terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Natal - Primeiro Postal

O primeiro postal de Natal surgiu na Inglaterra, pelas mãos do pintor John Callcott Horsley (1817-1903), em Dezembro de 1843, a pedido de Sir Henry Cole (1808-1882), director do South Kensington Museum (rebaptizado, em 1899, de The Victoria and Albert Museum). 
No Natal, Sir Henry costumava escrever cartas aos seus familiares, amigos e conhecidos, desejando-lhes Boas Festas. Mas como tinha pouco tempo disponível, pediu a Horsley para lhe criar um postal com uma única mensagem que pudesse ser duplicada e enviada a todas as pessoas da sua lista. A primeira edição foi impressa em cartão por Jobbins de Warwick Court, Holborn, em Londres e posteriormente, pintados à mão por Manson e publicados no "Summerly's Home Treasury Office, 12 Old Bond Street, Londres", pelo seu amigo e sócio Joseph Cundall.

A SIMBOLOGIA DO BOLO REI

A simbologia, a lenda e a real história que envolvem o bolo-rei

Por detrás do bolo-rei está toda uma simbologia com 2000 anos de existência. De uma forma muito resumida, pode dizer-se que esta doce iguaria representa os presentes que os três Reis Magos deram ao Menino Jesus aquando do seu nascimento. Assim, a côdea simboliza o ouro; as frutas, cristalizadas e secas, representam a mirra; e o aroma do bolo assinala o incenso.
Ainda na base do imaginário, também a fava tem a sua "explicação". Reza a lenda que, quando os Reis Magos viram a estrela que anunciava o nascimento de Jesus, disputaram entre si qual dos três teria a honra de ser o primeiro a brindar o Menino. Com vista a acabar com aquela discussão, um padeiro confeccionou um bolo escondendo no seu interior uma fava. O Rei Mago a quem calhasse a fatia de bolo contendo a fava seria o primeiro a entregar o presente. O dilema ficou solucionado, embora não se saiba se foi Gaspar, Baltazar ou Belchior o feliz contemplado.
Historicamente falando, a versão é bem diferente. Os romanos usavam as favas para a prática inserida nos banquetes das Saturnais, durante os quais se procedia à eleição do Rei da Festa, também designado Rei da Fava. Este costume terá tido origem num jogo de crianças muito frequente durante aquelas celebrações e que consistia em escolher entre si um rei, tirando-o à sorte com as favas.
Este inocente jogo acabou por ser adaptado pelos adultos, que passaram a fazer uso das favas para votar nas assembleias. Dado aquele jogo infantil ser característico do mês de Dezembro, a Igreja Católica decidiu relacioná-lo com a Natividade e, depois, também com a Epifania (os dias entre 25 de Dezembro e 6 de Janeiro). Esta última data acabou por ser designada pela Igreja como Dia de Reis, altura em que algumas famílias, nomeadamente em Espanha, procuram manter a tradição, não só comendo o bolo-rei como aproveitando a ocasião para distribuir os presentes pelas crianças.
Para além desta, havia uma outra tradição, da qual poucos terão conhecimento, que afirmava que os cristãos deveriam comer 12 bolos-reis, entre o Natal e os Reis, festa que muito cedo começou a ser celebrada na corte dos reis de França. O bolo- -rei terá, aliás, surgido neste país, no tempo de Luís XIV, para as festas do Ano Novo e do Dia de Reis. Com a Revolução Francesa, em 1789, a iguaria foi proibida, mas, como bom negócio que era, os pasteleiros continuaram a confeccioná-lo sob o nome de gâteau des san-cullottes.


Diário de Notícias, http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=633068  visto em 2014, 31 de Dezembro

BOLO-REI; BOLO REPUBLICANO




Festa feliz, logo à noite, com ou sem o bolo rei. (anúncio de 1910, Guimarães) Decisão de Ano Novo: Gosta do PORTO DESAPARECIDO? Do único, do original, do registado PORTO DESAPARECIDO? Do que começa muito antes do Facebook em Portugal, em 2002 e como livro de sucesso? Do de MARINA TAVARES DIAS e de MARIO MORAIS MARQUES? Então, convide os seus amigos. Ajude a travar as várias cópias não autorizadas, trazendo mais «gostos» para a página. Imagens enviadas pelos amigos da página oficial do PORTO DESAPARECIDO © Marina Tavares Dias e Mário Morais Marques. Por favor partilhem no vosso mural e com os vossos amigos. Obrigado.

