terça-feira, 30 de agosto de 2011

MUSEU DA PESCA DE VALBOM

Valboeiro, Museu de Penafiel

No Museu de Penafiel, a área dos Ofícios inclui um valboeiro, por isso lembrei-me que aquele podia ser o museu das gentes de Gondomar que tanto mereciam tê-lo.
Há uns anos, o Zé Pedro quis concorrer a um concurso de um conto sobre o futuro e fê-lo a partir de uma realidade que conhecia: os amigos e Valbom. Imaginou, aí, um museu. É evidente que neste capítulo tive que lhe dar uma ajuda. As ideias surgiam e completavam-se. Qual era minha, qual a dele?
Um extrato do resultado aqui está. Se não venceu o concurso que pretendia coisas mais literárias venceu a aposta de escrever e pensar, mesmo tendo orientação para tal.
(…) Entraram e viram uma placa que dizia “ dia de entrada livre ”. Logo a seguir um recepcionista entregou – lhes bilhetes.
- Mas isto é o quê? – questionou o Vasco.
Então olharam para os bilhetes que diziam “Museu da Pesca de Valbom”.
- Mas isto não estava aqui antes! – exclamou o Rui.
- Bem, vamos ver o que tem – sugeriu o Afonso
À direita estava localizada uma sala que contava a história da pesca em Valbom num filme a 3 dimensões. Os três rapazes sentiram-se realmente actores.
Aí, ficaram a saber que o concelho de Gondomar, junto do Porto tem estado ligado, desde épocas longínquas ao rio Douro. É que este banha as freguesias de Valbom, Jovim, Foz do Sousa, Medas, Melres e Lomba.
Segundo o geógrafo grego Estrabão, já o seu povo navegava no rio Douro, mas foi na Idade Média e Moderna que a vida económica se intensificou.
      Com efeito, o Foral de Gondomar, dado por D. Manuel faz referência à importância deste rio, quer a nível da pesca quer da comunicação.
No século XIX, Valbom tem frotas de pescadores de costa e de alto mar, mas no século XX, a pesca decai, devido à construção da barragem de Crestuma- Lever e  à falta de regra. Só no século XXI, por volta de 2050, é que a pesca se reabilitou devido a importantes obras de requalificação do rio.
- Como, que data é que ele disse? – perguntou o Vasco.
Não obteve resposta porque um locutor continuava a informar:
- A importância da pesca, nesta região, é conhecida já desde o tempo dos Fenícios que comercializavam o peixe salgado e dos Romanos, que a partir do séc. I I , faziam da conserva de peixe, chamada garum, a delícia dos seus banquetes . Na Idade Média, legislou-se sobre a cobrança de impostos sobre o pescado, o que aliás aparece no foral de Gondomar. Só em 1843, vão ser substituídos todos estes impostos de pesca devidos aos senhores por um outro, pago ao Estado.
A preocupação de regrar a pesca, do ponto de vista ecológico, vai, também, ser constante. Por exemplo, os "Acórdãos da Câmara do Porto" de 1560 e 1561 estabelecem o tipo de malhas permitidas e proíbem certas redes (mossas e covãos nos meses de Março a Maio, excepto para os sáveis, bogas e tainhas e redes varredouras, tresmalhos e galritos dobrados) bem como proíbem a poluição das águas com trovisco, barbasco, coca ou cal. No entanto, a provar que as leis não eram cumpridas, um Decreto em 1886 proíbe os mesmos métodos e redes. As penas consistiam em prisão de três a trinta dias e correspondente multa.
O peixe pescado, nestas épocas era a Lampreia, Sável, Solha e Irez (eiró - espécie de enguia), como é referido no Foral de Gondomar.
No final do filme, alguns relatos falavam de naufrágios, o que não era de admirar dado a impetuosidade do rio Douro ao chegar à Foz, só quebrada pela construção dos molhes no início do século XXI.
      - Fogo, isto assim nem era pesca! Repararam, século XXI? -  interrogou o Vasco.
Os outros encolheram os ombros e perguntaram, os dois à uma:
- Em que enrascada nos metemos?
Logo a seguir, passaram a uma zona ampla – a dos barcos.
