terça-feira, 27 de novembro de 2018

Algodão doce




Que a noite seja rosa e aluarada. Mesmo em noites escuras, a lua é capaz de iluminar de tal forma, que nos transporta como um elefante cor de rosa da infância até outras paragens, para além do horizonte. Saiba eu colher o algodão doce e o sabor a queijo de um tempo longínquo mas sempre presente, saiba eu subir ao nível das crianças!
   





sábado, 24 de novembro de 2018

Black Friday


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O termo “Black Friday”  foi inicialmente aplicado ao crash do mercado do ouro dos EUA, em 24 de Setembro de 1869. Jay Gould e Jim Fisk juntaram-se para comprar o grandes quantidades de ouro, com o objetivo de aumentar o preço e vendê-lo com elevado lucro. No entanto, este esquema foi desfeito naquela sexta feira de setembro, fazendo entrar o mercado de ações em queda livre e levando à falência todos os acionistas da Wall Street.
Todavia, a história comumente mais repetida relaciona-se com o facto de, depois de um ano inteiro em que os comerciantes operaram com negócios fracos, “no vermelho”, as lojas obtiveram  lucros, no dia seguinte ao dia de Ação de Graças, já que os compradores em férias  aproveitaram os tradicionais descontos da época para comprar produtos, ou seja  fizeram a economia entrar em “preto”.
Com efeito, tradicionalmente, as perdas dão-se no “vermelho”, os lucros em “preto”.
No entanto, em 1961, em Filadélfia, tentou-se mudar a denominação de “Sexta feira Negra” para “Sexta-feira Grande”, marcando o boom de compras antes do Natal, mas a tradição sobrepôs-se.
Nos últimos anos, surgiu o mito que conta que, alegadamente, nos anos de 1800, os proprietários das plantações do sul costumavam comprar escravos com desconto no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças. No entanto, esta versão não tem bases na realidade.


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Pão por Deus








Pão por Deus

As oferendas aos mortos são comuns em diversas culturas, incluindo os celtas que habitaram a região, onde hoje se localiza Portugal, com pão, bolos, vinho e outros alimentos.Com efeito, os Celtas acreditavam que, nesta época de morte da natureza, os mortos voltavam à terra e era preciso apaziguá-los. A Igreja católica cristianizou esta prática como fez a muitas outras. Começou-se, então, a reservar lugar à mesa e comida para os mortos, bem como a  deixar um pão à porta, resguardado por um pano, com a intenção de honrar os mortos, mas também, socorrer algum pobre que por ali passasse. Esta tradição está documentada no século XV.

No ano seguinte ao terramoto de Lisboa de 1 de novembro de 1775, fez-se o pedido do “pão por Deus” para socorrer à miséria dos vivos, lembrando, ao mesmo tempo os mortos.

Mais recentemente, no dia 1 de novembro, Dia de Todos-os-Santos em Portugal, as crianças costumavam juntar-se em grupos para pedir o “ Pão por Deus” ou bolo de porta em porta.

“Pão por Deus,

Fiel de Deus,

Bolinho no saco,

Andai com Deus”

 

-Ó tia, dá Pão-por-Deus?

Se o não tem dê-lho Deus!

 

 

A coca, abóbora ou cabaça a lembrar uma caveira iluminada também remonta à mesma tradição Celta do Samhain.

 

Uma receita de Pão por Deus

 

3Kg de batatas

3Kg de farinha para bolos

1,750Kg de açúcar

10 Ovos

½ Litro de leite (morno)

½ Litro de Óleo/azeite

1 Colher de sopa fermento em pó

Raspa de um limão (ou mais a gosto)

Canela e erva-doce (a gosto)

Fruta seca (nozes, avelas, sultanas etc.) as nozes e as avelas partidas

Passa-se o puré de batata cozida junta-se os restantes ingredientes mexendo bem sendo que os frutos secos serão adicionados, no fim.

Pode-se fazer pequenas bolas e levar ao forno em tabuleiro forrado com farinha

Depois de cozido retira-se e limpa-se excesso de farinha com um pano embebido em óleo.

 

Quando pedem o Pão por Deus, as crianças recitam versos e recebem pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, tremoços, amêndoas ou castanhas, que colocam dentro dos seus sacos de pano.

 

Em Coimbra, existe o canto:

Bolinhos e bolinhós

Para mim e para vós,

Para dar aos finados

Que estão mortos e enterrados

À bela, bela cruz

Truz, Truz!

