quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

As coisas mais belas do mundo

 

O meu avô sempre dizia que o melhor da vida haveria de ser ainda um mistério e que o importante era seguir procurando . Estar vivo é procurar, explicava. (…) percebíamos  isso no seu abraço. Eu dizia: dentro do abraço do avô. Porque ele se tornava uma casa inteira e acolhia. Abraçar assim, talvez porque sou magro e ainda pequeno, é para mim um mistério tremendo.

Eu sei que ele queria chamar a atenção para a importância de aprender. (…) Estava constantemente a pedir-me (…) se prestares atenção, vês corações e podes tirar medidas à felicidade.

(…) o meu avô pedia que não me desiludisse. Quem se desilude morre por dentro. Dizia: é urgente viver encantado. O encanto é a única cura possível para a inevitável tristeza.

Criava jogos para inventarmos perguntas só para ver se todas as perguntas teriam uma solução. As mais absurdas talvez sejam adiadas, só o futuro lhes saberá responder. Inventar perguntas é aprender. (…)

 

“Nesse tempo, o meu avô perguntou quais seriam as mais belas coisas do mundo.

Ele sorriu e quis saber se não haviam de ser a amizade, o amor, a honestidade e a generosidade, o ser-se fiel, educado, o ter-se respeito por cada pessoa. Ponderou se o mais belo do mundo não seria fazer-se o que se sabe e pode para que a vida de todos seja melhor.

A beleza, compreendi, é substancialmente um atributo do pensamento, aquilo que inteligentemente aprendemos a pensar.

A força do pensamento haverá de criar coisas incríveis, científicas, intuitivas, maravilhosas, profundas, necessárias, movedoras, salvadoras, deslumbrantes ou amigas. Pensar é como fazer. Quem só faz e não pensa só faz uma parte.

Para a beleza é preciso acreditar. Quem não acredita não está preparado para ser melhor do que já é.”

(…)

Para mudar o mundo, sei bem, é preciso sonhar acordado.

 

(…) há uma felicidade para os tempos difíceis. Sei que é importante seguir à sua procura

 

 

“À noite, deito igual a uma semente na almofada húmida do coração. Fico aninhado com a esperança de crescer esplendorosamente por dentro do amor. No verdadeiro amor tudo é para sempre vivo. E sei que, como as pedras, existo pela sede. Quero sempre inventar a vida. Desse modo, tenho a certeza, numa ideia sem fim, eu posso dizer: dentro do abraço. Dentro do abraço do meu avô.”

 

Valter Hugo Mãe, As coisas mais belas do mundo

sábado, 9 de novembro de 2019

Desculpem mas não tenho saudade da infância

 


 

Sei que fui criada com amor, do pai à sua maneira tímida e pouco efusiva, da mãe de forma abnegada, mas dado os problemas de doença, talvez, numa agonia constante de impotência de tudo querer dar e não conseguir, dos meus titios e primos com gestos de verdadeira fraternidade e acolhimento.

Os meus primos, sobretudo, deram-me a conhecer um mundo alargado em múltiplas direções, a leitura que devorava dia e noite e da qual tirava notas refletidas  ajudou, também.

No entanto, apesar de ir sozinha e a pé para a escola, brincar na rua, ou no quinteiro do Couto, às vezes brincadeiras perigosas que ninguém superintendia e nunca nada aconteceu de monta, a não ser coisas divertidas, não esqueço o dia em que que me obrigaram a  “dar um bolo”  a uma amiga da 3ª classe, quando eu andava na primeira, e sabia o que ela não sabia, o que ocasionou, “apanhar” eu; as redações coletivas em que todos escrevíamos o mesmo sobre os passarinhos, o ter de decorar aqueles mapas, que, por acaso, o meu tio tinha no escritório e diziam respeito a terras que ele conhecia lá de África, mas que eu nunca tinha visto e aquele dia, já em 1973, em que a professora de Geografia, no seu ditado para o caderno, referiu os países da Cortina de Ferro e eu, que nunca tinha ouvido falar em tal, pus o dedo no ar e perguntei respeitosamente: “ é capaz de me explicar o que é a Cortina de Ferro?” Nunca imaginaria  a pergunta  sacrílega e que pudesse resultar numa ameaça de expulsão. Saudades disso? Não tenho nenhumas.