 Em lugar de destaque, estava o valboeiro, um barco de pá, com fundo estreito de tábuas sobrepostas, bordos altos e bico agressivo adaptado ao troço de rio sem acidentes.
- Eu já andei num valboeiro! – exclamou o Afonso – fiz a travessia para Avintes! Mas já não tinha só remos, possuía um motor a gasóleo.
Um filme projectado numa das paredes, em écran gigante dava explicações mais pormenorizadas sobre estes barcos. Os rapazes voltaram a sentir-se dentro da acção e também um pouco confusos.
O valboeiro era um barco de pesca usado tanto no rio como no mar - relatava uma voz - também chamado saveiro era o barco utilizado na pesca do sável e media cerca de 6,8 metros. Podia ser, todavia, utilizado, também, como barco de carga. Adoptavam um sobrecéu quando se destinavam às padeiras de Avintes ou aos passeios ao longo do rio.
O locutor continuava as suas referências ao Rabão Branco, que estava ligado ao transporte da areia, gado, lenha, carqueja, caranguejo e ao Rabão Negro, com cerca de 50/60 toneladas ou até mais, que transportava, desde 1917, o carvão das Minas do Pejão, até à fábrica de briquetes,  no Esteiro de Campanha, até aos anos sessenta do século vinte - era a esquadra negra.
O Rabão tinha uma tripulação de quatro homens: um arrais com o leme a seu cargo e função de comando; o feitor que substituía o arrais na sua ausência; o cozinheiro e o marinheiro encarregado da cama onde dormiam todos.
     O Barco Rabelo, também, estava exposto.
O Vasco aproveitou para subir a uma espécie de ponte, a apegada, e agarrar a espadela que serve de remo e leme, mas foi logo avisado por uma voz:
- Se quiser fazer uma viagem nos nossos barcos, inscreva-se à entrada. Estes barcos expostos não podem ser visitados por dentro sem autorização prévia.
Um novo filme mostrava a construção e navegação do barco Rabelo, um barco de espadela - ramo que governa o barco e está sujeito a um eixo tornel. Possui, ainda, dois remos de cada lado e fundo chato - o sagro - constituído por um número ímpar de tábuas.
     O narrador do filme defendia a sua origem Sueva, Visigótica ou até Viking. Transportava vinho, lenha, madeira, carvão, fruta, palha, batata e outras mercadorias. A vida a bordo do Rabelo era árdua e trabalhosa, existindo, então, uma espécie de hierarquia de comando. Para um barco de 50 a 60 pipas, a tripulação era constituída por treze pessoas. A confecção da comida estava a cargo do moço e do vinhateiro que, também, zelava pelo vinho e pelos víveres. Grande  parte das refeições eram à base do caldo e do peixe pescado pelos próprios, além de pão e vinho.
    A certa altura, via-se um barco em dificuldades. Para não encalhar tinha que ser puxado à “sirga”, ou seja da parte da terra, com a ajuda de bois. Com uma buzina, búzio ou corno, os tripulantes do barco, em aflição, chamavam os lavradores para levarem os bois até junto do barco e o puxarem com cordas.
    Os perigos do rio, difícil de navegar, levava os marinheiros a construir nos locais mais perigosos imagens de santos aos quais pediam a protecção. Transportavam, também, por vezes, uma caixa com as "Alminhas" do barco, onde depositavam a sua esmola, agradecidos, depois de terem sido salvos de algum perigo.
Mais à frente, estavam os barcos de travessia e mais um filme na parede, mostrava um indivíduo a chamar:
“Ó barqueiro traz cá o barco,
Traz também a amarração...
Que eu quero atravessar
De Avintes para Valbom!”
Este filme referia as barcas de travessia e os barcos que aproveitavam o rio para levar os produtos ao Porto, quer eles fossem, pão, carne, ou carvão.
