segunda-feira, 8 de agosto de 2011

NANCY WAKE

Nancy Wake era conhecida por ser indetectável

Morreu o “Rato Branco” da resistência francesa

08.08.2011 - 17:10 Por Carla Guerreiro Santos




Conhecida como “Rato Branco”, Nancy Wake foi uma espia australiana que trabalhou com os Aliados na Segunda Guerra Mundial. Morreu neste domingo, em Londres, aos 98 anos.

Wake foi uma dos agentes secretos dos Aliados na resistência francesa mais condecorados. Ficou conhecida pela sua capacidade de manter-se indetectável, e também por ter ajudado centenas de membros dos Aliados a fugir da França ocupada pelos Nazis.

“Rato Branco”, que chegou a ser a pessoa mais procurada pela Gestapo, trabalhou como enfermeira durante um breve período de tempo. Depois seguiu a carreira de jornalista na Europa, chegando mesmo a entrevistar, em 1933, Adolf Hitler em Viena. Em 1939, casou com um empresário francês, Henri Fiocca.

Quando os nazis invadiram a França, em 1940, Wake ficou encurralada no país, o que a fez tornar-se numa mensageira da resistência e, mais tarde, numa sabotadora e espia. O seu trabalho consistia em organizar redes de fuga e danificar as instalações alemãs. “Rato Branco”, assim chamada pela Gestapo por ser tão elusiva, foi obrigada a fugir para Londres. O marido foi torturado e assassinado pelas forças alemãs por não contar à Gestapo onde estava Wake, que só veio a saber da morte de Fiocca depois da libertação da França.

“A liberdade é a única coisa pela qual vale a pena viver. Enquanto fazia este trabalho, costumava pensar que não me importava se morresse, porque sem liberdade viver é inútil”, disse a antiga espia numa entrevista, citada pela BBC. “Na minha opinião, o único alemão bom era o alemão morto, e quanto mais morto, melhor”, explicou. “Só lamento não ter matado mais.”

A antiga espia regressou à Austrália em 1949, onde tentou várias vezes ser eleita para o Parlamento, mas sem sucesso. Em 1957 voltou para Inglaterra e casou com um piloto da Força Aérea, John Forward.

Desde que teve um ataque cardíaco em 2003, Wake vivia numa casa de repouso para veteranos em Londres. Morreu depois de ter sido hospitalizada por uma infecção no peito, e, segundo a BBC, será cremada. As cinzas serão espalhadas em Montlucon, no centro da França, local que presenciou muitas das suas façanhas.