16 DE MARÇO
Esperança
Que mais inventar para te manter
Lágrimas
Quanta força para vos reprimir
Raiva
Como dar-te um sentido útil
Esperança
Que mais inventar para te manter
Lágrimas
Quanta força para vos reprimir
Raiva
Como dar-te um sentido útil
(
16 de Março de 74, golpe falhado das Caldas da Rainha)
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
CAXIAS
Estas paredes lisas nuas brancas
Quem ofendeu assim a brancura
Esta paisagem de rio e mar
No lugar do silêncio e da tortura
Quem ofendeu assim nosso olhar
E estes homens que não são homens
Mas o fel e a vergonha dos homens
Quem ofendeu assim o sol
- e quem poderá mais suportar
Março de 74
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
Estas paredes lisas nuas brancas
Quem ofendeu assim a brancura
Esta paisagem de rio e mar
No lugar do silêncio e da tortura
Quem ofendeu assim nosso olhar
E estes homens que não são homens
Mas o fel e a vergonha dos homens
Quem ofendeu assim o sol
- e quem poderá mais suportar
Março de 74
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
CINCO DIAS ANTES
Cidade de sombras de medos de mitos
Cidade que adormece num travesseiro
Com sumaúma de gritos
Cidade nossa cidade perseguida sitiada
Vigiada por bufos e pides
Escondida em cantos esconsos águas
Furtadas prédios devolutos
Cidade que dói cidade que chora
Cidade da esperança
Em que subterrânea se constrói
A força dos frutos a raiz da aurora
20 de abril de 1974
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
Cidade de sombras de medos de mitos
Cidade que adormece num travesseiro
Com sumaúma de gritos
Cidade nossa cidade perseguida sitiada
Vigiada por bufos e pides
Escondida em cantos esconsos águas
Furtadas prédios devolutos
Cidade que dói cidade que chora
Cidade da esperança
Em que subterrânea se constrói
A força dos frutos a raiz da aurora
20 de abril de 1974
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
Esta
é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
25 de Abril
Esta foi a 1ª hora
Agora todo o tempo é nosso
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
Como alguém disse: “Demorou tanto a chegar , não podemos deixá-lo partir”…
Esta foi a 1ª hora
Agora todo o tempo é nosso
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
Como alguém disse: “Demorou tanto a chegar , não podemos deixá-lo partir”…
POR NOSSA PÁTRIA
Minha pátria é a terra
É onde se luta bebe ama
Minha pátria é a terra
Mas é neste mar neste campo nesta serra
Que deito raízes à terra
e a voz da terra me chama
Ando a sofrer as dores do mundo inteiro
E sou duma pátria de sofrimento
Ando a sofrer as dores do mundo inteiro
mas é aqui ao lado de cada companheiro
que ao amor e à raiva me dou inteiro
vertical à luz do pensamento
E por nossa pátria livre eu vou cantar
Desfraldar a voz de poema em riste
Por nossa pátria livre eu vou bailar
Fazer o pino no ar
- homem de um povo que resiste
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
Minha pátria é a terra
É onde se luta bebe ama
Minha pátria é a terra
Mas é neste mar neste campo nesta serra
Que deito raízes à terra
e a voz da terra me chama
Ando a sofrer as dores do mundo inteiro
E sou duma pátria de sofrimento
Ando a sofrer as dores do mundo inteiro
mas é aqui ao lado de cada companheiro
que ao amor e à raiva me dou inteiro
vertical à luz do pensamento
E por nossa pátria livre eu vou cantar
Desfraldar a voz de poema em riste
Por nossa pátria livre eu vou bailar
Fazer o pino no ar
- homem de um povo que resiste
José Carlos de Vasconcelos, Poemas para a Revolução
Liberdade
Sérgio Godinho
Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.
Sérgio Godinho
Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.
https://www.youtube.com/watch?v=
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen, 'O Nome das Coisas'
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen, 'O Nome das Coisas'