sexta-feira, 29 de julho de 2016

LIBERTAÇÃO DOS CAMPOS NAZIS

A LIBERTAÇÃO DOS CAMPOS NAZIS


As tropas Aliadas  no seu movimento de libertação dos territórios ocupados pelos Nazis, depararam-se com dezenas de milhares de prisioneiros em campos de concentração. Muitos haviam conseguido sobreviver às longas "marchas forçadas" que foram obrigados a fazer entre os campos da Polónia ocupada até o interior da Alemanha. Depois de tanto sofrimento, encontravam-se muito debilitados, sofriam de inanição e diversas enfermidades.

As forças  da U.R.S.S  foram as primeiras a chegar ao campo de Majdanek, próximo à cidade de Lublin, na Polónia, em julho de 1944. Ainda surpreendidos com este avanço,  os alemães tentaram esconder as evidências do extermínio em massa demolindo o campo e incendiando o  enorme crematório, no entanto, não tiveram tempo de fazer desaparecer as câmaras de gás. Também, no verão de 1944, os soviéticos chegaram aos campos de extermínio de Belzec, Sobibor e Treblinka, já demolidos pelos alemães em 1943, depois de terem dizimada a maioria dos judeus da Polónia.  

Em 27 de janeiro de 1945 os soviéticos libertaram Auschwitz, o maior de todos os campos de concentração e de extermínio. Nessa altura, já a maioria dos prisioneiros havia sido levada para o oeste da Alemanha, em ações conhecidas como "marchas da morte", no entanto, ainda assim, foram encontrados vivos milhares de prisioneiros esqueléticos.  Embora os alemães em fuga tivessem destruído a maioria dos depósitos daquele campo, noutros campos, os soviéticos encontraram os pertences das vítimas dos nazis, bem como centenas de milhares de fatos masculinos, cerca de 800.000 vestidos, e mais de 7.000 quilos de cabelo.

Nos meses seguintes, foram libertados outros campos nos países Bálticos e na Polónia e, um pouco antes da rendição alemã, os campos de Stutthof, Sachasenhausen e Ravensbrueck.

As forças norte-americanas libertaram o campo de concentração de Buchenwald, próximo de Weimar na Alemanha, em 11 de abril de 1945, poucos dias após os nazis terem iniciado a sua evacuação. Nesse dia, uma organização secreta de resistência, formada por prisioneiros, conseguiu atacar e controlar Buchenwald, evitando  as habituais  atrocidades cometidas pelos alemães antes de se retirarem. Neste campo, foram libertados mais de 20.000 prisioneiros e posteriormente, as forças americanas também libertaram os campos de Dora-Mittelbau, Flossenbürg, Dachau e Mauthausen.

As forças britânicas dirigiram-se para o norte da Alemanha, libertando os  campos de concentração de Neuengamme e,  em meados meados de abril de 1945, entraram em Bergen-Belsen, próximo de Celle, no qual encontraram  cerca de 60.000 prisioneiros com vida, embora a maioria estivesse atacada de tifo. Com efeito, mais de 10.000 sobreviventes morreram após a libertação em consequência de subnutrição e doenças várias.

Nos campos libertados, foram observadas condições infra-humanas, pilhas de corpos sem enterramento e  uma baixíssima percentagem de sobreviventes esqueléticos devido ao trabalho forçado e à subnutrição, bem como aos maus tratos.

Como grassava a doença nestes campo, muitos tiveram que ser queimados para evitar a propagação das epidemias.

Somente após a libertação dos campos e do julgamento de Nuremberga é que o mundo se deu conta da real finalidade destes locais.

Os sobreviventes enfrentaram um longo período de restabelecimento físico e psicológico. 

https://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10005131- 29-07-2016

Visita do Papa Francisco a Auschwitz-Birkenau





Francisco atravessou sozinho o portão de Auschwitz, com a inscrição "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta) colocada pelos nazis durante a II Guerra Mundial (1939-1945).

