terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Para que raio serve a História?




PARA QUE RAIO  SERVE A HISTÓRIA?




Pedido prévio: cada participante é convidado a levar duas memórias familiares ou locais em papel em formato A6 afim de ser construído um painel “Estamos a fazer a história”.

Decoração: romances históricos; Era uma vez o Homem; revistas de História; Livros de História para o grande público; Identidade e Consciência histórica; outros
Bd histórica
Jogos
Nomes de canções ou Cds áudio com canções históricas; Cds de filmes históricos; jogos de alunos do 8º ano.
Fonte de inspiração de canções; cinema; teatro
Marcadores -  sites de museus
Introdução  - coordenadora do Departamento












PARA QUE RAIO SERVE A HISTÓRIA?



Canção – Escobar – estamos haciendo a historia  em movie maker
"Dos pequenos actos que se ejecutan son mejores que todos aquellos grandes que se planean" George Marshall

Letra e música: Alberto Escobar

Mientras más puedi conocer
lo qu el passado en la memoria nos dejó
mejor comprendo lo que soy,
ya que la historia dá sentido
a lo que pasa y pasará, ahora
em mi país, entre nosotros.

Este país tiene dos alas
mar de culturas, una herencia
cruz de caminos y un destino
y estamos haciendo historia.

Cuando más puedo conocer
mejor comprendo lo que pasa y lo que soy
y así la historia seguirá
llena de vida conla fuerza
que le demos al andar ... ahora
fuerte la voz, mano con mano

Viejas costumbres, nuevos moldes
viejos rencores, nievas formas
viejas creencias aún latentes
y estamos haciendo ...
estamos haciendo hiostoria.

Todo sucede paso a paso
un paso empuja, otro concreta, 
y es con la suma de los pasos
que estamos haciendo ...
estamos haciendo historia.

Entrega de cartões:
Distribuição da letra da canção e
Quem sou eu?
Donde venho?
Para onde vou?

Resposta  de quem quiser pronunciar-se.
Partilha pessoal: árvore genealógica sumária – Fátima e Carla



Projeção de duas frases
1. (...) Sem consciência histórica sobre o nosso passado (e antepassados...) não perceberíamos quem somos. Esta dimensão identitária - quem somos? - emerge no terreno de memórias históricas partilhadas. Por isso, o sentimento de identidade - entendida no sentido de imagem de si, para si e para os outros  -  aparece associado à consciência histórica, forma de nos sentirmos em outros que nos são próximos, outros que antecipam a nossa existência que, por sua vez, antecipará a de outros. Ao assegurar um sentimento de continuidade no tempo e na memória ( e na memória do tempo) a consciência histórica contribui, deste modo, para a afirmação da identidade - individual e colectiva (...).  Machado Pais, Consciência Histórica e Identidade, 1999, p.1

2. “No século XXI, a consciência e a memória histórica têm de ser humanistas e partir das realidades próximas, locais, nacionais e europeias, com as quais nos identificamos, para a compreensão da diversidade humana e das diferenças culturais”. Maria Isabel João projetar

Extrato do Filme “A oeste nada de novo” ( um soldado alemão vê-se, durante a 1º Guerra Mundial na mesma cova de um soldado francês que acabara de ferir, dá-se conta, então que tinha tentado matar uma pessoa, como ele …) – Comentário sobre o valor social da história, fomentador do espiríto crítico e interventivo de uma cidadania ativa.