Como barcos de passagem para a travessia entre Gondomar e Gaia, eram, por vezes, conduzidos pelas barqueiras e mediam cerca de 7,5 metros. Neste caso, o rebordo falso era calafetado e munido de um resguardo para evitar a entrada da água. Podiam ter também coqueiro, que era uma cobertura protectora. Ribeira de Abade, em Valbom, hoje um importante centro piscatório, foi um dos pontos onde existiam mais barcos, mas havia outros locais, já que Gondomar estava, através do rio, em estreita ligação com o Porto onde decorria a mais importante vida económica da região.
- Hoje um importante centro piscatório? – interrogou-se o Afonso. Meia dúzia de pescadores, foi o que me disseram na última vez que lá fui e não dava para o trabalho!
- Pois é uns barquitos na praia suja e um barracão a servir de bar a uns velhotes que jogavam cartas! – completou o Rui.
- Eu acho é que estão a esquecer qualquer coisa! – exclamou o Vasco enigmaticamente.
       Uma outra zona prestava homenagem aos construtores de barcos.
Um novo filme destacava um artesão, chamado Mestre Arnaldo, ou Arnaldo Pereira, nascido em Vilar de Andorinho, Vila Nova de Gaia, a 9 de Março de 1911, numa família de construtores de barcos e falecido já na casa dos oitenta anos. Estabelecido em Melres a construir barcos, participou em inúmeras feiras de artesanato a fim de dar a conhecer os seus barcos.
Esta arte foi continuada por Manuel Joaquim Moreira de Sousa, mais conhecido por Nelito do Sr. Albertino e mais tarde por Vasco Magalhães Moreira, também de Melres e tantos outros. Todos mantiveram o seu estaleiro em Vilarinho que, desde então até hoje, se tornou um centro construtor destes barcos.
Outra sala fazia a ligação da pesca à ourivesaria.
Aí podiam-se observar, em filigrana, as embarcações que os ourives, viam a navegar no rio, sobretudo o barco rabelo em diversas variações. Um filigraneiro ensinava a fazer os finos ss e o Afonso quis logo experimentar, seguido dos outros dois amigos.
- O meu avó foi filigraneiro – elucidou o Afonso – em casa temos algumas peças em filigrana – caravelas, barcos rabelos e outras coisas. Aliás a caravela é o símbolo de Gondomar, embora ultimamente se tenha visto mais o coração.
Entretanto, o Vasco chamava:
- Venham ver esta sala, tem muitas redes de pesca!
- Eu já vi redes destas noutros museus - observou o Afonso,  que já tinha ido ao Museu Marítimo de Ílhavo e à Estação Litoral da Aguda- ELA.
Mas aqui, neste local, aparecia tudo muito mais perto das pessoas e a acção era a três dimensões, era como se os três se sentissem, eles próprios, a pescar com as diversas redes: - o Alar, rede triangular bastante comprida, para a lampreia; o Camaroeiro ou Conchinha, saco de rede, ligado a um cabo e que servia para o sável, lampreia; savelha; o Tresmalho ou Vanda, redes de três panos sobrepostos, também para o sável, lampreia e  savelha; a Varga, Varina ou barga, rede de arrasto  de linho com um único pano de emalhar e grande cortiçada na tralha superior e a inferior ligada ao lastro, feito de pedaços de barro vermelho, usadas para o sável, savelha, solha,  sempre a arrastar do rio ou  mar para a terra para o que tem cordas amarradas; a Espinhela que é lançada começando por enterrar, perto da margem, uma estaca, com cerca de meio metro onde se amarra uma corda e na outra extremidade prende-se com um fio uma pedra com cerca de um quilo que é para assentar no fundo. Esta é atirada ao rio esticando a corda. A linha com cerca de duzentos metros tem um anzol de dez em dez e isca-se com minhoca, camarão ou sardinha. No final deste aparelho, amarra-se uma bóia para saber onde ficou. É usada para peixes de tamanho médio: enguia, robalo e tainha.
- Puxa, usam camarão para servir de isca! Agora é que ia um pratinho de camarão cozido à maneira! – exclamou o Rui.
- Só pensas em comida, ó magricela! – criticaram os dois amigos.