O campo começou a funcionar em 1940 e terminou em 1945, com a chegada das tropas soviéticas, estimando-se que tenham morrido 1,3 milhões de pessoas, sobretudo judeus, ciganos, russos, presos políticos e polacos.

O Papa São João Paulo II e o Papa emérito Bento XVI visitaram Auschwitz em 1979 e 2006, respetivamente.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=306&v=5ooSLA1K0l8

quarta-feira, 20 de julho de 2016

PORTUGAL E O HOLOCAUSTO - uma sugestão pedagógica

Depois de constituídos os grupos tendo em linha de conta o máximo equilíbrio possível de personalidades diferentes, os alunos serão convidados a ler os seguintes extratos do livro “O Pintor debaixo do lava-loiças”.
Posteriormente, será projetada uma aplicação em P. P. referentes à política de Salazar perante o Nazismo.

http://www.slideshare.net/mariafimgomes/salazar-e-os-judeus



Será sugerido, então, que os alunos encontrem o maior número de problemas/desafios e os escrevam numa folha em branco que deve circular por todos os membros do grupo, assegurando a igualdade de participação.
Quando a professora achar que os alunos já formularam os problemas suficientes, pedir-lhes-á que se concentrem, apenas, em cinco mais relevantes.
Estes problemas devem ser formulados em forma de pergunta.
Por exemplo: “Uma vez que Salazar declarou Portugal neutral, por que razão não permitia a entrada indiscriminada dos judeus?”
Os alunos serão convidados a pesquisar na Net o tema, em sítios para isso selecionados.
Depois desta pesquisa, os alunos, serão de novo convidados a encontrar o máximo de soluções, tendo para isso que escrever numa folha em branco o maior número de soluções que lhes ocorra, obedecendo, tal como na primeira fase, ao princípio de igualdade de participação. Posteriormente, deverão escolher as cinco melhores soluções que sejam capazes de responder aos cinco problemas anteriormente formulados. As soluções devem integrar: “quem; o quê; porque; como; onde; quando”, bem como flexibilidade e clareza.
Como tarefa final, os alunos deverão elaborar um texto que integre os problemas formulados e as soluções encontradas para os resolver.


                        



