A disciplina de História
predispõe-se para a utilização de dispositivos móveis?
A disciplina de História,
sobretudo a História da Arte, mas não só, dispõe de variados recursos
disponíveis através de dispositivos digitais ou do computador. É possível sem sair
da sala de aula ou de casa viajar por variados museus mundiais, ver a obra de
arte ou patrimonial em dimensões reais, por vezes 3D, enfim, aprender arte ou
outros assuntos como se estivéssemos no próprio local.
Outras aplicações
permitem fazer caminhadas interessantes, estilo caça ao tesouro que acho muito
enriquecedoras. Dou como exemplo a aplicação geocaching que existe para várias
localidades. Na escola onde estou relevo a geocaching Gondomar e a Geocaching
Porto. A rota Porto liberal traça uma trilha urbana bastante interessante que
permite fazer o percurso do liberalismo no Porto, quer se trate da implantação
do liberalismo, com a revolução de 24 de agosto de 1920 quer se trata das lutas
liberais e cerco do Porto, culminando na Igreja da Lapa, onde pode ser visto o
local onde está guardado o coração de D. Pedro IV.
A rota do românico é
extremamente interessante não só em visitas de estudo mas em trabalho de casa,
por exemplo, em ensino à distância. Este ano, os professores do 7º ano da minha
escola, operacionámo-la, cada um à sua
maneira.
Eu lancei o seguinte
desafio:
Vai a rota do românico:
http//www.rotadoromanico.com.pt
Podes descarregar a APP
para o teu telemóvel.
Lê a síntese das
características que acabaste de estudar. Faz uma pequena síntese.
Vai a Estaleiro e observa
os elementos românicos de um edifício.
A partir do que falamos
na aula síncrona e depois de observares bem o Estaleiro, completa a ficha que
anexo ( anexei à tarefa uma ficha de trabalho com as características do
românico).
Procura Serviço Educativo
e depois Maquetes. Escolhe uma das 58 ao dispor. Se tiveres impressora imprime.
Caso não tenhas, decalca do computador para o papel, ou tenta fazer uma das
mais simples (uma ponte, por exemplo) servindo-te da tua habilidade.
Descreve as
características do monumento escolhido. Bom trabalho!
Os alunos deram uma
resposta muito boa e fizeram as maquetes. Quem não tem impressora optou por
fazer uma ponte, já que é mais fácil de executar.
A minha inscrição na
oficina de formação “Aprendizagem ativa com recurso às TiC“ foi motivada pela minha convicção de que
precisaria de aprender novos métodos de atuação em sala de aula, mais
motivadores para os alunos e facilitadores para mim, numa altura em que a
disciplina que leciono exigirá que tenha que lidar com um número crescente de
turmas. A participação revelou-se muito
gratificante porque serviu de real incentivo a utilizar em sala de aula, e fora
dela, ferramentas normalmente afastadas desse local, mas que fazem com que os
alunos se sintam mais motivados a aprender, já que podem fazê-lo com os meios
que normalmente usam para comunicar, informar e divertir, desde que bem
supervisionados. Permitiu, também, refletir sobre métodos como a sala de aula
invertida, extremamente interessante embora de difícil ou mesmo impossível
aplicação no meio em que leciono, ou apenas pontualmente, já que poucos alunos
mostram disponibilidade para trabalhar em casa e depois tirar dúvidas ou
aprofundar em sala de aula. De qualquer forma, esta metodologia, tal como a que
se baseia no trabalho por problemas ou projetos parece-me muito mais
informadora de competências e capacidades necessárias à vida real do que a
simples aprendizagem mais ou menos passiva e avaliada através de testes. A
própria oficina foi organizada segundo estes princípios, já que pudemos dispor
na plataforma moodle de bons emaze tutoriais que nos levaram a aprender em casa
e a tirar as dúvidas nas sessões práticas. Desta maneira, nesta ação, encontrei
o clima ideal para tomar contacto e aprender a lidar com software necessário à
viabilização de aulas, que poderei operacionalizar, embora sem grandes voos de
inovação, baseando-se, quase só, no método expositivo moderno, se poderão
tornar mais capazes de obter feedback das aprendizagens, em pouco tempo, e
operacionalizar paragens na exposição dialogada, proporcionando aumento de
concentração, superação das dúvidas e a colmatação das aprendizagens não
interiorizadas. A panóplia de novas possibilidades apresentada será,
certamente, uma via a executar, de forma paulatina, no futuro, de forma a
concretizar aulas mais participantes por parte dos alunos singulares, em
pequeno ou grande grupo de forma a centrar as aprendizagens nos seus
interesses.
Esta ação terá certamente
um enorme impacto na minha prática docente, já que tendo experimentado o
Kahoot, não em situação de aula mas de comemoração e consolidação de
conhecimentos, experienciei uma maior concentração de uma turma que é
extremamente difícil de se focar nas matérias letivas. A “caça à mensagem dos
espiões” com Qr Code operacionalizada obteve, também, um resultado
entusiasmante. Esta realidade, passada na Biblioteca da nossa escola, foi
sentida pelo próprio diretor de turma deste grupo e pela professora que dá
apoio dentro de sala de aula a um aluno autista que estavam espantados com o
clima de entrega à tarefa gerado. Nas outras turmas, a responsabilidade
evidenciada na elaboração de perguntas para o Kahoot, a execução do filme, a
partir de endereços disponibilizados pela professora, funcionou como uma
verdadeira sala de aula invertida, já que os alunos, depois de executado o
Kahoot e sabidos os resultados, puderam tirar as dúvidas que ainda subsistiam
e, desta forma, conseguir uma aprendizagem mais consolidada. O uso do plickers,
numa das turmas, permitiu, também, fazer uma revisão rápida da Revolução
Soviética e dar resposta às aprendizagens mais difíceis de consolidar. O uso do
quizizz e incursão no emaze, que acabou por não ser usado em situação de comunicação,
já que atendendo ao público alvo, preferi maior simplicidade e focagem no tema,
abriram novos caminhos a explorar no futuro. Outras práticas foram muito pertinentes como
o uso do ZipGrade, mais tarde subsistituído pelo GradeCam, devido à descontinuidade de fornecimento do sftware para a Europa, por permitirem obter o rápido feedback da aprendizagem de cada
aluno, facilitando o auxílio imediato a quem não esteja a interiorizá-la. Estas
ferramentas digitais utilizadas em sala de aula facilitam a dinamização de
aprendizagens em que os alunos se organizem em trabalho cooperativo, negociando
entre eles as decisões e apresentações aos outros grupos, planeando, também, a
avaliação das aprendizagens obtidas. Pelo lado dos professores, as tecnologias
digitais facilitarão o trabalho interdisciplinar de projetos. A partilha de
materiais produzidos permitirá a facilitação do trabalho individual e a melhor
concretização de um verdadeiro trabalho mais fraterno, que tenho a sorte de ser
e poder continuar a ser praticado na minha escola.
Esta oficina decorreu de
forma muito prática, como já disse atrás, como uma verdadeira aula invertida.
Teve a virtude de nos pôr a experimentar a teoria na prática do computador e
assim nos entusiasmar para implementar novo tipo de aulas. É evidente que a
internet tinha falhas e os computadores/ projetor nem sempre funcionaram como
deviam, prática que existe, também, nas nossas escolas, mas desta forma,
pudemos consciencializar-nos para a necessidade de termos sempre um plano B,
caso a tecnologia falhe.