Origem dos rituais relativos à mudança do ano


A celebração da passagem do ano velho para o novo é, também, chamada réveillon, termo oriundo do verbo réveiller, que, em francês, significa despertar.
A primeira comemoração, chamada "Festival de ano-novo" ocorreu na Mesopotâmia por volta de 2.000 a. C. Na Babilônia, a festa começava na ocasião da lua nova, por altura do equinócio da primavera. No calendário atual, ocorre em meados de março (mais precisamente em 19 de março, data que os espiritualistas comemoram o ano-novo esotérico).
Os assírios, persas, fenícios e egípcios comemoravam o ano-novo no mês de setembro (dia 23). Os gregos, celebravam o início de um novo ciclo entre os dias 21 ou 22 do mês de dezembro.
Os romanos foram os primeiros a estabelecerem um dia no calendário para a comemoração desta grande festa (753 a.C. - 476 d.C.) O ano começava em 1º de março, mudou em 153 a. C. para 1º de janeiro e mantido no calendário juliano, adotado em 46 a. C.
Nesta altura, Júlio César fixou o 1º de janeiro como o dia do Ano-Novo. Como os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões, o mês de Janeiro, dedicado a Jano tinha duas faces – uma voltada para frente e a outra para trás.
Em 1582, a Igreja Católica Romana consolidou a comemoração, quando adotou o calendário gregoriano.
No entanto, alguns países mudam de ano em épocas diferentes: na China, a festa da passagem do ano começa em fins de janeiro ou princípio de fevereiro. Durante os festejos, os chineses realizam desfiles e shows pirotécnicos. No Japão, o ano-novo é comemorado do dia 1º de janeiro ao dia 3 de janeiro.
A comunidade judaica comemora o ano-novo ou Rosh Hashaná, - "A festa das trombetas" -, durante dois dias do mês Tishrê, que ocorre em meados de setembro ao início de outubro do calendário gregoriano. Para os islâmicos, o ano-novo é celebrado em meados de maio. Corresponde ao aniversário da Hégira (ida de Maomé de Meca para Medina), que marca o Ano Zero árabe que corresponde ao nosso de 622. .
No mundo inteiro o Ano Novo começa entre fogos de artifício, buzinadas, apitos e gritos de alegria, rituais apotropaicos para afastar os maus espíritos.

Curiosidades sobre o Réveillon no mundo

Um dos primeiros territórios habitados a receber o sol do Ano-Novo é a Ilha Pitt, na costa oriental da Nova Zelândia.
O último lugar do mundo a festejar o início do Ano-Novo é a Ilha de Samoa, no Pacífico.
No Pleasure Island, um dos parques noturnos da Disney World, em Orlando, o Ano-Novo é comemorado todas as noites. À meia-noite, todos os visitantes vão para a rua central, fazem a contagem regressiva e comemoram a passagem do ano.
Fontes: http://www.intranet.cet.unb.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=412%3Afeliz-ano-novo-conheca-a-origem-as-tradicoes-e-as-simpatias&catid=34&Itemid=111http%3A%2F%2Fwww.guiadasemana.com.br%2Fcompras%2Fnoticia%2Fraizes-das-tradicoes-de-ano-novo - 24.12-2013-11horas

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

PRIMEIRO POSTAL DE NATAL





O primeiro postal de Natal surgiu na Inglaterra, pelas mãos do pintor John Callcott Horsley (1817-1903), em Dezembro de 1843, a pedido de Sir Henry Cole (1808-1882), director do South Kensington Museum (rebaptizado, em 1899, de The Victoria and Albert Museum). 
No Natal, Sir Henry costumava escrever cartas aos seus familiares, amigos e conhecidos, desejando-lhes Boas Festas. Mas como tinha pouco tempo disponível, pediu a Horsley para lhe criar um postal com uma única mensagem que pudesse ser duplicada e enviada a todas as pessoas da sua lista. A primeira edição foi impressa em cartão por Jobbins de Warwick Court, Holborn, em Londres e posteriormente, pintados à mão por Manson e publicados no "Summerly's Home Treasury Office, 12 Old Bond Street, Londres", pelo seu amigo e sócio Joseph Cundall.http://natalnatal.no.sapo.pt/pag_simbolos/postais.htm, 25 de dezembro, 10 horas

sexta-feira, 19 de julho de 2013

COMO A FORMIGA


Erro poético

Sou o açúcar

Procurando a formiga

Meu carreiro 

Não tem linha.

