sexta-feira, 19 de julho de 2013

COMO A FORMIGA


Erro poético

Sou o açúcar

Procurando a formiga

Meu carreiro 

Não tem linha.

É um ponto, um planetário grão.



A minha natureza é uma inacabada caligrafia:


apenas os erros me defendem.

O amor apenas 


me rasura a alma.

Com a formiga partilho alucinogénios:

Migas de paixão, migalhas de doçura.


                                              Mia Couto,  Tradutor de Chuvas