Segundo dizem os investigadores, esta Festa teve origem num voto que
remonta a 1505, que prometia a S. Sebastião, a oferta de um pão doce e uma
procissão, em cada 20 de janeiro, a S. Sebastião, para que protegesse o povo contra a peste, a fome e a
guerra. De início, realizar-se-ia uma
procissão na qual três donzelas tranportavam três fogaças, que depois de
benzidas, eram distribuídas ao povo.
Nas “Memórias Paroquiais de 1758” ( inquérito enviado pelo Marquês de
Pombal às paróquias para saber a extensão do sismo de 1755) o pároco responde
que vão em procissão cinco jovens: três delas levam à cabeça as fogaças de um
alqueire cada uma, uma leva o tabuleiro com cinco velas e outra leva à cabeça a
miniatura do Castelo da Feira “ornado de muitas bandeiras”.
Nesta época, a fogaça poderia já
ter o formato de hoje, representando as quatro torres do Castelo de Santa
Maria, símbolo de união do território que outrora se designou por Terra de
Santa Maria.
Depois da implantação da República, o ritual ganha o cortejo Cívico, no
qual se incorporam, além das autoridades locais, as fogaceitas, inúmeras
meninas calçadas e vestidas de branco com uma faixa de cor à cintura e que à
cabeça levam a Fogaça. Destacam-se as três fogaças maiores, o tabuleiro com as
velas de cera e o castelo em miniatura, enfeitado
de bandeiras.
Manda a tradição que, por ocasião da Festa das Fogaceiras, se envie
fogaças aos familiares e amigos que se encontram longe.
Durante algum tempo, tive a sorte de ser contemplada com um lanche de
fogaça, trazido po duas colegas da Feira que, felizmente para elas, já não trabalham
em Gondomar, mas perto da sua residência. Perdemos nós o seu convívio diário e
a deliciosa fogaça.