 

A senhora que está lá dentro

Sentada num banquinho

Faz favor de s’alevantar

Para vir dar um tostãozinho.

 

Se recebem oferendas:

:

 

Esta casa cheira a broa,

Aqui mora gente boa.

Esta casa cheira a vinho,

Aqui mora um santinho.

 

Se não recebem:

Esta casa cheira a alho

Aqui mora um espantalho.

Esta casa cheira unto

Aqui mora algum defunto

 

Nos Açores, existe a tradição das  “caspiadas”, ou “escaldadas”, que segundo Ernesto Veiga de Oliveira,  são uma espécie de pão  “de base achatada e arredondados por cima que lembram o topo de uma caveira humana”, honrando assim também os mortos.

Estas caspiadas, algures na Europa, eram conhecidos como o “topo de caveira”, por pretenderem imitar o crânio ou caveira.

As Caspiadas (ou Escaldadas), são bolinhos de base achatada e arredondados, do tamanho de uma mão fechada, com cerca de 12 cm de diâmetro, eram cozidas em forno de lenha, e confecionadas à base de farinha de milho, farinha de trigo, ovos, açúcar, leite, manteiga, pau de canela, erva-doce, folhas de laranjeira azeda e erva de Nossa Senhora.

O bolo deve ser enrugado para lembrar o topo de uma caveira, já que se trata de uma iguaria ritual, alusiva ao culto dos mortos, ou seja  ao cerimonial do Pão por Deus que decorre a 1 de Novembro.

Segundo o povo, as melhores são as que ficam com uma racha, o que  lembra mais a caveira.

Esta  tradição poderá ter origem num ritual tibetano do culto dos mortos, adoptada depois por algumas tribos célticas. Enquadrar-se-á, então, num conjunto de crenças religiosas de base Indo-Europeia, que terá chegado aos Açores com o seu povoamento por flamengos.  

   

Em alguns locais da região Centro, este dia é o  ‘Dia dos Bolinhos’ ou ‘Dia do Bolinho’.

Os bolinhos típicos são confecionados à base de farinha e erva doce com mel (noutros locais batata doce e abóbora) e frutos secos como passas e nozes. São chamados “Santorinhos” ou “Broas dos Santos”.

Em alguns locais, os padrinhos oferecerem um Santorinho aos seus afilhados.

 

José Leite de Vasconcelos, Etnografia Portuguesa vol VIII, Imprensa Nacional Casa da Moeda.

Ernesto Veiga de Oliveira, Festividades Cíclicas em Portugal, disponível em: Ernesto Veiga de Oliveira, Festividades Cíclicas em Portugal, https://books.openedition.org/etnograficapress/5888

J. Leite de Vasconcelos. Miscelânea Ethnographica, pág. 246.

Luís da Silva Ribeiro. Notas sobre a vida rural na Ilha Terceira (Açores). «Revista Lusitana». vol. 33. 1935. pág. 93.

 

https://www.youtube.com/watch?v=GNIstgWY9xM&list=RDGNIstgWY9xM&start_radio=1 – Pão por Deus

 

Origem do Halloween, hoje globalizado




SAMHAIN

Na Irlanda celta, cerca de 2.000 anos atrás, o Samhain é um ritual de passagem entre o verão e o inverno. Nestas passagens, há a noção em que se esbatem as fronteiras entre os vivos e os mortos. Desta forma, os antepassados da família são homenageados, enquanto se afastam os espíritos nocivos. As fantasias e máscaras que as pessoas envergavam têm essa mesma função de afastar o mal (o mesmo acontece noutras festas rituais, ex. festa dos rapazes em Trás-os-Montes). Outros rituais apotropaicos como as fogueiras também pretendem afastar o medo do mal. A comida é cozinhada para os vivos e os mortos. A preparada em honra destes últimos é partilhada com os menos abastados.
Os Irlandeses que emigraram para a América, durante a crise da década de 1840, levaram estas tradições nas quais foi incorporado o costume americano de esculpir abóboras na época das colheitas.
O cristianismo deu novo sentido a esta festividade, criando o dia de “Todos os Santos”.







sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Viva a República



Proclamação da República em 5 de outubro de 1910.
Apesar de gostar de príncipes e princesas nas histórias, é fundamentar que todos os nossos governantes não se sucedam, no poder, por laços de sangue, mas que possam ser eleitos, livremente, por nós. Viva a República!

