quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

 

27 de janeiro

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

O Holocausto foi a ação de extermínio em massa de cerca de seis milhões de judeus que ocorreu durante a 2º Guerra Mundial. Através de um plano macabro e atentatório dos Direitos do Homem, Adolf Hitler foi responsável pela morte de mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus.



O texto seguinte constitui um testemunho, vivido na primeira pessoa, de Ida Grinspan, uma jovem judia, que tinha 14 anos quando a sua vida se cruzou com os planos de Hitler.

“Não sou vítima. Sobrevivi a Auschwitz”

Passava da meia-noite, de 30 para 31 de janeiro de 1944, quando o barulho de uma travagem brusca a acordou. Ouviu vozes. Três gendarmes franceses falavam com (…) a ama que a acolhera, para a proteger dos bombardeamentos de Paris.


                                                Transporte de judeus para Auschwitz, 1942

O texto seguinte constitui um testemunho, vivido na primeira pessoa, de Ida Grinspan, uma jovem judia, que tinha 14 anos quando a sua vida se cruzou com os planos de Hitler.

“Não sou vítima. Sobrevivi a Auschwitz”

Passava da meia-noite, de 30 para 31 de janeiro de 1944, quando o barulho de uma travagem brusca a acordou. Ouviu vozes. Três gendarmes franceses falavam com (…) a ama que a acolhera, para a proteger dos bombardeamentos de Paris.

 


Um dormitório em Auschwitz
Ida Grinspan tinha apenas 14 anos. Pensou em fugir, mas (…) desistiu. Não chorou quando foi presa. Nem quando a intimidaram a revelar o paradeiro do seu pai e irmão. Da cidade de Deux-

-Sèvres foi levada para Paris e, de lá, para Drancy. Meteram-na num comboio. Viajou durante três dias e três noites, sem comida nem espaço para as pernas, apenas com um balde de água para dezenas de pessoas e uma latrina. “A água acabou e a latrina transbordou. O cheiro era insuportável. Acreditou-se que pior não poderia ser”. Chegou (…) entre gritos ensurdecedores. Juntou-se às mulheres que diziam não estar cansadas e entrou no campo, sem saber que era vedado a menores de 16 anos (…).

“Puseram-me nua, à frente dos SS. Raparam-me todos os pelos do corpo e tatuaram-me um número no braço esquerdo, depois de um duche bem gelado, o único que tomei no campo”.

Ida entrou no barracão bem vestida, um penteado à moda e saiu com um número, com uma estrela de David. “No espaço de meio-dia, tudo desaba”. Mas não chorou. Mantinha a esperança de encontrar a mãe, presa em julho de 1942.

Disseram-lhe que não teria de aguentar tanto tempo. Falaram-lhe das câmaras de gás. Mas não acreditou. Ninguém acreditou. Rapidamente perceberam. “Pelo cheiro a carne queimada (…)”.

Trabalhou 12 horas por dia, sete dias por semana.

“Transportei pedras, um trabalho que não servia para nada. Só para nos embrutecer. Éramos cinco numa cama. A manta era curta demais e as da ponta tinham frio. Então a mais velha organizou tudo. Todos os dias, uma diferente dormia no meio. A solidariedade não era a partilha de pão, porque não o tínhamos. Eram estas coisas”.

Ida Grinspan saiu de Auschwitz a 18 de janeiro de 1945 (…).Ela e outros prisioneiros caminharam durante três noites e três dias, sem comida. Só neve, mal calçados, mas a bom passo, porque os russos vinham mesmo atrás. “Ouvimos o assobio das balas. E víamos, no caminho, os corpos abatidos. Sempre cinco a cinco (…)”.

Chegaram ao campo (…) tinha os pés gelados e contraíra tifo (doença). De repente os alemães abandonaram o campo e, dia e meio depois, os russos chegaram (…). Mais tarde, apareceram “três soldados americanos lindíssimos”. Deram-lhe rebuçados, chocolate e pastilhas e partiram (…).

“Quando regressei a Paris, tinha quase 17 anos. Não pude voltar à escola (…)”.

A guerra tinha acabado, mas foi difícil recomeçar sem os pais (entretanto desaparecidos).

“Nem esquecimento nem perdão! Esquecer é impossível (…). Algum SS pediu perdão? Alguma vítima perdoou? (…) Hoje, só quero que saibam o que os homens puderam fazer a outros homens. Que saibam o que se passou, que pode acontecer, que estejam atentos. A Alemanha perdeu a guerra, mas o nazismo não morreu. As ideias nazis existem no Mundo inteiro”.

Inês Rapazote e Gonçalo Rosa da Silva, “Testemunho de Ida Grinspan, vítima do Holocausto”, 1944. Revista Visão Nº 1159, maio de 2015.

Inês Rapazote e Gonçalo Rosa da Silva, “Testemunho de Ida Grinspan, vítima do Holocausto”, 1944. Revista Visão Nº 1159, maio de 2015.