domingo, 20 de outubro de 2019

D. António Ferreira Gomes













D. António Ferreira Gomes com D. Manuel Martins (ainda antes de eleito Bispo de Setúbal) em julho/1969, nos dias do regresso ao Porto depois de 10 anos de exílio.
A jornada de ontem no Paço e na Sé do Porto foi uma digna e justa celebração daquele regresso. O dia coincidiu com os 60 anos do impedimento de entrada no país na fronteira de Valença, em 18 de outubro de 1959. Apesar to tempo invernal, o povo do Porto quis associar-se enchendo o auditório e, à noite, a Sé Catedral para um memorável espetáculo de teatro e música. (fundação SPES)



António Ferreira Gomes nasceu em Milhundos, a 10 de maio de 1906 e faleceu em Ermesinde a 13 de abril de 1906.  
Entrou para o seminário a 16 de outubro de 1916. Estudou filosófia e teológia em Roma, na Universidade Pontificia  Gregoriana, entre 1925 e 1928.
Aos 22 anos é ordenado  por D. António Augusto de Castro Meireles.  Mais tarde torna-se  prefeito e diretor de disciplina no Seminário de Vilar. Por impedimento do seu tio, cónego Ferreira Gomes, em 1936, exerce as funções de vice-reitor com funções de Reitor. Em junho de 1936, torna-se cónego da Sé do Porto, juntamente com Manuel Valente e Sebastião Soares de Resende. Manda colocar nas paredes do Seminário, as máximas: “De joelhos diante de Deus, de pé diante dos homens” e “Fostes resgatados por grande preço, não queirais tornar-vos servos dos homens” (1Cor 7, 23).
Entre 1948 e 1952 tomou a seu cargo o bispado das dioceses de Portalegre na qual contactou com a miséria do povo alentejano, que lhe teria dado um sentido mais real da vida, no Portugal salazarista. Perante isso, preconizava associações agrárias de inspiração cristã, com base na doutrina social da Igreja, para apresentar soluções para os problemas aí vividos.
De 1952 a 1958, notabilizou-se pela atenção à miséria social do povo português, pela crítica do corporativismo do Estado e pela exigência de livre expressão do pensamento e da ação política e de reunião.
A Carta pró-memória, enviado pelo bispo do Porto a Oliveira Salazar, (13 de julho de 1958) antes de um desejado encontro, questiona quatro possíveis objeções que o Estado teria à ação da Igreja e dos católicos e afirma: “ apenas sugiro e peço, mas isso com toda a nitidez e firmeza, o respeito, a liberdade e a não-discriminação devidos ao cidadão honesto em qualquer sociedade civil.”
Depois de um período em que Salazar se movimentou, em vão, para que a Santa Sé exonerasse o bispo, consegue que o bispo seja aconselhado a retirar-se para férias ( escondendo-se que seria uma saída sem retorno), em 24 de julho de 1959. Desta forma,
vê-se forçado a um exílio de dez anos, primeiro em Vigo e depois continuado em Santiago de Compostela e Valência. Colabora na acção pastoral de  Lourdes, Ciudad Rodrigo e Salamanca. A A estes locais vão muitos amigos apoiá-lo.

Durante, o Concílio Vaticano II, é membro da Comissão dos Seminários e Estudos, participando na aula conciliar com intervenções de interesse, relativas ao esquema dos bispos, do ecumenismo, da Igreja no mundo e da liberdade religiosa (1963-1965). A relevância das suas intervenções, juntamente com o  portuense D  Sebastião Soares de Resende são salientadas pelos estudiosos.
Em de 1969, devido a diligências da ala liberal, com a intervenção direta de Francisco Sá Carneiro, em colaboração com padres diocesanos atuantes junto da Nunciatura, Marcelo Caetano autoriza a sua entrada em Portugal.