É um ponto, um planetário grão.



A minha natureza é uma inacabada caligrafia:


apenas os erros me defendem.

O amor apenas 


me rasura a alma.

Com a formiga partilho alucinogénios:

Migas de paixão, migalhas de doçura.


                                              Mia Couto,  Tradutor de Chuvas


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ensinar os alunos a pensar

Aprender com o coração




Sabemos que os nossos alunos aprendem com todo o corpo e espírito. Educar o espírito é fundamental.


https://www.youtube.com/watch?v=66HDe_sr9FQ&feature=endscreen&NR=1

Reflexão ontem/hoje

Para refletir:
Aviso: Quem for ainda jovem, de idade, é capaz de experimentar certas dificuldades em visualizar e acreditar em certas situações.


30 anos de diferença...

 Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga:
Ano 1978: O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2008: A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.

Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas:
Ano 1978: Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2008: A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura-Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.

Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os
colegas:
Ano 1978: Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2008: Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.

Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este:
Ano 1978: O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2008: Prendem o pai do Luís por maus tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.

Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar:
Ano 1978: Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2008: A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego.
Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.

Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro:
Ano 1978: Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.
Ano 2008: A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.

Situação: Tens que fazer uma viagem:
Ano 1978: Viajas num avião de TAP, dão-te de comer, convidam-te a beber seja o que for, tudo servido por hospedeiras de bordo espectaculares, num banco que cabem dois como tu.
Ano 2008: Entras no avião a apertar o cinto nas calças, que te obrigaram a tirar no controle. Enfiam-te num banco onde tens de respirar fundo para entrar e espetas o cotovelo na boca do passageiro ao lado e se tiveres sede o hospedeiro maricas apresenta-te um menu de bebidas com os preços inflacionados 150%, só porque sim. E não protestes muito pois quando aterrares enfiam-te o dedo mais gordo do mundo pelo cú acima para ver se trazes drogas.


Situação: Fazias uma asneira na sala de aula:
Ano 1978: O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'
Ano 2008: O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.

Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno:
Ano 1978: Não se passa nada.
Ano 2008: As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.

Situação: O fim das férias:
Ano 1978: Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar.
Ano 2008: Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira.

sábado, 13 de julho de 2013

O uso das tecnologias




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A learning Project in Portugese Secondary School: the Use ofTechnology in the Classroom

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APH1During a whole school year at "Escola Secundária de S. Pedro da Cova", in Gondomar, Portugal, an electronic learning and learning regulation device has been introduced in history teaching which was a challenge both for teachers and for students as far as methods and procedures are concerned. The system allowed the History Teacher to promptly access the students’ performance and adapt the learning and teaching process, and the students to receive immediate feedback. This work systematized the use of electronic regulation systems in history learning and teaching in the 9th grade of elementary education.
APH2A socio-constructivist learning project was developed following active strategies which promoted the students exploration, collaboration and reflection. We concluded this work with the identification of pedagogical strategies and approaches in the use of learning regulation electronic devices which particularly promoted added and significant participation and collaboration as well as knowledge construction supported by new working and communication dimensions among students and with the teacher. An up-to-date school should be one which does not fear the transformation of the traditional classroom environment, no longer adequate to modern times. Involving the students is promoting their participation in the learning process boosted by the use of different teaching formats using the available technologies. Like many, we believe that with the intentional use oftechnology in the classroom the students develop a more solid concept acquisition and comprehension and their inter-connection.
http://euroclio.eu/new/index.php/portugal-aph-full-members-447/3613-a-learning-project-in-portugese-secondary-school-the-use-of-technology-in-the-classroom?fb_action_ids=4618014183327&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%224618014183327%22%3A173391206174710%7D&action_type_map=%7B%224618014183327%22%3A%22og.likes%22%7D&action_ref_map=%5B%5D - consultado a 12 de Julho de 2013, 9h  50m.