Por fim, pararam junto do instrumento que mais conheciam, a Cana de Pesca para peixes pequenos.
- Peixes pequenos! – exclamou o Vasco – uma vez o meu tio pescou um peixe quase do meu tamanho!
- Tu viste? – perguntou o Rui
- Não, mas ele disse-me! – respondeu o Vasco.
- Olha que os pescadores têm por mania mentirem!
- Olha que o meu tio não mente, ein – rematou o Vasco, com um gesto agressivo.
- Vá calem-se, não se vão pegar pelo tamanho de um peixe, pois não! Se pescou, pescou e depois! – rematou o Afonso.
Também não tiveram tempo de prosseguir a discussão, porque o locutor ensinava, agora, como eram as armações de pesca, as Pesqueiras, que existiram, em tempos, ao longo do rio.
Em Valbom existiam, até ao início do século XX,  em: Lavandeira; Perlonga e na Quinta do Casal da Vinha.
Numa outra zona, recriava-se um aquário com as espécies mais vulgares no rio: Barbo – Barbus; Enguia – Anguilla;  Boga – Chondrstoma  Polylepsis; Escalo – Leuciscus;  Truta - Salmo Gairdneri - Salmo Gairdner - truta arco-íris; Lampreia - Lampetra Fluvialis ; Sável – Clupeia  Alosa; Solha - Flesua Vulgaris; Tainha - Mugil Capito; Muge - Mugil Auratus.
- Agora é que era só pescar e ir para o tacho – exclamou a brincar o Rui.
Logo uma voz lhes respondeu.:
- Podem pescar aqui o peixe que quiserem e comê-lo no nosso restaurante. Podem até ajudar a cozinhá-lo!
- Ein, será que estou a ouvir bem? – questionou o Rui, cada vez mais perplexo.          
Em frente, outra sala, quer dizer, mais uma espécie de restaurante, era dedicada à gastronomia. Um colaborador do restaurante entregou - lhes um folheto com receitas, em papel reciclado.
- A culinária gondomarense, sobretudo das zonas ribeirinhas, foi, desde sempre, muito apreciada. A literatura do século XIX,  refere o hábito da burguesia portuense ir ao peixe frito a Valbom -  leu o Afonso.
Perguntou, então, o Rui:
- Será que podemos experimentar uma lampreia de molho ou um sável no espeto, já estou a ficar com um ratito no estômago? E pescá-las ali no aquário era emocionante!
Na verdade um grupo tentava pescar um sável, mas a partida estava difícil. É que, naquela parte, o aquário comunicava directamente com o rio e os peixes poderiam fugir facilmente. Se a refeição dependesse da sua pescaria, ainda iriam passar fome. Mas logo, um indivíduo elucidou que caso a pescaria não tivesse êxito, havia já um peixe fresco, pronto a ser cozinhado!
O Rui ficou, então, mesmo entusiasmado.
- Vamos, vamos tentar e depois almoçamos! – exclamou.
- Ó Rui, achas que temos dinheiro para isso! Eu estou é a ficar muito confuso com isto tudo! – desabafou o Afonso.
À saída publicitavam-se viagens no rio para observar estes peixes, numa espécie de submarino, movido a energia hidráulica, ou então viagens em cada um dos barcos expostos, onde se podia pescar.
- Quem é que tem dinheiro? Vamos inscrever-nos – sugeriu, agora, o Vasco.
Logo apareceu uma senhora simpática que lembrou aos três amigos que só poderiam participar nas viagens acompanhados por um adulto, o que os desanimou.
- Que injustiça! – exclamaram os três ao mesmo tempo.
Uma outra sala era dedicada a jogos – pesca virtual e filmes reais de pescarias.
Os três amigos pegaram logo na cana de pesca para jogar.
A meio da pescaria de um grande sável, o Afonso lembrou – se:
- Mas aquele que estavam a pescar lá fora não era um sável? Vamos ver? - sugeriu.
À saída viram uma placa que dizia “ Dia 5 de Junho de 2200, Dia Mundial do Ambiente, comemorativo dos 100 anos da assinatura do protocolo de Kyoto pelos Estados Unidos”.
Os três amigos olharam para os bilhetes que o recepcionista lhes tinha dado à entrada e dizia a mesma coisa. O papel era de certeza reciclado! (...)