De volta ao Porto envolveu-se na ação pastoral segundo as directrizes do Concílio Vaticano II. A mudança do título do jornal “Voz do Pastorl” para “Voz Portucalense” mostra bem qual o objetivo do seu apostolado.
Não deixa nunca de ser uma figura incómoda e polémica. São exemplos: a presença no julgamento do Padre Mário Pais de Oliveira nos dias 7 e 8 de janeiro de 1971, a homilia da paz de 1972 quando fala da teologia da guerra e inclui referências às «virtudes militares» dos capelães, o interdito à paróquia de Mozelos no dia 1 de janeiro de 1974.
Em 1969, prefacia os “ Contos Exemplares” de Sophia de Mello Breyner considerando que Sophia chega à verdade não pela via platónica grega, mas pela paixão invoca o mistério e a transcendência do ser humano, ao modo católico.

A mesma linha ética mantem-se após o 25 de Abril. O diálogo com a cultura moderna será o seu tema central desde 1976 até ao fim.
Na altura do PREC, a defesa da doutrina social da igreja e a denúncia dos extremismos, deram continuidade à sua defesa da tolerância e liberdade.

Em 1986, em entrevista à RTP, afirma: “eu professo que Deus é o Senhor da História e que a História tem sentido”.

“O homem existe, cumpre-se e pensa-se na história. E a história não existe, faz-se. É o homem que a faz e escreve; mas também é ela, feita e escrita, que faz o homem…”
Virá a confessar (Cartas, p.148) : "cremos e professamos que o Bem supera o mal, que onde abundou o pecado superabundou a Redenção e que no fim o Bem triunfará. É isto que dá sentido à história”
Perante a pergunta: “seremos nós os homens do fim?” (Cartas, p.139), D A “Penso e creio que a História tem um sentido, que o tempo é um dom de Deus e que os sucessivos avatares de encarnação [...] são passos [...] que sustentam o templo de Deus altíssimo” Ou mais adiante (Cartas, p. 148). Aceitou livremente a morte com plena lucidez, a 13 de abril de 1989. Também no seu fim adere à realidade e vive o último traço do seu itinerário com pleno humanismo cristão.
·         Barreto, António (coord.); Mónica, Filomena (coord.) (1999). Dicionário de História de Portugal. VIII. Porto: Livraria Figueirinhas. ISBN 972-661-165-2
·         BARRETO, José. «Adérito Sedas Nunes e o bispo do Porto em 1958» in Análise Social, vol. XLII (182), 2007, pp. 11-33.
·         Fernandes, António Teixeira (2001). Relações entre a Igreja e o Estado no Estado Novo e no pós 25 de Abril de 1974. Porto: Edição do autor. ISBN 978-972-95367-6-2
·         Ferreira, Manuel de Pinho (2004). A Igreja e o Estado Novo na Obra de D. António. Porto: Fundação Spes. ISBN 972-98147-6-7
·         LINDA, Manuel da Silva RodriguesAndragogia política em Dom António Ferreira Gomes. Porto: Fundação Spes, 1999. ISBN 972-98147-1-6
·         LINDA, Manuel da Silva Rodrigues . «D. António Ferreira Gomes e a Discussão sobre a Guerra Colonial». in Humanística e Teologia 24 (2003) pp. 111-123.
·         RÊGO, RaulO Caso do Bispo do Porto. Lisboa: Editorial República,



quinta-feira, 17 de outubro de 2019

HINO DA CATALUNHA

A História não tem nenhum valor



O hino da Catalunha tem a sua origem na Revolta dos Segadores que remonta a 1640.
A música é de Francesc Alió e foi composta em 1892, com base numa canção popular.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Sonata de Outono - José Tolentino

 

"Sonata de outono

E o outono vai-se instalando. A princípio nem parece uma estação. É quase um estado de alma, este tempo assim um pouco vago, em declive delicado, com a chuva ainda rala (mesmo se em alguns dias chega por aí aos tropeções) e o vento que parece um miúdo a aprender a assobiar. Olhamos com íntima estranheza para a brevidade destes primeiros dias, dos quais já não nos lembrávamos. Nas árvores, as folhas tremeluzem, indecisas e iluminadas, transmutadas em incríveis tonalidades. Os frutos têm perfume e sabores densos, tão diferentes daqueles que se saboreiam no verão.

Lembro-me de um poema de Miguel Torga, que gosto de pôr a tocar como uma pequena sonata de outono:

O que é bonito neste mundo e anima,

é ver que na vindima

de cada sonho

fica a cepa a sonhar outra aventura...