História problema

Extratos do livro “O Pintor debaixo do lava-loiças” de Afonso Cruz


“ - Parece-me que o desenho que está a fazer é o antigo hospício que aqui existia. Foi deitado abaixo há cerca de um ano e meio. (…)
Sors perguntou pelos pacientes e o homem foi perentório, incisivo.
- Eram só judeus, isto era um hospício para eles. Foram todos abatidos dentro dos edifícios. Nenhum chegou a sair. Ouvi gritos a noite toda e tiros e risos. Ao que parece não faria sentido levá-los para um campo de concentração.
Josef Sors (…) decidiu voltar para os Estados Unidos (…) Arranjou um passaporte falso e passou a fronteira para a Áustria, depois para o Norte de Itália e Suiça (….)
“Os tempos não estavam para risos, mas os portugueses passeavam pelas ruas a rirem-se. Sors achava tudo despropositado. Ninguém pode rir quando há nazis. Não há nada mais incompatível.
Sors chegou a lisboa em junho de mil novecentos e quarenta, e nessa altura via pessoas alegres, as ruas cheias de gente. À noite viam-se marchas populares, estava tudo iluminado. De onde Sors vinha (Bratislava) andava tudo às escuras. (…) Lisboa era exatamente o oposto.
Comiam-se sardinhas (bastante gordas, por sinal), e o passado português era exaltado: o império, as colónias, os Descobrimentos. Sors sentou-se numa pastelaria da rua Garrett, cruzou as pernas e acendeu um cigarro. Bebeu um café (que achou demasiado torrado, demasiado amargo) e ficou a sentir o sol bater-lhe na cara. Lisboa era cheia de luz, apesar de Sors não ver nenhuma na sua vida. Um engraxador sentou-se à sua frente e Sors deu-lhe uma moeda. O homem, franzino e de bigode preto, passou-lhe graxa nos sapatos demasiado usados. Ao fundo ouvia-se recitar Camões. (…) Um senhor que se sentava na mesa ao lado aproximou-se em francês.
- Posso sentar-me?
- Por favor – disse Sors, apontando para uma cadeira.
- Sabe qual é a diferença, a diferença cientificamente exata, entre Camões e um português médio? Sors encolheu os ombros, mostrando que não fazia ideia.
- Camões distingue-se do português médio por ter menos uma pala nos olhos – disse o homem.
- Celebram o seu passado e parecem alegres.
- Para que fique claro, a portugalidade define-se assim: o nosso sucesso é uma ponte entre dois fracassos. Para ver a quantidade de pessimismo que existe em cada português: uma ponte entre dois fracassos. Nós somos um povo fatal, caro senhor, fatal: para nós, o destino está escrito. Ah, se ao menos soubéssemos ler!”
(…)
“Joseph Sors costumava passear pelo Estoril, pela praia durante o dia, e à noite sentava-se perto do casino.
(…) Uma mulher jovem saiu do casino e reparou em Sors. (…) Ela tirou um cigarro e acendeu-o. (…)
- Chamo-me Klára – disse ela, estendendo a mão a Sors.
- Nome falso ou verdadeiro?
- É importante?
Sors encolheu os ombros (…)
- Conheço um bar que fica aberto a noite toda.
Sors hesitou.
- Eu pago – disse ela – acabo de ganhar algum dinheiro no bacará. O dinheiro que se ganha no vício não fica bem gastá-lo com virtudes. Vem?
Sors inclinou a cabeça, e apanharam um táxi para Alfama. O bar era pequeno, cheio de estrangeiros. Klára e Sors sentaram-se perto da porta, na única mesa vaga. Pediram duas cervejas. Um casal de americanos dançava entre as mesas.”
(…)
“- No outro dia – disse Sors - , um homem sentou-se ao meu lado no café. Disse que os portugueses não são descendentes dos que partiram nas caravelas para descobrir novos mundos, mas sim dos que ficaram cá.”
(…)
“- pelo que tenho visto do mundo civilizado ou lá que selvajaria é esta, a maior parte da bondade humana é pura maldade. Mas não deixe de tentar: para que a realidade se torne um sonho é preciso que um sonho se torne realidade.
Saíram do bar depois do amanhecer, Klára partia no dia seguinte (desejo-lhe sorte, foi o que ela disse a Sors enquanto lhe entregava um cartão pessoal).”
(…) “Joseph Sors haveria de conhecer várioa refugiados como Klára. Conheciam-se, passavam de raspão pelas vidas uns dos outros. Depois partiam para outro país, para o Brasil, para os Estados Unidos, ou eram presos, ou eram mandados de volta. (…)
Sors esteve vários meses em Lisboa, na esperança de conseguir embarcar para os EUA, até a polícia o mandar para a Casa de Refugiados da Figueira da Foz, pois tinha o passaporte caducado.
Quando chegou, havia dois polícias à sua espera. Um deles, o mais baixo, pediu-lhe os documentos. Sors entregou-lhe o passaporte fora do prazo. O polícia olhou para ele e para a cara de Joseph Sors. Leu alto o nome (o nome falso) e virou o passaporte de lado, depois de pernas para o ar. Levantou-o à altura dos olhos para ver alguma coisa à transparência.
-O senhor vai ser mandado de volta.
Sors abriu a boca. Sentia areia entre os dentes, na língua, nas gengivas. Sentia aquelas vertigens de quem cai pela vida abaixo. Sors era daquelas pessoas que batem no fundo e o fundo não passa de mais um degrau.
Venha comigo – disse o polícia.”
(…)
“Quando passaram por um quiosque, o polícia parou para falar com o dono. Sors começou a correr (…) Resolveu seguir a rua que ia dar ao casino da Figueira. Era a única que era a subir. Se o polícia não está em grande forma, ficará sem forças na subida, pensou Sors.”
(…)
“ O Sr. Costa tinha uma loja de fotografias na rua que ia do jardim para o Casino Peninsular. (…) Joseph Sors entrou ofegante nessa loja. Disse que queria tirar uma fotografia. O Sr. Costa até comentou: nunca vi ninguém tão ansioso por ver-se retratado. A mulher, a D. Rosa, que estva do lado de dentro do balcão, junto à montra, viu um polícia da PVDE, a correr. Fez sinal ao marido e ele mandou Sors esconder-se atrás do balcão. O agente Teixeira entrou com as sobrancelhas carregadas e a respiração rouca. Tinha perdido o chapéu. Endireitou-se, fingindo que não estava quase a desmaiar pelo esforço que tinha feito a correr pela rua acima. Entalou a camisa branca para dentro das calças e ajeitou o cabelo.
- Onde é que está o judeu?
- Qual judeu? – perguntou o fotógrafo.
- Não entrou aqui um judeu?
- Entrou está ali no estúdio à espera que eu lhe tire uma fotografia.
O polícia correu para o estúdio, abrindo o pesado cortinado que o separava do resto da loja. Ao olhar lá para dentro viu um senhor alto que alisava o cabelo com um pente de plástico e borrifava a cabeça com “água para melhor domar o penteado. Tinha na mão esquerda um borrifador de borracha verde. Quando viu o polícia tirou os documentos e mostrou-os com as mãos a tremer. António Teixeira deu meia volta furioso. Não era aquele judeu.
- Não é este judeu que eu perseguia. Onde é que está o outro?
O Sr. Costa revirou os bolsos para fora e disse:
- Só atendo um judeu de cada vez. Agora é este. Passe por cá noutra altura que há-de encontrar outro.
O polícia bufou. Hei-de encontrá-lo, disse. À saída da loja cuspiu para o tapete da entrada.”
(…)