Valboeiro

Nassa para a pesca da lampreia, M. Penafiel

MUSEU DE PENAFIEL



O museu de Penafiel foi eleito pela APOM ( Associação Portuguesa de Museologia) o melhor Museu Português em 2010.
Está instalado num palácio do séc. XVII restaurado em meados de 2008 o que lhe dá uma estrutura moderna harmoniosamente integrada no antigo. Constitui a última grande obra do arquitecto Fernando Távora, entretanto falecido, e terminada pelo filho José Bernardo Távora.
Nos corredores e salas sóbrias, as novas tecnologias como ecrãs tácteis, documentos digitais interactivos, interagem com filmes a preto e branco, objectos antigos e monumentos megalíticos.
Dividido em cinco áreas temáticas - Identidade, Território, Arqueologia, Ofícios, Terra e Água, o museu conta a história das gentes do vale do Sousa e Tâmega, ao longo dos séculos, de uma forma atrativa.


Mosteiro de Paço de Sousa

Rota do Românico em Penafiel

Rota do Românico

Em finais de setembro acontecerá um congresso que terá como tema o românico. O norte de Portugal é rico nestes edifícios, por isso a sua visita está aqui tão perto. Por que não aproveitar?

Entretanto outras realizações estão a ser pensadas. Uma é bem interessante: correr estes monumentos de BTT. Eu, que há pouco tempo visitei alguns deles de carro, que o diga.

Dia 2 | sexta-feira | 17h30
Inauguração da exposição “Amadis de Gaula - Cavaleiro Medieval”
Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, Felgueiras

Dia 3 | sábado | 21h00    
Cinema ao ar livre
Igreja do Salvador de Cabeça Santa, Penafiel

Dia 4 | domingo | 8h30
Rota do Românico em BTT
Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, Penafiel

Dia 11 | domingo | 8h45    
Percurso Pedestre “Pelos trilhos da iconografia”
Igreja de São Vicente de Sousa, Felgueiras

Dia 16 | sexta-feira | 21h00
À noite pelo Românico – Visita guiada
Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, Felgueiras

Dia 17 | sábado | 10h30
Descobrir o monumento e a sua envolvente - Caminhada
Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, Felgueiras
Mosteiro de São Pedro de Ferreira, Paços de Ferreira
Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, Penafiel
Torre de Vilar, Lousada


rotadoromanico@valsousa.pt

domingo, 21 de agosto de 2011

O baile da vida



Obrigada à Rosalina pela partilha e pela presença.

Ciranda da bailarina - Adriana Calcanhoto

ÁRVORES

"Uma folha de árvore tem mais energia que um animal que corre..."

Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia, Canto IX, p. 388








Debaixo das árvores, as árvores em movimento!

Os professores são uns chatos!


Um familiar que foi a uma cerimónia e que ficou na mesa de uma professora, maldizia a sua vida:
- Os professores só sabem falar de alunos, de métodos pedagógicos, de avaliações. Não sabem deixar em casa a profissão! Podiam, ao menos falar de fofocas, eram mais divertidos!
Hoje, domingo, férias, um estudante, muito próximo, disse-me:
- Seja qual for o método que uses, o resultado será o mesmo. O que importa é dares os objetivos e as respostas aos objetivos. Os alunos estudam, respondem ao teste e pronto, está feito, tira-se boa nota. O resto do tempo pode ser passado de forma divertida!
Boa!
Para quê, power point; quadros interativos; desafios; teatros, jogos, filmes? Só se for para passar o tempo mais divertido. Fichas, não, que é muito “chato”. Vamos é amenizar, porque o resultado é o mesmo. E para isto, nunca deixamos a profissão em casa! Acompanha-nos o pensamento de como desenvolver competências de espírito crítico de autonomia, de curiosidade pelo saber.
Temos que passear mais! E ler fofocas! Temperar os morangos com açúcar!

Medo...

E Bloom tem medo. Nunca antes vira a natureza
Revoltar-se violentamente contra uma sala
De aula onde se ensina o inglês e a matemática;
E agora, hoje, viu. Nem a educação é respeitada
por esses fortes ventos que batem nos templos religiosos
E nos bordéis com o mesmo ímpeto, com a mesma moral
E com o mesmo rigor ilógico que destrói.
Bloom tem medo e reza

E rezar não é simples. As palavras vulgares
 confrontam-se com finalidades mais altas.
….
Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia, Canto VI p. 278