Tive oportunidade de contatar e experimentar esta estratégia em contexto de formação e na verdade convenceu-me. O pior é que não conseguimos financiamento para operacionalizá-la em sala de aula. Parabéns ao Armando Oliveira. O que é preciso é muitos inovadores como ele.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O (des)encanto dos professores

Editorial

Editorial
Tentaram quebrar a espinha dorsal aos docentes?
RUIVO2012.jpgNo meu livro "O Desencanto dos Professores" (procurar em www.ensino.eu - loja virtual), reuni um conjunto de artigos que escrevi numa conjuntura que considero das mais hostis para os profissionais da educação em Portugal.
Vai levar tempo para erguer, acima dos tornozelos, a auto estima dos professores, para recuperar a sua imagem social, e para chamar novamente à profissão os melhores e os mais capazes. As perdas são, em tempo, custo e envolvimento de recursos humanos, incalculáveis. O tempo, a seu tempo, o dirá.
O pior que pode acontecer a um povo é perder a sua memória colectiva. Vale a pena, então, lembrar...
A ideia lançada, inicial e subliminarmente, de que os professores eram uns "madraços", que acumulavam incontáveis faltas ao serviço, que gozavam férias e mordomias só permitidas a grupos privilegiados, e que desperdiçavam os enormes meios financeiros com eles despendidos, constituiu a maior ofensa, a mais inqualificável infama perpetrada perante uma classe altruísta, que todos os dias, no seu posto de trabalho, deu o seu melhor pelo aperfeiçoamento das qualificações dos portugueses e pelo desenvolvimento social, económico e cultural do seu país.
Não é novidade. O cenário revelava-se propício e constituiu a porta aberta para o que se lhe seguiu: alteração e aumento compulsivo de funções e tarefas cometidas aos docentes, colocando-os na vertigem da desprofissionalização; divisão da classe, através de uma estratificação artificial da carreira; implementação de processos de avaliação de desempenho administrativos, burocráticos e estigmatizantes; redução artificial de cargas horárias e alterações aos planos curriculares ao sabor das circunstâncias, provocando-se, desnecessariamente, o maior desemprego conhecido, até hoje, na classe; introdução de novas tecnologias na escola, sem formação antecipada dos intervenientes no acto educativo, no que se revelou ser uma insensatez face ao esbanjamento de dinheiros públicos em negócios e parcerias com empresas privadas…
Desde então, escola tendeu para um espaço de desencantos e desencontros, onde os profissionais da educação começaram a ser chamados para reflectirem pouco sobre o acto educativo e, em substituição, a reunirem muito em redor da aplicação de normativos e procedimentos de natureza burocrático-administrativa.
Neste quadro, milhares de docentes preferiram solicitar a sua aposentação antecipada, com graves penalizações nas suas pensões, no que constituiu uma desnecessária sangria de quadros qualificados e experientes. Ou seja: ao abandono precoce das escolas por parte dos alunos, temos agora que acrescentar o abandono precoce da profissão por parte dos professores.
E isto tudo, num país que ainda precisa de muita escola e de mais e melhor qualificação dos seus cidadãos. Que desperdício inqualificável formar um docente para deixá-lo partir para uma aposentação precoce, ou deixá-lo desocupado, numa etapa da sua carreira em que revelava mais controlo, segurança e maturidade….
Por todas estas razões, o descontentamento trouxe à rua milhares professores, proliferaram os movimentos de docentes à margem das organizações sindicais tradicionais, e as redes sociais e os blogues de docentes constituíram o elo de ligação de um grupo profissional que, apesar de tudo, recusou cruzar os braços e preferiu levantar a voz da indignação e envolver-se na defesa de uma escola pública onde seja gratificante ensinar e compensatório aprender.
Hoje, apesar da adversa conjuntura em que ainda vive a escola portuguesa, estamos em crer que se alguém quis quebrar a espinha dorsal aos docentes não o conseguiu.
E, em boa verdade, também não houve uma quebra significativa da confiança que a sociedade deposita nos professores e na instituição escolar. Diríamos mesmo que a escola continua a ser a única organização pública onde as famílias entregam, diariamente, os seus filhos e partem tranquilas para o trabalho, sabendo que crianças e jovens ficam seguros e bem entregues.
Mas será que, após este claustrofóbico período, a tutela pode afirmar que temos mais escola e melhor educação?
Infelizmente a resposta é: não! Nos tempos que ainda correm, as escolas fecharam-se num clima organizacional sufocante, os alunos não melhoraram globalmente, de facto, os seus resultados escolares, os professores não aperfeiçoaram as suas competências profissionais e a escola não se transformou numa verdadeira comunidade educativa.
Ou seja: agora temos menos escola e menos escolas, temos menos educação e menos professores. Entretanto, nesta encruzilhada, o país ganhou a maior taxa de desemprego alguma vez vista na profissão docente, e um medíocre sistema de formação de professores, incapaz de atrair os candidatos mais capazes e mais competentes.
Mas porque a educação e os professores são semente e pão de todos os futuros, estamos em crer que, uma vez mais, os docentes portugueses irão sabiamente ultrapassar este difícil instante da sua longa história profissional, e recuperarão o valor e energia da sua profissionalidade, para bem do desenvolvimento social, cultural e económico do nosso país.
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Manuel de Arriaga