“- Tem para onde ir? –  perguntou a D. Rosa.
- Sugeriram-me um campo de concentração.
- Que tal a nossa casa?
. Seria melhor.
- Fechamos a loja às sete. Saímos nessa altura – disse o fotógrafo – O polícia que o perseguia, o Teixeira, nunca dura para a noite, que a aguardente que bebe durante o dia não deixa. Tenho o carro estacionado em frente.”
(…)
“Por baixo do lava-loiças havia um espaço relativamente grande, que se prolongava por baixo do fogão. Foi aí que se estendeu um colchão e foi aí que Sors passou a dormir, escondido atrás da lenha, com medo que os agentes da PVDE aparecessem a meio da noite.”
 “numa terça-feira, quando o Sr. Costa e a D. Rosa chegaram da loja, Sors cantava. Virou-se quando os viu chegar e abraçou os dois enquanto rodopiava pela sala. Tinha uma fotografia na mão. Quando a D. Rosa lhe perguntou o que se passava, ele mostrou o retrato da minha mãe!
Agarrou nos ombros do Sr. Costa, dizendo que a sua mãe estava viva e não tinha sido morta no hospício. Estava ali o retrato dela (…) tinha a certeza absoluta. Por trás de cada fotografia havia um carimbo com a data. Sors leu a data daquela: 12-01-1940. Ela está viva, repetia ele.
- Lembra-se de tirar este retrato? – perguntou ele, mas o Sr. Costa não se lembrava. Tirava dezenas por dia e fazia-o desde os doze anos.”
(…)
“- Quem sabe se na Casa dos Refugiados da Figueira da Foz – sugeriu o Sr. Costa – alguém nos poderá dar alguma informação sobre a sua mãe.
- Ou talvez ela esteja lá. Leve a fotografia, senhor Costa, leve a fotografia.”