Dia do Professor

5 de outubro – uma data com muito para comemorar.
Que bom ser o dia do Professor, também.
Obrigada a todos os meus professores. Bem hajam todos os professores!

Que possamos afirmar a importância que temos na sociedade!

E tu que achas?
Educar não é subjugar,
Não é seduzir.Não é impor, a todo o custo,
Os valores de cada um,
Os seus princípios e crenças. (…)
Educar é ajudar a formar em liberdade,
Pessoas de correta consciência.
Não se trata de pensarem
O que eu penso ou queria
Que os meus alunos pensassem.
Trata-se de saberem
Procurar a verdade sozinhos, ou juntamente com outros (…)

Miguel Ángel Guerra, Uma pedagogia da libertação
Professora ao longo da vida, de mala na mão, percorrendo várias paragens, sempre na ânsia de parar e libertar a aprendizagem.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Coliseu -1900

 

Ocorreu em 1976. Eu tiha 18 anos e estava a despertar para a vida política, força do 25 de Abril. O meu primo mais velho levava-me ao cinema com uma amiga como usualmente. Nemhum deles queria saber muito de política, mas o filme de Bernardo Bertolucci, 1900, era demasiado envolvente e a psicologia de massas fez o resto: Quando os trabalhadores em greve cantaram a Internacional, toda a gente, casa cheia, se levantou e deu as mãos a cantar em uníssono .... lindo ... era um povo que queria a mudança, a justiça social a fraternidade. Era eu que era utópica? Não, todos os portugueses viviam a utopia em maiores ou menores doses. Depois fomos deixando-a cair na lama!

http://www.coliseudoporto.pt/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=23&Itemid=160&lang=pt&limitstart=15

domingo, 2 de setembro de 2018

Santa Clara do Bonfim

 

Foi há 215 anos…

 

A festividade religiosa associada a Santa Clara, celebrada na freguesia do Bonfim no primeiro domingo de setembro, remonta a 1803. As relíquias desta Mártir Santa foram trazidas para a cidade do Porto, em 1798, pelo pintor portuense José Teixeira Barreto que, em finais do século XVIII, se encontrava em Roma a frequentar a Academia de Pintura. Após uma longa viagem, inicialmente por via marítima até Barcelona e, depois, por via terrestre, passando por Saragoça e Lisboa, as Relíquias de Santa Clara acabariam depositadas na Igreja de Nossa Senhora do Terço e Caridade, em Cimo de Vila, enquanto se preparava o seu altar na Igreja do Bonfim. As Relíquias da Mártir acabariam por ser transladadas para a Igreja do Bonfim no primeiro domingo de setembro de 1803. A partir de então, Santa Clara tornou-se alvo de grande devoção, a ela recorrendo sobretudo os marinheiros e as mães atormentadas por dores de parto, problemas de fala e de saúde dos seus filhos.




terça-feira, 17 de julho de 2018

Salamanca

 

Salamanca estava ligada através da estrada romana da Via de la Plata à cidade de Mérida a sul e a Astorga no norte. A ponte romana data do século I.

Casa de las Conchas do séc. XV é conhecida pelas 300 conchas da sua fachada, representado a Ordem de Santiago.  É a biblioteca pública de Salamanca.


A principal praça de Salamanca, como em muitas outras localidades de Espanha é a Plaza Mayor. A de Salamanca, um excelente exemplo da arquitetura barroca, é considerada por muitos como a mais bela de Espanha. Foi construída entre 1729 e 1755.

Salamanca entre outras designações é nomeada  La Dorada. Em 1988, a UNESCO declarou todo o conjunto do centro histórico de Salamanca como Património da Humanidade.











domingo, 13 de maio de 2018

BERRY BRAZELTON

 

O livro “O Grande livro da criança”  de Berry Brazelton  e o Dr Spock, como costumávamos apelidar ” à obra “Meu filho meu tesouro”  eram dois livros de cabeceira de jovens pais da minha geração. O primeiro revolucionário debruçando-se sobre o desenvolvimento emocional da criança até aos seis anos  e o outro  mais antigo, talvez erróneamante chamado o pai da permissividade, constituíam pilares da educação que os  pais deram aos filhos, a partir da geração de sessenta. Afinal um caso a estudar, ou já estará estudado?  Que influência exerceram na educação dos jovens de hoje?

