sábado, 9 de abril de 2016

Visita virtual a Casa de Anne Frank -2

Um trabalho executado pela então colega estagiária, Carla Carvalho  para ser usado numa minha turma, quando eu orientava o seu estágio pedagógico. O guião foi um pouco reformulado e acabou por ser aplicado por mim.



Creio que pode ser uma  alternativa à página oficial da Casa de Anne Frank, todo em inglês e difícil de aplicação em alguns grupos-turma.

 A base de trabalho é o  P.P. que se segue:

http://pt.slideshare.net/mariafimgomes/visita-virtual-a-casa-de-anne-frank



 Para explorar o P.P. , pode ser utilizado o guião abaixo trnscrito.



Uma visita virtual ao Museu Anne Frank, Amesterdão
         Antes de iniciarem a Visita Virtual ao museu Anne Frank responde à seguinte questão:  



            1.1.  Quem foi Anne Frank?

            1.2  Quando é que ouviste falar dela pela primeira vez? 

                Para ficares a conhecer melhor Anne Frank,abre a apresentação em Powerpoint.

        
         http://pt.slideshare.net/mariafimgomes/visita-virtual-a-casa-de-anne-frank


2.                 2. Para ficares a conhecer melhor quem foi esta adolescente alemã,  vê o vídeo que se segue:

       

       2.1  Onde nasceu Anne?

       2.2. Porque é que os pais de Anne saíram da Alemanha?

      Após a mudança para a Holanda, a família Frank sentia-se segura, mas as notícias que
        vinham da Alemanha eram preocupantes.


        2.3. Que situação viviam os judeus na Alemanha?


                Fonte: HEUVEL, Eric; ROL, van der Ruud; SCHIPPERS, Lies – Die Suche.

Estas duas tiras de banda desenhada representam um acontecimento ocorrido na noite de 9 para 10 de novembro de 1938.

 3. De que acontecimento se trata?

 4. Atenta na atitude das pessoas que estão a observar os acontecimentos ilustrados.

 4.1    A opinião dos membros do grupo eram consensuais? Explicita as divergências.

 Na sequência do acontecimento ilustrado na BD, muitos judeus emigraram.

  5. Seleciona um documento iconográfico com os principais destinos dos judeus alemães e insere-o neste espaço com o respetivo título.

  6. Entretanto, em maio de 1940, a situação dos judeus na Holanda sofre uma alteração. Refere o acontecimento que lhe está na origem.