“ O Sr. Costa vestiu-se com o seu melhor fato e pôs um chapéu. Quando chegou à Casa dos Refugiados já era Páscoa judaica. Sors tinha-o avisado: esta noite celebramos a Páscoa, por isso estará lá toda a gente. É uma ótima altura para encontrar a minha mãe.
A senhora que abriu a porta da Casa dos Refugiados, alta e magra, disse ao Sr. Costa.
- Volte noutra altura, estamos a celebrar a Páscoa, aquele momento em que tivemos de partir, de abandonar a vida antiga, de deixar tudo para trás. O pão nem teve tempo de levedar.
O Sr. Costa insistiu. Queria falar com o rabino. A senhora, alta e magra, depois de várias súplicas, decidiu emprestar-lhe um Kippah, de modo a que ele se pudesse sentar à mesa. O St Costa pediu ajuda para pôr o chapeuzinho (como ele disse). A senhora corrigiu:
- A Kippah. É assim que se chama.
- Parece um cogumelo – disse ele.
A senhora, alta e magra, torceu o nariz e mandou-o entrar. Ele sentou-se ao pé de uma senhora chamada Katarina. Vim da Checoslováquia, disse ela ao Sr. Costa, que tentava perceber o que deveria fazer com a comida que estava à sua frente.
- Faça o que eu faço, siga-me – disse Katarina. – O senhor vai atravessar o deserto comigo, andamos todos a fugir do Faraó, nem é preciso fazer de conta, estamos mesmo. É o nosso destino.
A cerimónia foi decorrendo com o pão ázimo (o tal que não teve tempo de levedar), e com muitas outras coisas que o Sr. Costa não saberia acompanhar (apesar de ser descendente de cristãos novos). Mas foi caminhando por aquela refeição com a ajuda de Katarina.
Depois de um trago de vinho, inclinaram-se todos para a esquerda. Exigência ritual, que o rabino aproveitou para interrogar: por que motivo nos inclinámos para a esquerda e não para a direita? A maior parte das respostas diziam: “porque é o lado do coração”. Até o Sr. Costa disse isso: é o lado do coração! - exclamou com entusiasmo.
- Não – respondeu o rabino: - ´E porque devido à nossa anatomia, se nos inclinarmos para a esquerda não nos engasgamos.
E continuou a ler a Haggadah e as pessoas continuaram a conversar e a cantar quando o momento o exigia ou o permitia. Repetiram “dahy-dahyenu, dahy-dahyenu, dahy-dahyenu, dahy-dahyenu, dahyenu” mais vezes do que seria ortodoxo. A canção presta-se a isso.”
(…)
“No final, o Sr. Costa conseguiu falar com o rabino.
O Sr Costa “tirou do bolso a fotografia da mãe de Josef Sors. Mostrou-a ao rabino, que ajeitou óculos com o indicador (que parecia um galho seco) e abanou a cabeça – não porque não a tivesse reconhecido, mas como um tique. O Sr. Costa ficou a olhar para ele com os olhos despedaçados.”
(…)
“O rabino semicerrou os olhos e voltou a olhar para a fotografia. Ficou assim uns momentos, depois levou a mão aos olhos, levantando ligeiramente os óculos, e com o polegar e o indicador apertou a cana do nariz como se estivesse a espremer as suas memórias. Enão disse:
- Acho que esta senhora passou aqui algumas semanas. O apelido dela era Sors. Foi-se embora” com “um visto para os EUA. Talvez usando documentos falsos.”

“A viagem para Lisboa fez-se sem quaisquer problemas. O navio haveria de partir do cais da Rocha Conde de Óbidos num sábado. (…) Sors folheava com frequência o seu novo passaporte falso. Ainda não acreditava que o fotógrafo lhe tivesse conseguido arranjar um visto para os Estados Unidos. O rabino da Casa de Refugiados dera uma ajuda inestimável, pondo o Sr. Costa em contacto com um excelente falsificador conhecido por Delacroix. O visto não fora tão fácil. Só depois de o tentar obter de inúmeras maneiras o fotógrafo se lembrou de pedir ajuda a um dos seus irmãos que era inspector de casinos. Ele conhecia todas as pessoas certas. O visto foi concedido uma semana depois.”