sábado, 6 de julho de 2013

É natal sempre que um homem quiser

A presença das formigas

Ontem realizou-se mais um espectáculo de “A Presença das Formigas” na FNAC de Santa Catarina e de Gaia. Infelizmente não pude ir a um, nem a outro lado, mas gostava, até porque isto das formigas, pega-se. E é bom!
Formiga segundo o dicionário de Morais é um género de inseto himenópteros”; em sentido figurado “pessoa pequena”; “variedade de pêra”. A mim tudo se adapta, mas não certamente ao grupo. Talvez a primeira definição, que, na linha do Zeca ( o nosso Afonso, quase fundador da dinastia da liberdade!) se inquieta, não se acomoda, preserva e eleva o nosso património, neste caso, o musical.
Segundo o you tube, a “A Presença das Formigas reúne músicos de três países diferentes, mas a música que faz é, na sua essência, Portuguesa.
Esta inspira-se na Música Tradicional Portuguesa, nos seus tesouros anónimos, mas também no trabalho daqueles que à sua maneira e como ninguém elevaram essa mesma música a um grau de sofisticação inédito, os da chamada Música Popular Portuguesa (MPP).
A música da Presença das Formigas nasce então da admiração e respeito pelo referido património e da atracção irresistível pela inovação, pela escolha de caminhos menos óbvios, ou carreiros, já que de formigas falamos...”





Encontra mais canções de a presença das formigas em Música do Myspace

Pensamento

"Uma folha de árvore tem mais energia que um animal que corre..."

Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia, Canto IX, p. 388






















sexta-feira, 5 de julho de 2013

Facebook não deve ser um diário pessoal

Facebook Is Not a Diary
Posted: 07/03/2013 5:05 pm
If the results of the recent PEW study entitled "Teens, Social Media and Privacy," are any indication, teenagers are getting in tune with today's digital times regarding security and privacy. Teens are realizing that there isn't a rewind button on their keyboards (or the Internet), and that means their posts, photos, and comments need to be chosen carefully, since they will most likely live forever.
Some parents are behind their kids (especially their young adult children), when it comes to social networking sites like Facebook. Many parents joined Facebook long after their teens were already well-established. Parents, especially empty nesters, have found it is a great way to keep up with their young adult children's lives, their friends, families and even meet new virtual friends.
We are our children's role models -- both online and off, but what happens when the child watches the parent have a complete cyber-breakdown? What happens when a parent doesn't live by the advice they would probably give their own child when it comes to online conduct and suddenly has a Facebook wall full of fire and ice? Who is monitoring the parent?
Recently, I was intrigued by a real-life soap opera unraveling on Facebook, which made me realize that teens are not the only ones risking their online reputations. I found myself wanting to share this since I think so many parents could learn from it. There comes a time when you need to take things offline. It is that simple, and this was one of those times.
Let's hit pause for a moment to look at the online world from an adult perspective.
Online dating has become a fast and growing way for people to meet each other. Of course, as with everything online, you need to be cautious. By now everyone has heard of theCatfish stories and no one wants to become a victim of that scenario.
We teach our children to beware of strangers both online and off. We know there are risks when we go into chat rooms. We are adults and our life experiences should give us more common sense when it comes to the difficult situations we sometimes face online.
Now fast-forward to the Facebook drama I witnessed as it played out:
·                 Single mom meets a man through an online dating service.
·                 Mom falls madly in love and her Facebook wall is full of glorious posts and photos of her happiness and romance. She claims she has found her soul mate.
·                 Only a few weeks later, she moves in with Mr. Wonderful.
·                 Honeymoon is over -- after a quick whirlwind relationship of less than two monthsit is now history.
·                 Mom goes on her Facebook wall in one of the nastiest campaigns against this man you have ever seen -- anger, hate, venom and even speaking of his sexual inadequacies on her wall. (For the record, I did check the man's Facebook page, it was quiet there, no malice was ever written.)
·                 Her friends (not sure if they are real or virtual) are all chiming in about what a dog he is. But do they actually know him? Yet this malicious and contentious Facebook page is full of the most cruel and vindictive comments. So reminiscent of high school drama that it made me wonder if high school kids still act like this.

