No
século XIX pensou-se em isolar os pacientes da tuberculose num sanatório localizado numa zona de ares limpos. O
primeiro foi construído em Silelsia em 1859 por Hermann Brehmer. Em 1884, Edward
Livingston Trudeau criou o primeiro sanatório nos Estados Unidos. As pessoas
infectadas foram isoladas da sociedade e tratadas com cuidados especiais e nutrição melhorada.
Vacina
para a tuberculose
Nos
1880 Louis Pasteur inventou a vacina contra o antraz, a cólera de galinha, e
posteriormente da raiva. Em 1908, os cientistas Franceses Albert Calmette e
Camilo Guerin trabalharam o bacilo de Koch a fim de diminuir a virulência e aumentar a capacidade de produzir
a imunidade. Surgiu, então, a vacina BCG assim nomeado devido aos seus
fundadores. A BCG foi introduzida em 1921.
Tuberculose Hoje
Segundo
estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), dois bilhões de pessoas o
que corresponde a um terço da população mundial já teve contato com o agente
causador da tuberculose. Destes, oito milhões desenvolverão a doença e dois
milhões morrerão, a cada ano.
A
tuberculose pulmonar é a forma mais frequente e generalizada da doença. Porém,
o bacilo da tuberculose pode afetar também outras áreas do nosso organismo,
como, por exemplo, laringe, os ossos e as articulações, a pele (lúpus vulgar),
os glânglios linfáticos (escrófulo), os intestinos, os rins e o sistema
nervoso. A tuberculose miliar consiste num alastramento da infeção a diversas
partes do organismo, por via sanguínea. Este tipo de tuberculose pode atingir
as meninges (membranas que revestem a medula espinhal e o encéfalo), causando
infecções graves denominadas de "meningite tuberculosa".
Em
diversos países houve a ideia de que por volta de 2010 a doença estaria
praticamente controlada e inexistente. No entanto, o advento do HIV e da AIDS
mudaram drasticamente esta perspectiva. No ano de 1993, em decorrência do
número de casos da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado
de emergência global e propôs o DOTS (Tratamento Diretamente Supervisionado)
como estratégia para o controle da doença.
Sintomas de Tuberculose
Alguns
pacientes não exibem nenhum indício da tuberculose, outros apresentam sintomas
aparentemente simples que são ignorados durante alguns anos (ou meses).
Contudo, na maioria dos infectados com tuberculose, os sinais e sintomas mais
frequentemente descritos são:
tosse
seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro
semanas, transformando.se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue
cansaço
excessivo
febre
baixa geralmente à tarde
sudorese
noturna
falta
de apetite
palidez
emagrecimento
acentuado
rouquidão
fraqueza
prostração.
Os
casos graves de tuberculose apresentam:
dificuldade
na respiração
eliminação
de grande quantidade de sangue
colapso
do pulmão
acumulo
de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) - se houver comprometimento
dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.
Tuberculose em números
Actualmente,
a tuberculose continua um problema de saúde pública que afeta milhares de
pessoas todos os anos e continua a ser a segunda maior causa de morte por
doença infecciosa, a seguir ao vírus da imunodeficiência humana (VIH).
Declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma emergência mundial,
a tuberculose é uma doença contagiosa causada pela bactéria Mycobacterium
tuberculosis.
Transmite-se
por via aérea, afetando sobretudo os pulmões, mas pode atingir qualquer parte
do corpo. “A bactéria pode viver em
estado latente, não prejudicando a vida da pessoa. Apenas uma em cada dez
pessoas infetadas desenvolve a doença, explica Gil Castro, professor e
investigador no ICVS.
Hoje
apesar da doença ter tratamento e a maioria das mortes poder ser prevenida, a
mortalidade associada à tuberculose é ainda estimadamente de 1,5 milhões de
mortes e 9 milhões de novos casos em 2013, maioritariamente nos continentes
asiático e africano. No entanto, estima-se que 37 milhões de vidas tenham sido
salvas no século XXI.
As
metas definidas pela OMS propõem a erradicação da doença em 2050
Uma
nova preocupação surge com a prevalência da referida TB-MR, uma forma de
tuberculose resistente ao tratamento com antibióticos, cujos números
triplicaram nos últimos cinco anos a nível mundial. “A tuberculose é
habitualmente curável através de um tratamento de, pelo menos seis meses, mas a
TB-MR é mais difícil de tratar e, nos casos piores, incurável”, esclarece
Raquel Duarte.
Em Portugal
A
tuberculose tem vindo a diminuir . Os dados de 2014 apontam que, “pela primeira
vez desde que há registos”, Portugal ficou abaixo da barreira, tida como “linha
vermelha”, dos 20 novos casos por 100 mil habitantes. Portugal era, até ao
momento, o único país da Europa Ocidental com níveis de incidência de
tuberculose superiores a este valor, que corresponde ao limiar de baixa
incidência definido internacionalmente.
