sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Fogaça de Santa Maria da Feira






Segundo dizem os investigadores, esta Festa teve origem num voto que remonta a 1505, que prometia a S. Sebastião, a oferta de um pão doce e uma procissão, em cada 20 de janeiro, a S. Sebastião, para que  protegesse o povo contra a peste, a fome e a guerra.  De início, realizar-se-ia uma procissão na qual três donzelas tranportavam três fogaças, que depois de benzidas, eram distribuídas ao povo.  

Nas “Memórias Paroquiais de 1758” ( inquérito enviado pelo Marquês de Pombal às paróquias para saber a extensão do sismo de 1755) o pároco responde que vão em procissão cinco jovens: três delas levam à cabeça as fogaças de um alqueire cada uma, uma leva o tabuleiro com cinco velas e outra leva à cabeça a miniatura do Castelo da Feira “ornado de muitas bandeiras”.

Nesta época, a  fogaça poderia já ter o formato de hoje, representando as quatro torres do Castelo de Santa Maria, símbolo de união do território que outrora se designou por Terra de Santa Maria.

Depois da implantação da República, o ritual ganha o cortejo Cívico, no qual se incorporam, além das autoridades locais, as fogaceitas, inúmeras meninas calçadas e vestidas de branco com uma faixa de cor à cintura e que à cabeça levam a Fogaça. Destacam-se as três fogaças maiores, o tabuleiro com as velas de cera e o castelo  em miniatura, enfeitado de bandeiras.

Manda a tradição que, por ocasião da Festa das Fogaceiras, se envie fogaças aos familiares e amigos que se encontram longe.

Durante algum tempo, tive a sorte de ser contemplada com um lanche de fogaça, trazido po duas colegas da Feira que, felizmente para elas, já não trabalham em Gondomar, mas perto da sua residência. Perdemos nós o seu convívio diário e a deliciosa fogaça.