Relação com a literatura - projeção
“ Numa guerra não há homens, há inimigos. Foi assim que Deus fez o mundo (… )
“Dois tipos da minha terra que emigraram. Um para a Alemanha e o outro para a Bélgica. Morreram no mesmo dia na mesma batalha em exércitos diferentes. Provavelmente mataram-se um ao outro. Estás a ver a ironia, Sors?” Afonso Cruz, O pintor debaixo do lava-loiças

Distribuição de cartões em envelopes – pedido de leitura

1. “a História é uma forma de bem pôr os problemas do presente pela compreensão do passado tendo em vista a construção do futuro”.   Vitorino Magalhães Godinho


2. ( A história)  pode e deve ter uma importante contribuição para a educação em geral e, em particular, para a educação de uma sociedade democrática permitindo aos jovens: -aprenderem acerca da sua herança histórica, bem como a de outras pessoas e nações; adquirirem e praticarem técnicas fundamentais, tais como a capacidade para tratarem e analisarem de forma crítica diferentes formas de informação e a capacidade de não se deixarem influenciar por informação preconceituosa e por argumentos irracionais; desenvolverem atitudes básicas tais como a honestidade intelectual e rigor, um julgamento independente, uma abertura de espírito, a curiosidade, a coragem civil e a tolerância (...). Luís Alberto Alves, O Ensino da História, 1997, p.15



3. (...). É a História que nos habitua a descobrir a relatividade das coisas, das ideias, das crenças e das doutrinas, e a detetar por que razão, sob aparências diferentes, se voltam a repetir situações análogas, se reproduz a busca de soluções parecidas ou se verificam evoluções paralelas. O historiador está sempre a descobrir no passado longínquo e recente o mesmo e o outro, a identidade e a variância, a repetição e a inovação (...).”José Mattoso, A Função Social da História no Mundo de Hoje, p.14-17

4. (…) em 1974, pouco antes do 25 de Abril fui procurado por um aluno, filho de um dos maiores capitalista de então, e que estava a fazer o curso de História. (…) Quando lhe perguntei o que tencionava fazer com o curso, disse-me que iria dirigir uma ou mais empresas do pai . Tencionava fazer uma especialização em gestão nos estados Unidos, coisa que não existia ainda em Portugal, por essa altura; explicou-me que uma boa preparação em história era aí considerada como uma das melhores condições de ingresso, pela diversidade de conhecimentos das estruturas e das conjunturas sociais que proporcionava (..)   José MattosoA Função Social da História no Mundo de Hoje, p.12, APH.


5. Segundo José Matoso recordar o passado colectivo é uma forma de lutar contra a morte, guardar a memória do agir colectivo, é demonstrar que o grupo existe, ou seja, não é um mero agregado de indivíduos mas sim um núcleo coerente capaz de se distinguir dos outros. Na verdade, quanto mais alargarmos o horizonte de grupo (família, humanidade), a História  contribuirá, mais do que outros saberes, para adquirir a noção da infinita complexidade das formas de sociabilidade.


6. “A História não pode deixar de presidir às manifestações mais importantes da cultura de qualquer sociedade, porque o homem tem necessariamente de viver no tempo. Ora a vivência do tempo está dependente da memória. (…) É a memória que permite a reconstituição global e retrospectiva do passado. Registada em suportes perduráveis pela escrita, torna-se um património comum, uma memória colectiva. (..) Recordar o passado colectivo é, portanto, uma forma de lutar contra a morte. Daí que a história comum seja tão importante para qualquer sociedade.  José Mattoso, A Função Social da História no Mundo de Hoje, p.20, APH.



7. “Aquilo que a História traz ao currículo do aluno é o constituir-se num dos saberes de referência, enquadradores fundamentais para que o indivíduo saiba mover-se no mundo de informações de todo o tipo a que cada vez mais terá acesso. (…) deverá e tão só servir aos cidadãos como instrumento de cultura numa sociedade cada vez mais estratificada pelo acesso ao conhecimento – e pela capacidade de o gerir, de o inteligir e de o usar  Maria do Céu Roldão, Evolução das metodologias e práticas de Ensino da História no Sistema Educativo Português, O Ensino da História, Bol. APH nº 15, 1999, p. 29.


8. “se os nossos alunos forem habituados a olhar os acontecimentos como resultantes de causas e de condições muito variadas e que se conjugam, a certa escala, de maneira aleatória, mas se organizam, a outra, segundo linhas de racionalidade, habituam-se a descobrir a relatividade das coisas, das ideias, das crenças e das doutrinas e a detectar por que razão, sob aparências diferentes, se voltam a repetir situações análogas, se reproduz  a busca de soluções parecidas ou se verificam evoluções paralelas. Está, assim, em situação ideal para interpretar a sociedade de que faz parte e ser nela interveniente activo”.