sábado, 20 de agosto de 2011

Wall Street fecha em queda penalizada pelos receios sobre crescimento mundial

Embora tentando encontrar o princípio grego de alma sã num corpo são para mim e para os meus, num "sanum per aquam" - SPA - a mente só pode andar em turbilhão ao sabor das águas.
Com Bloom lembro:
"O medo, neste século, já não é um produto artesanal
Os aviões bombardeiros
- ou, em tempo de paz, as falências imprevistas -
impressionam pela tecnologia posta em acção.
Hoje, passa-se fome de modo bem mais moderno
do que no século XVIII, por exemplo".
Gonçalo M. Tavares, Uma Viagen à Índia, canto III, p. 155
Com ele tento ir à Índia encontrar o espirito, mas só a materialidade sobrevive. ... às vezes
Indicadores económicos norte-americanos e impacto da crise de dívida no sector financeiro europeu fazem nova vítima
Evan Solomon 
O caos em Wall StreetRICHARD DREW
18/08/2011 | 22:16 | Dinheiro Vivo
A Bolsa de Nova Iorque encerrou hoje em queda, penalizada pelo regresso dos temores sobre a economia mundial, pelos indicadores económicos norte-americanos e pelo impacto da crise de dívida no sector financeiro europeu.O índice industrial Dow Jones desvalorizou 3,68% (419,63 pontos) para os 10.990,58 pontos e o tecnológico Nasdaq 5,22% (131,05 pontos) para os 2.380,43 pontos. O alargado Standard & Poor's 500 recuou 4,46% (53,24 pontos) para os 1.140,65 pontos, noticiou a agência francesa AFP.
O mercado instalou-se hoje em terreno negativo logo desde a abertura, seguindo as praças europeias, um reflexo que preocupa Wall Street.
De acordo com um artigo do “Wall Street Journal”, a Reserva Federal norte-americana está preocupada com a capacidade de as filiais de bancos europeus nos Estados Unidos manterem um nível adequado de liquidez, caso as casas-mãe sejam obrigadas a repatriar drasticamente os capitais.
Por outro lado, os investidores receberam muito mal as revisões em baixa dos números do crescimento mundial do banco Morgan Stanley, que aponta para um crescimento de 3,9% em 2011 (contra os 4,2 por cento anteriormente estimados) e de 3,8% em 2012 (e não de 4,5%).
As perspectivas de crescimento do banco são particularmente pessimistas para a zona euro, estimando-se um crescimento de 0,5% (e não 1,2%) para este ano e de 1,7% (e não 2%) no próximo ano.
Também a publicação de indicadores económicos decepcionantes nos Estados Unidos penalizou hoje Wall Street. Os investidores ficaram particularmente alarmados com o índice da Reserva Federal sobre a actividade industrial na região de Filadélfia que contraiu 30,7%, em Agosto.
Indicadores económicos norte-americanos e impacto da crise de dívida no sector financeiro europeu fizeram S&P 500 recuar 4,46%

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um vislumbre de sombra



A janela obscura entristecia-me
Só sombras, pesadelos
Mas algo se iluminou
E tu apareceste
Tu, também sombra!
Querias chamar-me?
Parecias indiferente
Mas havia algo de medo
Colaste o nariz ao vidro
Estava frio
Deste um grito
Ouvi, não ouvi?
Querias ajuda?
Ou aproximar-te de mim?
Tornaste-te como criança
Primeiro aflita
Depois criança apenas
Laço branco
E esbateste-te!
Outra vez só sombra
E envelheceste!
Ficou apenas a janela
Mas com mais luz!

Vamos compreender melhor o conflito Israel-árabe

Vida
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Dom Supremo

A vida é melhor quando partilhada

A Vida

As formigas, por exemplo, são insignificantes para qualquer
Alteração do território.
O microscópio não trouxe sabedoria sobre o minúsculo,
Confunde-se o minúsculo com uma coisa que, aumentada,
 tem as dimensões normais;
e prossegue-se.
A vida tem para o homem um metro e oitenta de média,
e esta é a filosofia
mais profunda.
Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia, Canto iV, p. 185

Diferença entre uma formiga e uma mulher





Uma mulher passa a vida a trabalhar,uma formiga, também.
Mas as mulheres fazem mil coisas ao mesmo tempo, algumas, pelo menos. falam muito. Aliás as mulheres têm fama, não sei se o proveito, de serem linguarudas. No entanto, é uma boa terapia usar a linguagem para comunicar afetos, elogiar, consolar, divertir, fazer críticas, intervir, sermos nós.
O diálogo é fundamental quando se pretende que as estradas andem para a frente!
É que há dias em que não existem estradas ou as estradas andam para trás.
E escadas?
Também não existem.
É como se estivéssemos em lugar nenhum e tudo à nossa volta fosse bruma.
Nesses dias é importante a conversa de um amigo e se formos formigas, as coisas tornam-se muito difíceis ou impossíveis.
É melhor ser Mulher e desbravar a bruma a punhaladas ou sendo mais específico, usando aquilo que é específico da espécie humana: a linguagem.
Desta forma a comunicação faz com que andemos para a frente ... ou em frente?