PASSADO-PRESENTE

, atentamente, o texto:

Médio Oriente: um conflito entre “irmãos”

Palestina (onde veio a ser formado o Estado de Israel) tinha sido a primeira pátria dos Judeus (ou Hebreus), que na sua maioria foram forçados, ao longo dos tempos, a abandoná-la, espalhando-se por todo o mundo. As populações que permaneceram ou que, aí se foram estabelecendo, viriam a converter-se ao Islamismo.
Em 1920, a Palestina passou a ser administrada pela Inglaterra, por mandato da Sociedade das Nações (SDN). Para responder aos anseios de muitos Judeus, que desejavam reconstituir a “pátria judaica”, a Inglaterra foi favorecendo a sua fixação na Palestina.
Todavia, a população muçulmana (os Palestinianos) reagiu com hostilidade à “invasão” dos Judeus que, terminada a 2.ª Guerra Mundial, se dirigiram aos milhares para a Palestina. E, quando, em maio de 1948, com o acordo da ONU (Organização das Nações Unidas), os Judeus proclamaram o Estado de Israel, vários países recusaram-se a aceitar a existência do novo Estado. Árabes e Israelitas envolveram-se, a partir de então, numa série de guerras. Estes conflitos perduram até aos nossos dias.
Adaptado Rémond, R.- Introdução à História do Nosso Tempo



 




1- Localiza, no mapa, a Palestina.

2- Explica, a partir da análise do texto “Médio Oriente: um conflito entre “irmãos”, a criação do Estado de Israel.


3 - Lê, atentamente, (em TPC)  o texto apresentado “Epílogo” da obra “História da Palestina Moderna – uma terra, dois povos” de Ilan Pappe.















3.1. - A partir do Epílogo da obra “História da Palestina Moderna” de Ilan Pappe e do vídeo  "Conflito entre Isarel e a Palestina", completa a cronologia com os principais marcos da História da Palestina.
1948-
Anos seguintes - Os Israelitas expandem-se conseguindo território que não lhes tinham sido atribuídos, forçando meio milhão de palestinianos a abandonar a sua casa, refugiando-se, em campos de refugiados, na Cijordânia e em Gaza (administrados pelo Egito, nesta altura). É o chamado NaKbah – tragédia – fonte, ainda, do conflito atual.
1967 -
1973 -
1987- 1ª Intifada-
1993 -
2000- 2ª Infada-
2006 -
2014 –

4- Aponta uma possível solução para a questão israelita-palestiniana.





5 -  Um grupo de skinheads e neonazis italianos de língua alemã do Tirol do Sul realizou uma excursão provocatória ao campo de concentração de Dachau.    


     Três membros do grupo em Dachau, fazem a saudação hitleriana frente à lápide que recorda o forno crematório onde foram incinerados 43 mil judeus e deportados políticos. Na lápide está gravado: "Pensa como nós morremos aqui".



 O leader do grupo junto ao monumento que recorda as vítimas do campo. Uma t-shirt mostra a metralhadora Mp 40 usada pelos SS, enquanto a outra afirma: "Somos criminosos convictos".




Armin Sölva e Christoph Andergassen em Potsdam diante da lápide que recorda a sinagoga incendiada pelos SA na Noite de Cristal. Foi a primeira sinagoga destruida na Alemanha. Para assinalar o incêndio, mostram um isqueiro do NPD, partido neo-nazi alemão.” http://holocausto-shoah.blogs.sapo.pt/tag/anti-semitismo - 21-07-2016.