 

 Atividade

1. O que mais te impressionou no testemunho que acabaste de ler?

2. Lê a afirmação:

Hoje, só quero que saibam o que os homens puderam fazer a outros homens. Que saibam o que se passou, que pode acontecer, que estejam atentos,

2.1. Com base na afirmação de Ida Grinspan, consideras que massacres como o do holocausto, durante a 2ª Guerra, nunca mais acontecerão?


Para saberes mais…Vídeos sobre o Holocausto:

Reportagem RTP

https://www.youtube.com/watch?v=3pU3Kmqkfow

 

Reportagem SIC - 70 anos da Libertação Auschwitz

https://www.youtube.com/watch?v=TYhWKA-BAv4

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Fogaça de Santa Maria da Feira






Segundo dizem os investigadores, esta Festa teve origem num voto que remonta a 1505, que prometia a S. Sebastião, a oferta de um pão doce e uma procissão, em cada 20 de janeiro, a S. Sebastião, para que  protegesse o povo contra a peste, a fome e a guerra.  De início, realizar-se-ia uma procissão na qual três donzelas tranportavam três fogaças, que depois de benzidas, eram distribuídas ao povo.  

Nas “Memórias Paroquiais de 1758” ( inquérito enviado pelo Marquês de Pombal às paróquias para saber a extensão do sismo de 1755) o pároco responde que vão em procissão cinco jovens: três delas levam à cabeça as fogaças de um alqueire cada uma, uma leva o tabuleiro com cinco velas e outra leva à cabeça a miniatura do Castelo da Feira “ornado de muitas bandeiras”.

Nesta época, a  fogaça poderia já ter o formato de hoje, representando as quatro torres do Castelo de Santa Maria, símbolo de união do território que outrora se designou por Terra de Santa Maria.

Depois da implantação da República, o ritual ganha o cortejo Cívico, no qual se incorporam, além das autoridades locais, as fogaceitas, inúmeras meninas calçadas e vestidas de branco com uma faixa de cor à cintura e que à cabeça levam a Fogaça. Destacam-se as três fogaças maiores, o tabuleiro com as velas de cera e o castelo  em miniatura, enfeitado de bandeiras.

Manda a tradição que, por ocasião da Festa das Fogaceiras, se envie fogaças aos familiares e amigos que se encontram longe.

Durante algum tempo, tive a sorte de ser contemplada com um lanche de fogaça, trazido po duas colegas da Feira que, felizmente para elas, já não trabalham em Gondomar, mas perto da sua residência. Perdemos nós o seu convívio diário e a deliciosa fogaça.

 



quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Obrigada

 O Tratado da Gratidão de São Tomás de Aquino tem três níveis de gratidão: um nível superficial, um nível intermédio e um nível mais profundo.

O nível superficial é o nível do reconhecimento, do reconhecimento intelectual, do nível cerebral, do nível cognitivo do reconhecimento.
O segundo nível é o nível do agradecimento, do dar graças a alguém por aquilo que esse alguém fez por nós.
E o terceiro nível mais profundo do agradecimento é o nível do vínculo, é o nível do sentirmos vinculados e comprometidos com essas pessoas.
(...) Em inglês ou em alemão agradece-se no nível mais superficial da gratidão. Quando se diz “thank you” ou quando se diz “zu danken” estamos a agradecer no plano intelectual. (...)
Quando se diz “merci” em francês, quer dizer dar uma mercê, dar uma graça. Eu dou-lhe uma mercê, estou-lhe grato, dou-lhe uma mercê por aquilo que me trouxe, por aquilo que me deu. Em espanhol “gracias”, ou “grazie” em italiano. Dou-lhe uma graça por aquilo que me deu e é nesse sentido que eu lhe agradeço, é nesse sentido que eu lhe estou grato.
Só em português, (...) que eu saiba, é que se agradece com o terceiro nível, o terceiro nível, o nível mais profundo do tratado da gratidão. Nós dizemos “obrigado”.
E obrigado quer dizer isso mesmo. Fico-vos obrigado. Fico obrigado perante vós.
Fico vinculado perante vós. (...)
Jeanlauand




domingo, 1 de janeiro de 2023

Janeiro




Jano (em latim: Janus) é o deus romano das mudanças e transições.

Janeiro era uma homenagem a Jano, um dos principais deuses romanos., representado com duas faces. A princípio, cada face apresentava o masculino e feminino, simbolizando  até  a oposição entre o Sol e Lua. Mais tarde passou a representar a juventude e a velhice , passando, posteriormente a apresentar duas faces iguais.

Existem muitas versões da origens do deus Jano. Uma delas refere-se a Jano como um homem mortal nascido em Tessália, filho do deus Apolo e Creusa. Ao tornar-se rei da região de Lácio, foi elevado ao estatuto  de deus após a morte. Teria sido um corajoso  explorador que fundou a cidade de Janícula e casado com a ninfa Camasene do Lácio tendo desse casamento um flho o deus-rio Tiberino, responsável pelo nome do rio Tibre.


A escultura da cabeça de Jano, (retirada da página do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa) simbolizando votos de bons começos, proveniente da cidade etrusco-romana de Vulci, datada do seculo II antes de Cristo, está atualmente no Museo Nazionale Etrusco di Villa Giulia, em Roma.