        
7.     Lê o texto com atenção. 

"Faz alguns dias que não escrevo porque eu quis, antes de tudo, pensar neste diário. É estranho uma pessoa como eu manter um diário; não apenas por falta de hábito, mas porque me parece que ninguém — nem eu mesma — poderia interessar-se pelos desabafos de uma garota de treze anos. Mas que importa? Quero escrever e, mais do que isso, quero trazer à tona tudo o que está enterrado bem fundo no meu coração.
Há um ditado que diz: “O papel é mais paciente que o homem”. Lembrei-me dele em num dos meus dias de ligeira melancolia, quando estava sentada, com a mão no queixo e tão entediada e cheia de preguiça que não conseguia decidir se saía ou ficava em casa. Sim, não há dúvida de que o papel é paciente, e como não tenho a menor intenção de mostrar a ninguém este caderno de capa dura que responde pelo pomposo nome de diário — a não ser que encontre um amigo ou amiga verdadeiros —, posso escrever à vontade. Chego agora ao cerne da questão, o motivo pelo qual resolvi começar este diário: não possuo nenhum amigo realmente verdadeiro.
Vou explicar isso melhor, pois ninguém há de acreditar que uma menina de treze anos se sinta sozinha no mundo. Aliás, nem é esse o caso. Tenho os meus pais, que são uns amores, e uma irmã de dezasseis anos. Conheço mais de trinta pessoas a quem poderia chamar de amigas — e tenho uma porção de pretendentes doidos para me namorar e que, não o podendo fazer, ficam a espiar-me, na classe, por meio de espelhinhos. Tenho parentes, tios e tias, que também são uns amores, além de um lar agradável. Aparentemente, nada me falta. Mas acontece sempre o mesmo com todos os meus amigos: gracejos, brincadeiras, nada mais. Jamais consigo falar de algo que não seja a rotina de sempre. O problema é que não conseguimos nos aproximar uns dos outros. Talvez me falte autoconfiança; seja como for, o fato é esse, e não consigo mudá-lo.
Daí, este diário. A fim de destacar na minha imaginação a figura da amiga por quem esperei tanto tempo, não vou anotar aqui uma série de fatos corriqueiros, como faz a maioria.
Quero que este diário seja minha amiga e vou chamar esta amiga de Kitty. Mas se eu começasse a escrever a Kitty, assim sem mais nem menos, ninguém entenderia nada. Por isso, mesmo contra minha vontade, vou fazer um breve resumo do que foi a minha vida até agora.
O meu pai tinha trinta e seis anos quando conheceu minha mãe, que na ocasião contava vinte e cinco. Margot, minha irmã, nasceu em 1926, em Frankfurt. A 12 de junho de 1929, nasci eu, e, como somos judeus, emigrámos para a Holanda em 1933, onde o meu pai foi designado para o cargo de diretor-gerente da Travies N. V. Esta firma mantém estreitas relações com outra firma, a Kolen & Co., que funciona no mesmo edifício e da qual meu pai é sócio.
A minha restante família, entretanto, sofreu todo o impacto das leis antissemitas de Hitler, enchendo a nossa vida de angústias. Em 1938, depois dos pogroms, os meus dois tios (irmãos de minha mãe) fugiram para os Estados Unidos. Minha avó, já  com setenta e três anos, veio morar connosco. Depois de maio de 1940, os bons tempos acabaram-se: primeiro a guerra, depois a capitulação, seguida da chegada dos alemães. Foi então que, realmente, principiaram os sofrimentos dos judeus. Surgiram decretos antissemitas, uns após outros, em rápida sucessão. Os judeus tinham de usar, bem à vista, uma estrela amarela; os judeus tinham de entregar suas bicicletas; os judeus não podiam andar de transporte público; os judeus não podiam conduzir automóveis. Só lhes era permitido fazer compras das três às cinco e, mesmo assim, apenas em lojas que tivessem uma placa com os dizeres: loja israelita. Os judeus eram obrigados a recolher-se a casa às oito da noite, e, depois dessa hora, não podiam sentar-se nem mesmo nos jardins de casa. Os judeus não podiam frequentar teatros, cinemas e outros locais de diversão. Os judeus não podiam praticar nenhum desporto publicamente. Piscinas, campos de ténis, campos de hóquei e outros locais para a prática de desporto eram-lhes terminantemente proibidos. Os judeus não podiam visitar os cristãos. Só podiam frequentar escolas judias, sofrendo, mesmo assim, uma série de restrições.
Assim, não podíamos fazer isto e estávamos proibidos de fazer aquilo. Mas a vida continuava, apesar de tudo. Jopie costumava dizer-me: — A gente tem medo de fazer qualquer coisa porque pode ser proibido. — A nossa liberdade era tremendamente limitada, mas ainda assim as coisas eram suportáveis.
 A vovó morreu em janeiro de 1942. Ninguém pode imaginar o quanto ela está presente nos meus pensamentos e o quanto eu ainda gosto dela.
Em 1934 fui para a escola, o Jardim de Infância Montessori, e lá fiz os meus estudos. Ao terminar o 6ºB, tive de despedir-me da Sra. K. Foi uma tristeza! Ambas chorámos. Em 1941, fui com Margot, a minha irmã, para a Escola Secundária Israelita. Ela, para o quarto ano, eu, para o primeiro.

Por enquanto, tudo vai bem para nós quatro, e, assim, chego ao dia de hoje."



     7.1. Seleciona com um X  os sentimentos/emoções suscitadas pela leitura do excerto do texto                    escrito no diário, no dia 20 de junho de 1942:
           Satisfação
           Incredulidade
           Compaixão
           Humilhação



           Indiferença
           Indignação
           Tristeza
           Vingança



           Outras. Especifica quais:





         8. Que situação acelerou a fuga da família Frank para o esconderijo?
         9. Onde ficava o esconderijo?      
        9.1. Seleciona, na pasta imagens, um documento iconográfico com a sua localização
       
       10. Para ficares a conhecer o esconderijo, observa o vídeo 2 com a descrição do Anexo   
            Secreto  feita por Anne no seu diário.