5.1. - Depois de tudo o que estudaste, assinala o que sentes perante notícias como esta:
           Satisfação
           Incredulidade
           Compaixão
           Humilhação
           Indiferença
           Indignação
           Tristeza
           
            Outras. Especifica quais:

6. Compõe uma curta conclusão: "A questão Holocausto ainda é atual"

domingo, 17 de julho de 2016

HOLOCAUSTO E RESISTÊNCIA - PLANO DE AULA 2002

















































Certificado de descendência Alemã



















HOLOCAUSTO E RESISTÊNCIA - Ficha de trabalho

logotipoagrupamento

Holocausto e Resitsência - ficha de trabalho elaborado, no âmbito do estágio de História e Geografia da FLUP por Cristina Coelho e aplicada, após discussão do seu conteúdo, numa das minhas turmas de História do 9º ano.

ATIVIDADE 1 – Leitura e análise dos documentos



                                                                             

ATIVIDADE 2- Acompanhamento/ análise de dois vídeos
 PRIMEIRO VÍDEO: O unicórnio de porcelana

1- Qual o nome da organização - criada por Hitler - a que pertencem os jovens alemães.


2- Qual o símbolo que a menina tinha colocado no braço.



SEGUNDO VÍDEO: O Século do Povo - Holocausto

3- Quais os principais “inimigos” dos nazis.


4- O que eram os guetos?


5- Como eram as condições de vida nos guetos?


6- O que são as SS?


7- O que acontecia às populações nos campos de extermínio?



ATIVIDADE 3 - Leitura e análise dos textos
1- Atenta nos textos:

- É de facto a judia Frankfurter?
Calei-me.
- Responda!
- Sou, sim.
- (…) E você, judia Frankfurter, apareça amanhã no edifício da polícia na Alexanderplatz.
- Que é que eu fiz?
- Amanhã, digo-lhe, esteja descansada. Ou tem pressa? Julgava os judeus mais pacientes. Mas vou dar-lhe um entretenimento para que não se aborreça de noite, se tiver insónias. Pense bem: o Führer é ou não é um criminoso? Pense bem, percebeu? (…) E nada de tentar fugir. Os nossos olhos vêem longe e os nossos braços são compridos.
(…)
- Está? – a voz de Egon.
- Egon? Sou eu, Rose. Precisava de falar contigo, em qualquer parte. Pode ser? Estiveram cá dois polícias da Gestapo…

Excerto do livro de Ilse Losa O MUNDO EM QUE VIVI (pp.189-190)




SÁBADO, 20 DE JUNHO DE 1942

(…) Depois de Maio de 1940 os bons tempos foram poucos e muito afastados (…). A nossa liberdade foi severamente restringida por uma série de decretos antijudeus: os judeus tinham de usar uma estrela amarela; os judeus tinham de entregar as suas bicicletas; os judeus estavam proibidos de usar os eléctricos; os judeus estavam proibidos de andar de carro, mesmo no seu próprio carro, os judeus tinham de fazer as suas compras entre as 3 e as 5 da tarde; os judeus tinham de frequentar apenas barbearias e cabeleireiras de propriedade judaica; os judeus estavam proibidos de andar na rua entre as 8 da noite e as 6 da manhã; os judeus estavam proibidos de ir aos teatros, cinemas ou qualquer outra forma de entretenimento; (…) os judeus estavam proibidos de visitar as casas de cristãos; os judeus tinham de frequentar escolas judaicas (…).
Excerto do Diário de Anne Frank (p.23)
QUINTA-FEIRA, 9 DE JULHO DE 1942

Querida Kitty:
Portanto ali estávamos nós, o Papá, a Mamã e eu, caminhando sob a chuva, cada um de nós com uma mala da escola e um saco de compras, cheios até à borda com uma grande variedade de compras. As pessoas que se dirigiam ao trabalho àquelas horas olhavam-nos com compaixão; percebia-se pelos seus rostos que tinam pena de não nos poderem oferecer algum tipo de transporte; a conspícua estrela amarela falava por si própria.
Só durante o caminho é que o Papá e a Mamã me revelaram, pouco a pouco, qual era o plano. Há meses que estávamos a retirar do apartamento a maior quantidade possível da nossa mobília e vestuário. (…)
O esconderijo ficava no edifício do escritório do Papá. (…)
A porta à direita do patamar leva ao “Anexo Secreto” nas traseiras da casa. Nunca ninguém suspeitaria de que há tantas divisões por trás daquela simples porta cinzenta. Há apenas um degrau pequeno em frente da porta, e está-se lá dentro (…).
Excerto do Diário de Anne Frank (pp.38-39)


2- Estabelece a correspondência entre os elementos da coluna A e os da B (coloca os números da coluna A na coluna B).