Os
dados provisórios notificados à DGS indicam 1940 novos casos de tuberculose em
2014, o que corresponde a uma redução da taxa de incidência dos 21,1 novos
casos por 100 mil habitantes registados em 2013 para os 18,7 casos. No entanto,
as directivas mais recentes da OMS apontam para uma redução do limiar de baixa
incidência para metade, o que coloca Portugal novamente como um país de
incidência intermédia.
O
relatório “Portugal no grupo dos 20 - centrar a atenção nos grandes centros
urbanos”, emitido por ocasião do Dia Mundial da Tuberculose (24 de Março)
revela que a doença continua a ser difícil de abordar pela “concentração nos
grandes centros urbanos” e pela associação a “grupos de risco”. “A crise
sócio-económica actual tem retardado os progressos no controlo da doença”,
declara Hélder Bastos. Os dados da DGS, que relacionam a incidência de
tuberculose com o desemprego, mostram que, por cada mil desempregados em cada
100 mil habitantes, se soma mais um caso desta doença.
Segundo
Raquel Duarte, a distribuição nacional é “muito assimétrica e prevalece
maioritariamente nos grandes centros urbanos”, dos distritos do Porto e Lisboa,
“que continuam a ter incidências superiores à média nacional”.
A
doença surge associada a vários factores de risco, como é o caso da infecção
por VIH, do alcoolismo e toxicodependência, de situações de imunossupressão ou
malnutrição e de doenças como a diabetes e o cancro. No entanto, na maioria dos
casos, “não há nenhum factor de risco conhecido, o que significa que a doença
continua a ser transmitida na comunidade”, diz Gil Castro.
Embora
tenham sido feitos avanços consideráveis, é ainda necessário um progresso e
investimento substanciais na investigação de métodos de prevenção, diagnóstico
e tratamento mais rápidos e eficientes.
A
tuberculose continua a ser temida pelo risco de contágio e estigmatizada pela
sua associação a factores sociais como a pobreza e mal-nutrição, a
toxicodependência e o alcoolismo, para além do VIH. “Em pleno século XXI, a
doença surge carregada de simbolismo e associada a vários mitos e estigmas
enraizados na sociedade”, relata Cátia Martins, autora de um estudo sobre a
perspectiva do doente de tuberculose em Portugal.
JÚLIO DINIS E A TUBERCULOSE
Joaquim Guilherme Gomes Coelho contraiu a tuberculose muito cedo.
Teve oito irmãos que faleceram de tuberculose. A mãe, também, foi vitimada pela mesma doença, quando Júlio Dinis tinha cerca de seis anos de idade. Ele próprio acabou por morrer de tuberculose.
A sua tese de licenciatura intitulou-se: "Da Importância dos Estudos Meteorológicos para a Medicina e Especialmente de Suas Aplicações no Ramo Cirúrgico". Para a levar a cabo precisou, certamente, do observatório existente na Escola Médico-Cirúrgica, a funcionar no Hospital de Santo António, que frequentava e que foi o primeiro existente no país.
Com este estudo pretendia pesquisar a influência de determinados tipos de clima na cura e prevenção de dores, em particular da tuberculose.
A sua tese de licenciatura intitulou-se: "Da Importância dos Estudos Meteorológicos para a Medicina e Especialmente de Suas Aplicações no Ramo Cirúrgico". Para a levar a cabo precisou, certamente, do observatório existente na Escola Médico-Cirúrgica, a funcionar no Hospital de Santo António, que frequentava e que foi o primeiro existente no país.
Webgrafia:
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tuberculose
- 13 de outubro de 2015
http://www.minhavida.com.br/saude/materias/3408-os-inconstantes-pacientes-de-tuberculose
- 13 de outubro de 2015
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/tuberculose-a-doenca-esquecida-que-ainda-ameaca-portugal-1691047
- 13 de outubro de 2015
Júlio Dinis e a tuberculose
António Guilherme Gomes Coelho contraiu a tuberculose desde cedo. A mãe morreu tuberculosa e todos os seus oito irmãos contraíram essa doença.
Como tese de licenciatura, António Guilherme escolhe como tema: "Da Importância dos Estudos Meteorológicos para a Medicina e Especialmente de Suas Aplicações no Ramo Cirúrgico ". Terá contribuído para este estudo o facto da Escola Médico Cirúrgica que funcionava no Hospital de Santo António possuir o primeiro observatório metereológico de Portugal.
Júlio Dinis e a tuberculose
António Guilherme Gomes Coelho contraiu a tuberculose desde cedo. A mãe morreu tuberculosa e todos os seus oito irmãos contraíram essa doença.
Como tese de licenciatura, António Guilherme escolhe como tema: "Da Importância dos Estudos Meteorológicos para a Medicina e Especialmente de Suas Aplicações no Ramo Cirúrgico ". Terá contribuído para este estudo o facto da Escola Médico Cirúrgica que funcionava no Hospital de Santo António possuir o primeiro observatório metereológico de Portugal.