One thing is for sure: This took place on a public forum, the Internet. On Facebook. In fact, I am not even friends with this person on Facebook, however, since we have mutual friends and her
 privacy settings left her exposed for anyone to see, I was able to watch this relationship go from lust, to love to hatred in a matter of weeks. Who am I? A nobody, not even a fake Facebook friend.
Like in most break-ups, there are always three sides to every story -- hers, his and the truth. The mom in this situation is not a teenager, she's almost 50 and should know better. For those wondering, her kids are young adults. This begs the question: Should her kids have played interference and told her to stop ranting online? I am not here to judge, only here to give the moral of this story, which is about censoring yourself in your online postings.
You should not air your dirty laundry publicly. You should have your circle of friends you can speak with (hopefully on the phone or over coffee or drinks) and not post your grievances online.
Why? Because the Internet is lacking in privacy and Facebook is a public forum, not a diary!
What we teach our kids:
• Be kind online.
• What goes online, stays online.
• Respect each other always, online and off.
Maybe we need to start preaching this to adults too?
The Internet is the largest tattooing machine, and, unfortunately for people that are learning this the hard way, there is no rewind button on the Internet, either.
Takeaway tips:
• Parents make the same mistakes kids do. 
• Not understanding the virtual environment is not an excuse for acting immature. It is time to grow up and
 learn how to use social media in an appropriate manner.
• Don't use Facebook as your venting machine.
 
• Buy a journal or a diary. Use your pen, not a keyboard.
• Your children are watching your keystrokes.
• Practice what you preach. Is this the same behavior your want your children to mimic?

Facebook is not a diary. It is that simple.


terça-feira, 2 de julho de 2013

O REI DE SANGUE AZUL COM COROA NA CABEÇA


Sktech teatral infantil, feito há longos anos, ainda eu era teenager.A simbologia política pode ser atualizada, naturalmente.
Destinava-se a ser representado em teatro de fantoches em ampla interação com o público.

O rei de sangue azul
Com coroa na cabeça

Aparece o Palhaço e diz:

-Boa tarde meninos todos
Estou contente de encontrar
Vamos todos divertir-nos
Vamos todos representar.

Pois já agora, com licença
Vou contar uma história linda
No final, vocês dirão
Se gostaram ou se não.

Era uma vez um rei
Que vivia com a rainha
Tinha os cabelos brancos
Na cabeça, uma coroazinha.

Um dia, lá no palácio
Fez-se alegre festinha
E, verão os meninos, agora
Quantas pessoas tinha!


Pois então, num belo dia
Sucedeu  o que vão ver
Atenção meninos todos
A peça não é de perder.


II
Estão os dois reis e duas rainhas a dançar

Gira ó flé, flé, flá …
Parecem  duas velhas:

- Suas majestades, dão licença?
Nós queríamos perguntar
Se na festa nós as velhas
Não poderíamos entrar?

Rainha:
- Que malcriadas, pois então
Vós os pobres junto aos reis?
Nós temos sangue azul
Não somos sujos papéis!

2ª velha:
-Desculpe, majestade
Tanto atrevimento ter
Mas da festa só queríamos
Estar aqui e poder ver!

Rainha:
-Vão-se gentinha, vão
Vão trabalhar na cozinha
Podereis fazer o jantar
E preparar boa galinha!

(Voltando-se para os convidados)
-Desculpai-nos meus amigos
Consentir estes dois perigos
( diretamente para as velhas)
- Não percebem que os reis só podem ter reis por amigos?

III
Aparece o Palhaço:
- Alto lá, alto lá
Pois meninos atenção
Vocês no princípio concordaram
Que faziam a representação!