E que a doçura que se não prova

se transfigura

numa doçura

muito mais pura

e muito mais nova

 

Neste arranque de outono, deixo-me demorar nas palavras: "a doçura que se não prova". Tendo o privilégio de acompanhar a vida de muitas pessoas, sei que esta não é uma questão que se possa iludir. Há um momento na nossa vida, ou há momentos nela, em que fazendo um balanço, sentimos que ficámos aquém dos nossos próprios sonhos. Há dias e estações da nossa vida em que nos sentimos mendigos de nós mesmos. Esperávamos isto e aquilo que não aconteceu.

Desejávamos uma plenitude, uma fulgurância, um clarão e o que temos é uma estreita e baça normalidade. Sentimo-nos, sem saber bem como, a viver sob tetos baixos. Há uma espécie de doçura prometida que nos escapa, que fica adiada, que começamos talvez a julgar que já não será para nós, tão inacessível nos assoma. Por vezes, este sentimento vem aos 70 ou aos 40 anos. Mas também surge aos 20 ou aos 30. Recordo aquela frase terrivelmente verdadeira de um romance autobiográfico de Marguerite Duras: «Muito cedo na minha vida foi tarde de mais». Esta difusa melancolia, este sentir que a luz que interiormente nos alumia se tornou fosca e sem alcance são experiências muito alargadas. Por isso se diz que não dependem propriamente da idade os outonos interiores que atravessamos.

Existem é modos diferentes de encarar essa experiência, que, no fundo, nos é tão intrínseca e comum. Podemos desistir simplesmente de esperar, e largamos a vida no parque de estacionamento do pragmatismo mais raso. Podemos trocar a doçura que não conseguimos, por um tipo de acidez quotidiana, uma desconfiança sistemática a que nada nem ninguém escapam, e que se vai espalhando, entre a ironia e o desalento, contaminando tudo. Ou podemos, e esse é o olhar mais necessário, perceber que «a doçura que se não prova/se transfigura numa doçura/muito mais pura/e muito mais nova».

O outono não é, portanto, o fim da história. Se o soubermos agarrar, é sim um ponto de partida avançado, que nos permite essa coisa urgente que é a "transfiguração" da vida, através de um paciente e esperançoso trabalho interior."

 

José Tolentino Mendonça, Diário de Notícias, Madeira

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Morte

Santo Agostinho

 

 

“A morte não é nada.

Eu somente passei para o outro lado do caminho

Eu sou eu, vocês são vocês.

O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.

Me dêem o nome que vocês sempre me deram,

Falem comigo como vocês sempre fizeram

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,

Eu estou vivendo no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir

Daquilo que nos fazia rir juntos

Rezem, sorriam, pensem em mim, rezem por mim.

Que o meu nome seja pronunciado como sempre foi,

Sem ênfase de nenhum tipo.

Sem nenhum traço de sombra ou tristeza

A vida significa tudo o que ela sempre significou,

O fio não foi cortado.

Porque estaria eu fora dos vossos pensamentos,

Agora que estou apenas fora das vossas vistas?

Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,

A vida continua, linda e bela como sempre foi."


sexta-feira, 19 de julho de 2019

Zeca Afonso

 

Parlamento recomenda classificação da obra de Zeca Afonso

·         por Notícias de Coimbra

·         Julho 19, 2019

O parlamento aprovou hoje o Projeto de Resolução do Partido Comunista Português (PCP) que recomenda ao Governo a classificação da obra do músico José Afonso como de interesse nacional com vista à sua reedição e divulgação.

A resolução foi aprovada com a abstenção do Partido Socialista (PS), com exceção do deputado daquele partido Ascenso Simões, que votou favoravelmente ao lado de todos os outros partidos.

Quer o PS quer o Partido Social Democrata (PSD) e a deputada socialista Edite Estrela manifestaram intenção de apresentar uma declaração de voto sobre este assunto.

No documento, que recorda que a Associação José Afonso (AJA) recentemente lançou uma petição com este mesmo objetivo (que hoje conta com mais de 11 mil assinaturas), o grupo parlamentar do PCP defende “que é urgente preservar e divulgar a obra de José Afonso, permitindo o seu acesso a todos, pelo que considera que o Governo deve envidar todos os esforços para recuperar toda a obra do músico, tendo em vista a sua reedição”.