COLUNA A
COLUNA B
1- GUETO - GHETTO
5 O maior campo de concentração/ extermínio construído pelos alemães na II Guerra Mundial, localiza-se no sul da Polónia. Neste foram mortos, nas câmaras de gás, pelo menos 2 milhões de Judeus.
2- GENOCÍDIO
5 Tentativa de extermínio dos Judeus, levada a cabo pelos Nazis. Originalmente, a palavra significava “sacrifício ou imolação pelo fogo”, ou seja, a vítima era consumida pelo fogo.
3- HOLOCAUSTO
5 Doutrina racista, defendida pelos nazis, que considerava os Judeus (Semitas) uma “raça” inferior. Manifestou-se de diversas formas, indo de expressões individuais de ódio e discriminação contra indivíduos judeus a violentos ataques organizados, medidas políticas ou ataques militares contra comunidades judaicas
4- AUSCHWITZ
5 Bairro onde os judeus eram obrigados a viver isoladamente da restante população.
5- ANTISSEMITISMO
5 Destruição sistemática de um grupo étnico - grupo humano com a mesma nacionalidade, a mesma origem étnica ou a mesma religião.
  


ATIVIDADE 4 – Audição música e análise da letra





ATIVIDADE 5: Leitura e exploração da ficha 10 do manual escolar (página 235)


1- Indica o movimento apresentado no texto.



2- Refere o acontecimento que originou a criação deste tipo de movimento.



3- Transcreve,  a partir do texto, as expressões que retratam o funcionamento dos agentes secretos /redes de espionagem. 

4- Menciona três formas de atuação da Resistência no combate aos nazis.



5- Identifica, dois nomes dentro do movimento referido no documento - um francês e um britânico – mais visíveis na oposição aos nazis.





                                                PASSADO - PRESENTE


1- , atentamente, o texto (Doc. 1):
Doc. 1 - Médio Oriente: um conflito entre “irmãos”

A Palestina (onde veio a ser formado o Estado de Israel) tinha sido a primeira pátria dos Judeus (ou Hebreus), que na sua maioria foram forçados, ao longo dos tempos, a abandoná-la, espalhando-se por todo o mundo. As populações que permaneceram ou que, aí se foram estabelecendo, viriam a converter-se ao Islamismo.
Em 1920, a Palestina passou a ser administrada pela Inglaterra, por mandato da Sociedade das Nações (SDN). Para responder aos anseios de muitos Judeus, que desejavam reconstituir a “pátria judaica”, a Inglaterra foi favorecendo a sua fixação na Palestina.
Todavia, a população muçulmana (os Palestinianos) reagiu com hostilidade à “invasão” dos Judeus que, terminada a 2.ª Guerra Mundial, se dirigiram aos milhares para a Palestina. E, quando, em maio de 1948, com o acordo da ONU (Organização das Nações Unidas), os Judeus proclamaram o Estado de Israel, vários países recusaram-se a aceitar a existência do novo Estado. Árabes e Israelitas envolveram-se, a partir de então, numa série de guerras. Estes conflitos perduram até aos nossos dias.
Adaptado Rémond, R.- Introdução à História do Nosso Tempo


Doc. 2
 






2- Completa o mapa (Doc. 2), atribuindo-lhe um título.


3- Localiza, no mapa (Doc. 2), a Palestina.

4- Explica, a partir da análise do Doc. 1, a criação do Estado de Israel.





http://pt.slideshare.net/mariafimgomes/holocausto-e-resistncia