sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Anja








A minha Anja sentou-se na cadeira
perto da minha cama.
Como a sua mão de luz
tocou-me os olhos e despertou-me.

A minha Anja veio visitar-me no sono
e mostrou-me por dentro os meus sonhos.
Veio com o seu véu de medusa
a esvoaçar perto do meu rosto.
A minha Anja moveu-me os seus lábios de ros
e revelou-me um segredo
que como uma brisa
refrescou a minha alegria.

A minha Anja está perto de mim
Como eu perto do mar
e as suas pequenas vagas
fazem mover o meu coração.
A minha Anja
a de hálito azul
trouxe-me o sorriso fresco das manhãs
e ensinou-me a cor confiante da espera.

A minha Anja deixou-me uma pena
da sua asa. Nela voarei
para colher o canto azul dos pássaros.


Nuno Higino, “A Anja de hálito azul”