Digam-me, pois, já agora
Se acham bem, se acham mal
Que o rei só possa ter
Outro rei por seu igual.
  
Mas vejam, não se esqueçam
O que as velhas vão fazer
Têm cara enrugada, lá isso têm
Mas a bondade não se pode ver!

Elas lá estão na cozinha
Com os tachos a trabalhar
Vão matar um animal
Que costumava muito cantar!

Pensaram elas  e com razão:
“Os reis só com reis falam
E só reis devem comer.
Vamos arranjar um bicho
Que coroa possa ter.”

E digam, pois, meus meninos
Qual será esse animal
Tem coroa e canta muito
Usa manto feito de penas
E passeia-se no quintal?

É o galo, pois então
Que é o rei da capoeira
As galinhas são as rainhas
E cantam da mesma maneira!

Ora agora, as nossas velhas
As duas com habilidade
Querem ver se todo o rei
Tem sangue azul de verdade!

Para isso matam o galo
E dele fazem uma arrozada
O sangue é bem vermelhinho
Qual azul, ou qual nada!

Escutem com atenção
O que as duas vão dizer
As velhas sabem muito
Vocês podem bem aprender!

IV
Entra  a 1ª velha:

- Estás a ver, velha amiga
Que a rainha nos mentiu
Disse que tinha sangue azul
Para amiga não nos consentiu!

2ª velha:

- Mas agora, vamos lá
Vamos dar-lhe uma picadela
É costume sair sangue
Já sabemos qual é a cor dela.

V
Palhaço:

-E, olhem meninos que foram
Foram lá com uma agulha
Espetaram levemente na mão
E saiu sangue bem vermelho
Linda cor de pimentão!

VI
Rainha:

- Ai que horror, que horror
Vocês estragaram meu sangue
É tamanha a minha dor.

Dirige-se à outra rainha:

- Desculpe, amiga minha
Sinto-me tão pobrezinha!
Agora só a coroa
Fará de mim alguém superior!

Já não tenho sangue azul
É vermelha a minha cor
Já não posso ser diferente
Já mostraram minha igualdade
Oh, que triste a realidade!

2ª Rainha:

-Ah, mas eu sou diferente!
Eu nasci de sangue azul
Já mo disseram em criança
Nasci com coroa, sou rainha
Contigo não tenho semelhança!

1ª Rainha:

- Ai não, deixa-me espetar
Esta agulha também em ti
Verás o sangue correr
E olha que azul não pode ser!

Rei:

- Calem-se vós as rainhas
Parem um pouco a discussão.
Teremos, agora, que refletir
Qual  a melhor solução.

2º Rei:

- Pois claro, eu já sabia
Que não tínhamos sangue azul
Mas continuamos diferentes
Dessa gente, dessa gentinha
Dessas velhas da cozinha!

As nossas roupas são mais finas
As nossas caras mais bonitas
Temos outra educação.
Enfim, é esta a solução!

1ª Velha:

- Olhem que eu acho que não!
Vocês têm que provar
Que são diferentes de nós
Que não podem connosco falar!

Porque, então, também eu visto
Uma roupa das que tendes
Não trabalho, a pele fica mais fina
Ponho creme, fica com mais cor
Tanto nós, como vós
Podemos cheirar uma flor!

Rainha grita:

- Mais educação!

1ª Rainha:

- Minha mãe, de pequenina
Me ensinou boas maneiras
Sou sempre bem educada
Nunca faço grandes asneiras!

  
2ª Velha:

- Eu também sou delicada
Respeito sempre os velhinhos
Ajudo sempre toda a gente
Indico a todos os caminhos.

Nunca gritei, como a rainha
Falo sempre devagar
Nesta vida eu só quero
Ter amigos pr´a falar.

E, já agora pr´a os escolher
Não quero saber de razões
Não me fio no retrato
Prefiro os bons corações.

VII

Palhaço:

- Chegou o momento, amigos
De vocês também entrarem
A fazer a representação
Falem alto e sem vergonha
Deem a vossa opinião.
Quem preferem os meninos?
Quem tem melhor coração?
Os reis com coroa e a rainha
Ou as velhas que trabalham
Todo o dia na cozinha?

Meninos:

- As velhinhas!

Palhaço:

- Parece-me que ouvi gritar
“As velhinhas, as velhinhas!
As velhinhas em 1º lugar!”