Berry Brazelton partiu hoje com 99 anos, mas a sua obra perpetuá-lo-á!

terça-feira, 1 de maio de 2018

1º de MAIO


1º de maio, Dia do Trabalhador tema sua origem na manifestação de 500 mil trabalhadores nas ruas de Chicago, e numa greve geral em todos os Estados Unidos, em 1886.
Três anos depois, em 1891,em homenagem a esta luta, o Congresso Operário Internacional convocou, em França, uma manifestação que acabou com 10 mortos devido à intervenção policial.
No dia 23 de abril de 1919, o Senado francês ratificou as 8 horas de trabalho e proclamou o dia 1º de maio como feriado. Em 1920, a Rússia fez o mesmo.
Em Portugal, os trabalhadores assinalaram o 1.º de Maio, em 1890, o primeiro ano da sua realização internacional. As celebrações do Dia do Trabalhador consistiam em piqueniques de confraternização e discursos bem como  romagens aos cemitérios em homenagem aos operários e ativistas mortos durante a luta pelos direitos dos trabalhadores.
No final da Monarquia e durante a 1ª República, o sindicalismo português tornou-se mais organizado,  o que levou a que as celebrações de 1º de Maio se revestissem de ações reivindicativas.
Devido a esta ação, em 1919, foi consagrada na lei a jornada de oito horas para os trabalhadores do comércio e da indústria.
Durante o Estado Novo, os trabalhadores apesar da proibição de celebração do 1º de Maio, manifestaram-se diversas vezes. É o caso das manifestações dos pescadores, dos corticeiros, dos telefonistas, dos bancários, dos trabalhadores da Carris e da CUF . Nesta luta, destacam-se as greves e as manifestações de 1962, um ano após o início da guerra colonial em Angola. Neste ano, as revoltas dos assalariados agrícolas no Alentejo, que reuniram mais de 200 mil pessoas impuseram aos agrários e ao governo de Salazar a jornada de oito horas de trabalho diário.
É evidente que o 1º de Maio mais espontâneo de alegria e criatividade artística foi o primeiro 1º de Maio livre que se seguiu ao 25 de Abril de 1974.


Foto: Fátima Gomes

1º de maio de 1975


Foto: Fátima Gomes

quarta-feira, 25 de abril de 2018

25 de abril

 

&CONOMIA À 4ª

Abril tinha 3 D’s


Marco Capitão Ferreira 

Professor

25 ABRIL 2018 8:42

Para quem não se lembra – e hoje é um bom dia para lembrar – o Movimento das Forças Armadas traçou três objetivos à Revolução dos Cravos: Democratizar, Descolonizar e Desenvolver.

A Descolonização está nos livros de história, com os seus erros, tropeções e equívocos. Um dia, esperemos, as gerações que por ela não passaram conseguirão reencontrar na pátria da língua e da cultura mais o que as una do que o que as separe.

A Democracia está como Churchill nos disse que estaria: a pior forma de governo, à exceção de todos os outros já experimentados ao longo da história.

Sendo meu dever escrever aqui – vagamente, por vezes; bem sei, tenham lá paciência – sobre Economia vou olhar especialmente para o D de Desenvolver. O desenvolvimento de um País – como, aliás, a defesa da Democracia – são tarefas permanentes, em bom rigor nunca terminadas.

Somos mais, divorciamo-nos mais, temos 4 vezes mais idosos para cada jovem (e que desafio isso nos traz).

Temos o dobro das casas com água canalizada. Quase 100%, aliás.

Há cinco vezes menos analfabetos, dez vezes mais alunos no ensino secundário, e mais de metade dos doutorados são mulheres. Em 1974, elas eram cerca de 10%.

A mortalidade infantil caiu do triplo da média europeia para um valor um pouco abaixo dessa média.

Temos mais médicos. Mais professores. Mais polícias. Melhor rede viária. E fizemos o Alqueva. E ainda bem. Nem todas as ideias do Estado Novo eram más. Só a esmagadora maioria.

Temos um Serviço Nacional de Saúde que funciona mal, mas existe e é de nós todos e a todos nos protege nos momentos de maior vulnerabilidade.

Temos um sistema de Segurança Social imperfeito. Mas temo-lo. As reformas são baixas? São, mas acodem a todos, e não só a alguns.