As formigas, por exemplo,
Sendo animais surdos-mudos
Têm as patinhas da frente disponíveis
Para o diálogo, mas tal facto impede-as
de conversar e enquanto caminham
- prazer específico da espécie humana.)

Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia, Canto III, p. 133

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Subterrâneos da Baixa Pombalina abertos ao público

 

Integrado na iniciativa ‘Museus à Noite’, o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC) e o museu está aberto na próxima quinta-feira, 11 de agosto, até à meia-noite.
A entrada (gratuita) é feita no n.º 21 da rua dos Correeiros (Núcleo Arqueológico) ou no n.º 96 da rua Augusta (onde está a exposição “A Sardinha é Minha!”). A última visita tem início às 23h00.
A visita permite observar as construções sucessivas na Baixa lisboeta, em várias épocas e com as influências das diferentes civilizações, e os objetos de cada época, como cetárias (tanques utilizados para fazer a salga do peixe ou molhos) até ânforas romanas. Outro dos motivos de interesse do NARC é mostrar as fundações dos prédios pombalinos e a base da estrutura de gaiola, inventada pelos engenheiros do século 18 para resistir a terramotos, como o que destruiu a cidade em 1755.
Estes vestígios foram encontrados entre 1991 e 1995 durante as obras de remodelação do edifício do Millennium bcp, devido à perfuração do pavimento.
Fonte: Expresso

Descoberto em Mora monumento megalítico com seis menires em forma de cruz

 

Um conjunto de seis menires dispostos em forma de cruz foi identificado na primeira semana de Agosto por uma equipa de investigadores da Universidade de Évora no concelho de Mora. Numa primeira observação – que vai requerer uma análise mais aprofundada – a arqueóloga Leonor Rocha, que coordena a investigação, classifica o novo achado como “um novo monumento megalítico” que poderá não ter paralelo na Península Ibérica ou mesmo na Europa.
Contudo, não é possível afirmar, neste momento, que se trata de “um recinto megalítico propriamente dito”, prossegue Leonor Rocha. Mas “se vier a confirmar-se que a disposição que os menires apresentam à superfície é a mesma dos alvéolos de implantação, então estar-se-á perante um monumento único a nível peninsular”. A descoberta deu-se num sítio conhecido como Anta da Cruz na freguesia de Brotas.
(…)
Fonte: Público, 11.08.2011

Google avança com a digitalização na Europa

 

Tal como havia prometido quando lançou o Google eBooks – a livraria digital que já se chamou Google Editions e foi lançada nos Estados Unidos em Dezembro -, o Google vai lançar na Europa a sua livraria digital. Será até ao final do ano, foi confirmado ao PÚBLICO.
A empresa não quis divulgar ainda em que países e em que moldes isso irá acontecer. No entanto, o The New York Times noticiou este domingo, que o Google eBooks abrirá uma versão francesa ainda este ano. Se, nos Estados Unidos, continua a ser discutido em tribunal o projecto de digitalização de livros do Google, em França, um dos países europeus que mais batalharam para proteger os direitos dos seus autores e editores, a empresa norte-americana conseguiu avançar, apesar de tudo.
(…)
Fonte: Público, 10.08.2011

Estátua da Liberdade fecha um ano para obras de renovação

 

A Estátua da Liberdade, um dos monumentos mais icónicos dos Estados Unidos, vai fechar no fim de Outubro para obras de renovação que tornarão o interior mais seguro e acessível, anunciou o secretário do Interior norte-americano, Ken Salazar.
A renovação, que representa um investimento no valor de 27,5 milhões de dólares (19,1 milhões de euros), não vai afectar, no entanto, as visitas à ilha Liberty Island, que vão continuar durante o período de trabalhos.
(…)
Segundo dados do National Parks Service, que controla os números de visitantes à coroa, cerca de 240 pessoas passam pelo monumento todos os dias. Por ano, recebe cerca de 3,5 milhões de turistas.
A Estátua da Liberdade foi construida nos anos 1880 e foi uma oferta da França aos Estados Unidos.
Fonte: Público: 11.08.2011