         

    11. Quantas pessoas viviam no Anexo secreto?


               12. Quem os ajudou durante o tempo em que estiveram escondidos?

     Apesar de toda a violência do regime nazi, os alemães, entre 1933 e 1945, tiveram de enfrentar os movimentos de resistência que atuavam nos territórios ocupados. Muitos milhares de pessoas resistiram, tanto de forma violenta quanto pacífica.
     Na resistência aos nazis também se destacou um português: Aristides de Sousa Mendes que, contrariando as ordens de Salazar, passou milhares de vistos a judeus fugitivos o que lhes permitiu escapar à morte.

            13. Qual era o papel da resistência.

   14. Podemos encarar o auxílio prestado pelos empregados de Otto como uma ação de resistência.
          


Como saberás, quem ajudava os judeus podia ser severamente punido, o que levava a  comportamentos idênticos aos que podem observar na BD. Para além disso, na Holanda, existiam pequenos grupos de “caçadores de judeus” que recebiam uma recompensa por cada  judeu entregue. A denúncia de cinco judeus equivalia a, pelo menos, uma semana de salário médio.  

   15.  Seleciona com um X a atitude que terias caso um judeu te tivesse pedido ajuda:
        - estarias  disposto a ajudar;
        - ignorarias o pedido de auxílio para não correres o risco de ser castigado;
        - entregá-lo-ias às autoridades.

15.1. Justifica a tua resposta.
No dia 4 de agosto, o medo que apavorava todos os ocupantes do Anexo Secreto concretiza-se.

15.2.  O que acontece nesse dia?

         15.3.Para onde foram levados os oito ocupantes do Anexo Secreto?


         15.4. O que aconteceu aos seus ajudantes?



.  
   Os judeus não eram os únicos a conhecer este destino. Os opositores, os ciganos, os           homossexuais e os deficientes tinham tratamento idêntico. No entanto, a questão judaico        foi a que mais preocupou os nazis. No início moveram-lhes ferozes perseguições, depois        isolaram-nos em guetos e finalmente decidiram-se pela “solução final” (exterminação total     e planificada dos  judeus). Assim aconteceu o genocídio de 6 milhões de judeus nos campos   de concentração e  extermínio.
           

         

16. Algum dos oito prisioneiros que estiveram no Anexo Secreto teve o destino sugerido  pela segunda vinheta da banda desenhada? Se a tua resposta for afirmativa,  identifica- o(s).

 

   17. Qual dos ocupantes do Anexo Secreto conseguiu resistir à vida nos campos de concentração

 

     18. Refere o que aconteceu a cada um dos restantes prisioneiros?

 

     1.9. Depois de teres conhecimento das condições a que os oito refugiados estiveram sujeitos nos campos de concentração por onde passaram, seleciona com um X  as emoções que sentiram:

 

     1.9.1.Justifica.

    20. Consideras possível que uma situação idêntica a esta possa voltar a ocorrer? Justifica a tua resposta.

          Vamos terminar a nossa visita ao Museu Anne Frank com um excerto do seu diário escrito a 15 de julho de 1944, poucos dias antes da detenção.

“É completamente impossível para mim construir a minha vida sobre uma fundação de caos, sofrimento e morte. Vejo o mundo a ser lentamente transformado num deserto, ouço o trovão que se aproxima e que, um dia, nos destruirá também a nós, sinto o sofrimento de milhões de pessoas. E contudo, quando ergo os olhos para o céu, tenho a sensação de que tudo vai mudar para melhor, de que esta crueldade acabará também, de que a paz e a tranquilidade regressarão novamente.”

 

 IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA: EXEMPLO DO PASSADO PARA COMPREENDER O PRESENTE E MELHORAR O FUTURO

 

Que lição de esperança te transmite este texto?

 

Qualquer coisa sobre a esperança.

 

O Diário de Anne Frank tornar-se-ia num dos mais comoventes relatos do Holocausto, do imenso sofrimento provocado pela barbárie nazi que foi responsável pela morte de cerca de 6 milhões de judeus.