Vamos, então, falar aos reis
E ver como vai a discussão
Quem desistirá primeiro
Quem dará conclusão?

1ª Velha:

. Vós, altas majestades
Que sobre tudo reinais
Pedis tudo às pessoas
A nós nada nos dais!

2º Velha:

- Achais justo a vossa obra
Viver bem e divertir
Reinar com coroa
Fazer o mal que quereis
E ninguém vos impedir?

1ª Velha:

- Nós todo o dia a trabalhar
Os calos nas mãos a doer
Não poderemos vir cá cima
Pr´a festa também fazer?

Entra o Bobo:
- Ora, bom dia, a todos vós
Eu estive a assistir
Vi os reis a portarem-se mal
Decidi cá acima vir.
Eu sou o bobo do palácio
Faço grandes palhaçadas
Faço gestos e caretas
E dou grandes gargalhadas!
No entanto, sempre disse
O que tinha pr´a dizer
E agora, também, acho
Que iguais devemos ser.
Pois, de aqui em diante
Nunca mais consentiremos
Que vós em nós mandeis
Que não nos deixeis fazer
Todo o bem que queremos.
E, siga a festa
Reinemos todos
Eu sou o bobo do palácio
Gosto muito de brincar
E agora, mas a sério
Vou aprender a governar.
Não existe sangue azul
Os reis são homens, afinal
Tiremos-lhe já a coroa
Para que não lhes faça mal!
Daremos vivas, reinemos todos
E siga a festa!
Gira ó flé, flé, flá

Final:
Enquanto se canta, o Palhaço diz:
Era uma vez um rei
Que vivia com a rainha
Tinha os cabelos brancos
Na cabeça, uma coroazinha.

Um dia, lá no palácio
Fez-se alegre festinha
Já sabem os meninos, agora
Quantas pessoas tinha!


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Poemas para Abril

16 DE MARÇO

Esperança
Que mais inventar para te manter

Lágrimas
Quanta força para vos reprimir
Raiva
Como dar-te um sentido útil

( 16 de Março de 74, golpe falhado das Caldas da Rainha)
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução




CAXIAS

Estas paredes lisas nuas brancas
Quem ofendeu assim a brancura

Esta paisagem de rio e mar
No lugar do silêncio e da tortura

Quem ofendeu assim nosso olhar

E estes homens que não são homens
Mas o fel e a vergonha dos homens

Quem ofendeu assim o sol
- e quem poderá mais suportar

Março de 74
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução



CINCO DIAS ANTES

Cidade de sombras de medos de mitos
Cidade que adormece num travesseiro
Com sumaúma de gritos

Cidade nossa cidade perseguida sitiada
Vigiada por bufos e pides
Escondida em cantos esconsos águas
Furtadas prédios devolutos

Cidade que dói cidade que chora
Cidade da esperança
Em que subterrânea se constrói
A força dos frutos a raiz da aurora

20 de abril de 1974

José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução



Esta é a madrugada que eu esperava 

O dia inicial inteiro e limpo 

Onde emergimos da noite e do silêncio 

E livres habitamos a substância do tempo 


                                               Sophia de Mello Breyner Andresen

25 de Abril

Esta foi a 1ª hora
Agora todo o tempo é nosso

José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução

Como alguém disse: “Demorou tanto a chegar , não podemos deixá-lo partir”…



POR NOSSA PÁTRIA

Minha pátria é a terra
É onde se luta bebe ama
Minha pátria é a terra
Mas é neste mar neste campo nesta serra
Que deito raízes à terra 
e a voz da terra me chama

Ando a sofrer as dores do mundo inteiro
E sou duma pátria de sofrimento
Ando a sofrer as dores do mundo inteiro
mas é aqui ao lado de cada companheiro
que ao amor e à raiva me dou inteiro
vertical à luz do pensamento

E por nossa pátria livre eu vou cantar
Desfraldar a voz de poema em riste
Por nossa pátria livre eu vou bailar
Fazer o pino no ar
- homem de um povo que resiste

José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução



Liberdade
               Sérgio Godinho

Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.


https://www.youtube.com/watch?v=



25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava 
O dia inicial inteiro e limpo 
Onde emergimos da noite e do silêncio 
E livres habitamos a substância do tempo 

Sophia de Mello Breyner Andresen, 'O Nome das Coisas'