Graffito de Lisboa eleito um dos dez melhores exemplares de arte urbana

Uma lista divulgada pelo “The Guardian” coloca o graffito feito pelos irmãos brasileiros Os Gémeos, o italiano Blu e o espanhol Sam3, num prédio devoluto na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, no top 10 dos melhores trabalhos de arte urbana do mundo. Na lista encontra-se ainda um trabalho do artista português Alexandre Farto, conhecido como VHILS, feito em Londres.
A lista elaborada pelo designer e crítico de arte urbana Tristan Manco, autor de vários artigos e livros na área e responsável, entre outras, pela capa do álbum “Think Tank” dos Blur , mostra trabalhos de vários artistas internacionais, espalhados por tudo o mundo.
O graffito lisboeta foi feito um mês depois do derrame petrolífero no Golfo do México, em 2010, e “ilustra como a arte urbana pode confrontar assuntos sociais e políticos de uma maneira poderosa e incensurável”, pode ler-se no site do “Guardian” a respeito deste trabalho.
Para mais informações:
http://www.guardian.co.uk/travel/gallery/2011/jan/29/lisbon-city-breaks

Romanos na península Ibérica

II Festival de Ouro Romano

2 – 4 Setembro
Soldados romanos, senadores e gladiadores vão invadir Vila Pouca de Aguiar, em setembro, durante a segunda edição do Festival do Ouro Romano, que visa promover o Complexo Mineiro de Tresminas. Estas minas terão sido das mais importantes do Império Romano, tanto que eram geridas diretamente pela Guarda do Imperador. O auge da exploração de ouro em Tresminas terá ocorrido durante os séculos I e II d.C.
 Para mais informações:
http://www.cm-vpaguiar.pt/

MIguel Torga

Casa Museu Miguel Torga bateu recorde de visitantes no dia em que o escritor completaria 104 anos

A Casa Museu Miguel Torga, em Coimbra, aberta ao público há quatro anos, bateu ontem o recorde de visitantes individuais, ao ser procurada por 33 pessoas, contra a média diária de “três/quatro visitantes”.
Para mais informações:
http://www.cm-coimbra.pt/cmmtorga/

Andy Wharol em Évora

Exposição Andy Wharol, no Fórum Eugénio de Almeida


15 Julho – 13 Novembro
Para mais informações:
http://www.fundacaoeugeniodealmeida.pt/

Um Museu a céu aberto - Ilha Kihzi na Rússia


Museu a céu aberto

Conheça o melhor museu a céu aberto, na Rússia

Kizhi é uma ilha russa situada no lago Ônega, na República da Carélia. Há 45 anos a região atrai turistas de todo o mundo. Reconhecida como Patrimóônio Natural da Humanidade pela UNESCO, a ilha é famosa pela sua beleza natural extraordinária e pelas construções que utilizam a madeira tradicional do Norte da Rússia. Ali, a céu aberto, estão agrupados mais de 89 prédios em que sobressaem essas madeiras de espécies únicas. Uma das atrações históricas, religiosas e culturais de Kizhi é a Igreja da Ressurreição de Lázaro, construída em madeira no século 14.

Londininium

Londres do tempo dos romanos disponível em aplicação móvel

O Museu de Londres lançou uma nova aplicação móvel que permite aos utilizadores verem num mapa como era a capital do Reino Unido durante o domínio dos romanos.
Denominada «Streetmuseum Londinium» a aplicação gratuita é compatível com iPhone e iPad, e permite viajar até ao tempo em que Londres se chamava Londinium e era uma cidade dominada pelos romanos. Através desta aplicação os utilizadores podem ver num mapa digital um conjunto de imagens de locais onde ficaram marcas daquela civilização, reconstruídos como se fossem naquela época.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

República


O projecto MixRepública foi desenvolvido por uma equipa de profissionais de cinema de animação.
Os participantes dessas oficinas de cinema de animação foram, na maioria dos casos, crianças das escolas que, apoiados pela equipa da Monstra, realizaram filmes a partir de motivos republicanos locais, como a toponímia ou a arquitectura e outros aspectos plásticos.
Os resultados obtidos com este projecto que foi levado a cabo entre 2010 e 2011 podem ser vistos no portal do Centenário, em http://oficinas-mix.centenariorepublica.pt.