus alunos que
leiam um poema de sua autoria.
Todd, o aluno tímido da turma não o consegue
fazer, mas Keating incita-o a subir à carteira e a lançar o seu grito bárbaro
de libertação interior. De seguida, Todd declama o seu poema perante a turma
estupefacta.
Mas estas estratégias não geram só coisas
boas, Neil Perry, constantemente pressionado pelo pai a seguir os valores
rígidos do Colégio e da Família, insere-se, apesar, da discordância desta, num
grupo de teatro e na redação do jornal, pelo que é retirado do Colégio pela família e acaba
por suicidar-se.
Como
consequência, o professor é despedido, não sem que todos os alunos,
mesmo os mais inseridos no sistema se despeçam dele subindo para a
secretária com a frase mágica: “Oh, Captain, my Captain”.
Ó
Capitão! meu Capitão!
Ó
Capitão! meu Capitão! Finda é a temível jornada,
Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.
O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,
Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e austero.
Mas ó coração, coração!
O sangue mancha o navio,
No convés, meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.
O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,
Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e austero.
Mas ó coração, coração!
O sangue mancha o navio,
No convés, meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
Ó
Capitão! meu Capitão! Ergue-te ao dobre dos sinos;
Por ti se agita o pendão e os clarins tocam teus hinos.
Por ti buquês, guirlandas... Multidões as praias lotam,
Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos voltam,
Capitão, querido pai,
Dormes no braço macio...
É meu sonho que ao convés
Vais caído, morto e frio.
Por ti se agita o pendão e os clarins tocam teus hinos.
Por ti buquês, guirlandas... Multidões as praias lotam,
Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos voltam,
Capitão, querido pai,
Dormes no braço macio...
É meu sonho que ao convés
Vais caído, morto e frio.
Ah!
meu Capitão não fala, foi do lábio o sopro expulso,
Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade ou pulso.
Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.
E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.
Povo, exulta! Sino, dobra!
Mas meu passo é tão sombrio...
No convés meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade ou pulso.
Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.
E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.
Povo, exulta! Sino, dobra!
Mas meu passo é tão sombrio...
No convés meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
WALT WHITMAN