9 [A História] esteve (...) ao serviço dos príncipes, das pátrias, das ideologias, e continua hoje, tal como acontece com outras formas de conhecimento, a ser manipulada e corrompida. Mas a sua função primordial permanece intocável: construir leituras do passado de forma a transmitir aos vivos alguma sabedoria na observação do mundo e a prepará-los para ocuparem o lugar que lhes pertence” Rui Bebiano, Temas e Problemas da História do Presente, A HistóriaTal qual se faz, p. 236, Ed, , Colobri, FLUC

10. O aluno que não gosta (de História) perde, por isso, não só a oportunidade de aprender bem e agradavelmente, mas perde mais do que isso, julgo eu: perde uma das possibilidades mais ricas e gratificantes de se entender como pessoa, de compreender a sociedade que é a sua no contexto multifacetado do mundo do seu tempo; de se posicionar com uma atitude crítica, curiosa e interessada face ao devir em que participa; perde alguma coisa essencial, não só à sua formação pessoal , mas também ao prazer de viver compreendendoMaria do Céu Roldão, Gostar de História, p. 41          



1. “A História mais que o passado é um “discurso sobre o passado


2. “A História dá respostas provisórias”.



3. “A história não é uma ciência e não pode esperar muito da ciência. Não explica nada e não tem método”. Paul Veyne

4 . Vivo sempre no presente. O futuro não o conheço. O passado,  já o não tenho. Bernardino Soares Livro do desassossego.

5. “José Matoso explica o decréscimo da importância da História s integrando-o nas vicissitudes das Ciências Sociais nas últimas décadas.
Depois de,  a seguir à 2ª Guerra Mundial, se ter esperado que as Ciências Sociais servissem de orientação “para uma nova estruturação da sociedade num mundo mais justo e menos conflituoso”, hoje, “desiludidos pelo escasso contributo que deram de facto para a emergência desse “maravilhoso mundo novo” que teima em se manter distante, pergunta-se se não é melhor abandoná-las e substitui-las por conhecimentos mais concretos e com uma incidência mais directa na preparação para a vida profissional”. José Matoso, A História no Ensino Básico e Secundário, APH, Opinião, 04.98.





6. A eco-história afirma que a humanidade vai sucumbir abafada.


7. O objectivo da disciplina de história é levar o aluno a decorar uma lista de conteúdos históricos.


8. "Mentem os historiadores? Isto pode produzir-se quando perseguem fins extracientíficos e vêem na história um instrumento de realização de necessidades práticas actuais. Adam Schaff, A objectividade da verdade histórica, História e verdade. p. 295, Ed. Estampa, 1977.





9.  “Outros ainda podem considerar o passado como uma forma de divertimento ou de preenchimento pessoal - uma área de mobiliário antigo, edifícios restaurados e saídas para ruínas pré-históricas.” Keith C. Barton

10. Na actualidade, assiste-se ao fim do sonho socialista que apostava num paradigma de desenvolvimento vindo já do iluminismo e que partia do princípio propagado por Rousseau de que o homem é naturalmente bom.
Até há bem pouco tempo o existencialismo cristão preconizava uma caminhada feliz para a humanidade. O homem parte do Alfa para o Ómega, defende Theihard Chardin.
Esta certeza abandona hoje a humanidade que entra numa crise de identidade, com dificuldade em responder à questão “Quem somos? Donde vimos? Para onde vamos?”



Um  P.P. multimédia dará resposta às questões colocadas no início e será o pontapé de saída a um documento final  - visual – (artístico) painel “Estamos a fazer a história”, onde se colocarão memórias pessoais e locais de tempos diversos. 

Para que raio serve a história? from Maria Gomes





                                                    A História, vista por Helena Cardoso