Em 44 anos de Abril acertámos em muito e falhámos noutro tanto. Mas este País já não é aquele. Nunca ninguém disse que cumprir Abril era tarefa só dos nossos pais e avós. Não é. Onde eles falharam teremos nós de acertar. A responsabilidade é nossa. E dos nossos filhos e filhas.

Temos um país mais livre, mais justo, mais próximo do ideal de abril do que o país em que se fez abril.

Mas abril fez-se – também – por esta razão: não se aceita um país desigual, com demasiada pobreza, que falha muitas vezes aos mais frágeis. E o nosso ainda é demasiado assim. Não é preciso, hoje, uma revolução nas ruas. É preciso uma revolução em nós. Façamo-la.

 

https://expresso.pt/blogues/bloguet_economia/economia_quarta/2018-04-25-Abril-tinha-3-Ds

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Virtualidades dos defeitos

 

O VASO CHINÊS

Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.

Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito. Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada do rio até casa, enquanto o rachado chegava meio vazio.

Durante muito tempo a coisa foi andando assim, com a senhora chegando a casa somente com um vaso e meio de água.

Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.

Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota de ser 'rachado', o vaso falou com a senhora durante o caminho:

'Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho faz-me perder metade da água durante o caminho até a sua casa...'

A velhinha sorriu:

-Reparaste que lindas flores há somente do teu lado do caminho? Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. E todos os dias, enquanto a gente voltava, tu as regavas. Durante dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa.

Cada um de nós tem o seu próprio defeito. Mas é o defeito que cada um de nós tem, que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.

É preciso aceitar cada um pelo que é...

E descobrir o que há de bom nele.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Stephen Hawking e o feminismo

 

Stephen Hawking disse um dia que “este não seria um grande universo se não fosse a casa das pessoas que amamos”

                                                           

Doutorado em cosmologia, Hawking foi professor de Matemática e fundador do Centro de Cosmologia Teórica da Universidade de Cambridge.

Dotado de um grande sentido de humor, participou em séries de comédia, como "Teoria do Big Bang" ou "The Simpsons" .

O filme “A teoria de tudo” retrata a sua vida.

Stephen Hawking morreu no mesmo dia e mês em que nasceu  Alberto Einstein. 

Tinha 76 anos e há 55 que vivia preso ao corpo. Sofria de Esclerose Lateral Amiotrófica.


Esta semana, o Professor Stephen Hawking deu uma bela lição sobre igualdade de género a Piers Morgan, o apresentador do programa Good Morning Britain que tem sido alvo de duras críticas pelos seus consecutivos comentários sexistas. Desta vez, o tiro saiu-lhe pela culatra.

Ridicularizar as mulheres – ou melhor, as pessoas - que se assumem como feministas recorrendo a insultos como as expressões “feminazis” ou “mulheres raivosas” tem sido a posição de Piers, que ainda no início deste ano considerou a Marcha das Mulheres “um evento totalmente absurdo”. Para vincar a sua opinião, decidiu gozar com aquela gigante manifestação mundial pela igualdade de género, com mais de 100 tweets jocosos partilhados ao longo do dia 21 de janeiro. Na recente conversa com Hawking, Morgan decidiu puxar o tema alegando que, se olharmos para a ascensão política feminina no Reino Unido (com Theresa May como primeira ministra do Reino Unido e Nicola Sturgeon como primeira ministra da Escócia, por exemplo), finalmente “estamos a ter provas científicas” relacionadas com a igualdade de capacidades entre homens e mulheres. A resposta de Hawking:

“Não é uma prova científica sobre a igualdade de género que é necessária, mas sim a aceitação geral de que as mulheres são pelo menos iguais aos homens, ou melhores que eles”. Clara, curta e concisa, esta mensagem disse tudo. Contudo, o Professor foi ainda mais longe nesta verdadeira lição de civismo dada a Morgan e a todos os que seguem a sua redutora linha de pensamento. "Se considerarmos as mulheres de alta potência, como Angela Merkel, parece que estamos a assistir a uma mudança sísmica para as mulheres acederem a posições de alto nível na política e na sociedade", explicou Stephen Hawking, aproveitando para reforçar o que muita gente continua a não querer ver. “Mas ainda há um fosso grande entre aquelas mulheres que alcançam um alto status público e aquelas no setor privado. Congratulo-me com estes sinais de libertação das mulheres.”

 

“O PROFESSOR É FEMINISTA?”. RESPOSTA: “SIM”.