Esta semana, questionado pela Lusa sobre este assunto, o Ministério da Cultura, através de fonte oficial, afirmou que “reconhece a importância da obra de Zeca Afonso e está a articular e a desenvolver diligências com o representante dos herdeiros de Zeca Afonso para encontrar formas de localizar e preservar os ‘masters’”.

“O Ministério da Cultura já [se] reuniu com os herdeiros e qualquer diligência futura tem que ser adotada pelos herdeiros, em articulação com o Ministério da Cultura”, acrescentou ainda a tutela.

Os deputados comunistas lembram que se vão cumprir 90 anos do nascimento do autor de “Grândola, Vila Morena” no dia 02 de agosto e que urge classificar “a obra de José Afonso como de interesse nacional”, bem como avançar com o “desenvolvimento das diligências necessárias para recuperar toda a obra do músico, tendo em vista a sua reedição e divulgação”.

Em junho, aquando do lançamento da petição pela AJA, o presidente desta estrutura, Francisco Fanhais, salientava que se estava perante “um imbróglio jurídico, porque a Movieplay [editora que detém os direitos comerciais da obra de José Afonso] está em situação de insolvência e não se sabe do paradeiro dos ‘masters’ das músicas gravadas pelo Zeca Afonso”, o que compromete a reedição destes trabalhos.

Apesar de já ter havido contactos com o Ministério da Cultura, com a atual ministra e com o antecessor, a AJA decidiu lançar a petição com o objetivo de acelerar este processo de classificação da obra de José Afonso – que considera ser “referência maior da cultura musical portuguesa” -, com vista à sua proteção através de uma “especial tutela do Estado”.

Figura maior da cultura portuguesa, como o define o PCP, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu em 02 de agosto de 1929 em Aveiro e começou a cantar enquanto estudante em Coimbra.

“Em 1953, são editados os seus primeiros discos, ambos de 78 rotações e gravados no Emissor Regional de Coimbra da Emissora Nacional, com fados de Coimbra. Foram então editados pela Alvorada, não existindo hoje exemplares”, sublinha o partido.

No final da década de 1960 assina contrato com a Orfeu, pela qual edita a maior parte da sua obra: “Cantares do Andarilho”, “Contos Velhos Rumos Novos”, “Traz Outro Amigo Também”, “Cantigas do Maio”, “Eu Vou Ser Como a Toupeira”, “Venham Mais Cinco”, “Coro dos Tribunais”, “Com as Minhas Tamanquinhas”, “Enquanto Há Força” e “Fura Fura”.

José Afonso morreu no dia 23 de fevereiro de 1987, em Setúbal, de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada em 1982.

https://www.noticiasdecoimbra.pt/parlamento-recomenda-classificacao-da-obra-de-zeca-afonso/




quarta-feira, 17 de julho de 2019

A PROPÓSITO DAS MANIFESTAÇÕES DA CATALUNHA.



A História não tem interesse nenhum ……



Comemora-se no próximo 1 de dezembro, o 579 aniversário da restauração da independência portuguesa face aos filipes.
Os portugueses estavam descontentes porque além de Filipe IV não cumprir com as promessas assumidas nas Cortes de Tomar, os comerciantes portugueses e os territórios ultramarinos portugueses eram sistematicamente piratariados e atacados pelos ingleses, franceses e holandeses com os quais a Espanha estava em guerra. Os portuguese em geral não queriam ser forçados a combater na guerra dos 30 anos, na qual a Espanha era parte envolvente.
No entanto, um ponto alto deste descontentamento eclode quando a Catalunha se revolta contra o centralismo do Conde-Duque de Olivares. Filipe IV convoca a 7 de junho de 1640, D. João de Bragança e outros nobres para colaborarem na campanha de repressão à Catalunha que ia empreender. O Duque de Bragança negou-se tal como muitos outros nobres, começando, então, a congeminar uma conjura para depor Filipe IV, o que veio a ocorrer em 1 de dezembro de 1640, com pleno êxito.