 

Particularmente quando entrevista mulheres, Piers Morgan tem uma tendência clara para interrompê-las nas suas respostas quando o tema é igualdade de direitos e de oportunidades entre géneros (espreitem por exemplo os vídeos do programa feitos sobre a sessão fotográfica de Emma Waston para a Vanity Fair ou a entrevista a Sophie Walker, líder do Women's Equality Party). Mas com Stephen Hawking à frente, parece que lhe faltou o habitual à vontade para interromper entrevistados ou ridicularizar o tema do feminismo. Em tom de fim de tópico, ficou outra questão chave: “O Professor é feminista?”. E a resposta: “Sim. Sempre apoiei os direitos das mulheres. Fui eu que mudei o sistema de admissão de mulheres na minha faculdade, Gonville & Caius College, Cambridge. Os resultados foram totalmente positivos.”

Em poucos segundos, Stephen Hawking deu uma lição a todos os que não percebem a importância do feminismo ou que, por preguiça ou ignorância, não entendem sequer o significado da palavra e o que ela defende. Ser feminista não é querer a supremacia feminina sobre os homens. Não é uma competição, nem tampouco uma apologia à redução de direitos do universo masculino. É, sim, perceber que no mundo existe uma disparidade clara entre homens e mulheres no que toca a direitos universais, ao poder de decisão e a acesso a oportunidades, por exemplo. É, como diria Stephen Hawking, aceitar de uma vez por todas que não é o género com que nascemos que nos define enquanto pessoas, seja nas nossas capacidades, seja nos nossos papéis em sociedade. E que é urgente que esse fosso de igualdade entre homens e mulheres seja reduzido. Porque uma sociedade mais paritária é uma sociedade mais justa, mais livre, mais digna, mais equilibrada e, é claro, também mais competitiva. E todos – todos! – temos a ganhar com isso.

Se tiverem um bocadinho espreitem a entrevista completa.

 

http://expresso.sapo.pt/blogues/bloguet_lifestyle/Avidadesaltosaltos/2017-03-21-Uma-licao-de-feminismo-dada-por-Stephen-Hawking#gs.XTTCtHk

 


quinta-feira, 8 de março de 2018

O DIA DA MULHER DEVE SER UM DIA DE LUTA


O Dia Da Mulher deve ser um dia de Luta



Em 1907, um grupo de mulheres fundara o “Grupo Português de Estudos Feministas”, com o objetivo de divulgar os ideais da emancipação feminina.  Este irá dar origem à  “Liga Republicana das Mulheres Portuguesas”,  com a finalidade de instruir a mulher portuguesa, nos princípios democráticos e promover o ideal republicano. Em 1911, surge  a “Associação de Propaganda Feminista”, que defende os direitos das mulheres e a reivindicação do sufrágio feminino restrito.
A primeira lei eleitoral da I República Portuguesa, datada de 1911, reconhecia o direito de votar aos “cidadãos maiores de 21 anos que saibam ler e escrever ou sejam chefes de família” o que abre a possibilidade de Carolina Beatriz Ângelo, médica cirurgiã, ativista dos direitos femininos e fundadora da Associação de Propaganda Feminista, vote nas eleições para a Assembleia Constituinte de 1911, salientando a sua condição de chefe de família, já que era viúva e mãe. No entanto, a lei eleitoral foi alterada em 1913, expressandoa o direito de votar aos “cidadãos do sexo masculino, maiores de 21 anos que saibam ler e escrever”.
Em 1931, o direito de voto é concedido às mulheres com cursos secundários ou superiores. Os homens apenas tinham que saber ler e escrever.
Em 1946, a lei eleitoral alargou o direito de voto às mulheres chefes de família e às casadas que, sabendo ler e escrever, tivessem bens próprios e pagassem pelo menos 200 escudos de contribuição predial. No que se refere ao género masculino, podia ser analfabeto mas podia votas se pagasse pelo menos 100 escudos de impostos.
No governo de Marcelo Caetano, em 1968, foi reconhecido o direito de voto às mulheres portuguesas, ainda que as Juntas de Freguesia continuassem a ser eleitas apenas pelos chefes de família.
 Só após 25 de Abril de 1974, o voto se torna universal, extensivo a todos os cidadãos maiores de 18 anos.
A atual Constituição da República Portuguesa consigna no seu Artigo 13.º :
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.”

No entanto, a Comissão para a Igualdade de género é, ainda, uma necessidade real.