terça-feira, 15 de junho de 2021

Santo António

 

Lenda de Santo António na rota do românico


Marmoiral de Sobrado


 



O Marmoiral de Sobrado, em Castelo de Paiva, liga-se a uma lenda de Santo António. "Reza a lenda que vivia ali perto Martim, um descendente dos Bulhões. Este, apaixonou-se por Maria Teresa Taveira, mas o pai exigiu que Martim fosse à guerra antes de casar com a filha. Na guerra foi capturado pelos Mouros. Entretanto, o pai de Maria faleceu e esta começou a pressionada para casar com o muito rico D. Fafes.

 “Entretanto, o capelão daquela zona sabendo o que tinha acontecido negociou com os Mouros a libertação de D. Martim. Este, na esperança de recuperar a amada, travou um duelo com D. Fafes, do qual saiu vencedor, acabando por casar com Maria Taveira. Diz a lenda que D. Martim mandou construir um Marmoiral, onde estão gravadas as espadas em memória deste momento. Trata-se do Marmoiral de Sobrado. Aqui surge a grande curiosidade: Martim de Bulhões casou com D. Maria e tiveram um filho: Fernando de Bulhões, conhecido como Santo António de Lisboa", explica Joaquim Costa.” Rota do românico.

 Memoriais e Marmoiral que podem ser visitados a qualquer momento. Fica uma sugestão: a Rota do Românico organiza programas turísticos que podem ser de um, dois ou três dias. Também é possível criar um programa personalizado. Encontra todas as informações na página da internet da Rota do Românico.

 Santo António ou Fernando António de Bulhões, nasceu em Lisboa, a 15 de agosto de 1195. Era filho do  nobre e rico de Martinho de Bulhões, oficial do exercito de Dom Afonso e de Tereza Taveira. Fez a sua formação inicial com  os cónegos da Catedral de Lisboa.

 Aos 19 anos entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho, contra a vontade de seu pai, onde permaneceu dois anos, dedicando-se ao estudo e oração. Depois foi transferido para Coimbra, onde ficou 10 anos e lá foi ordenado sacerdote, distinguindo-se pelo dom da palavra, na pregação.  

 Em Coimbra o Padre António conhece os freis franciscanos, e entusiasmando-se pelo fervor e pureza com que estes viviam o Evangelho, torna-se Frei António, mudando-se para o mosteiro de São Francisco de Assis.

 Entretanto, Santo António faz o pedido de ir para o Marrocos pregar o evangelho. Na viagem, a meio do caminho, porém, Frei António fica muito doente e é forçado a voltar para Portugal. No entanto, na viagem de regresso, o barco é desviado para Itália, terminando por parar na Sicília, em um grande encontro de mais de 5 mil frades franciscanos chamado Capítulo das Esteiras. Lá, António conhece pessoalmente São Francisco de Assis.

 A luz deve brilhar para todos

Após conhecer São Francisco, Frei António passa 15 meses como um eremita no monte Paolo. São Francisco nota os dons de que era possuído e dirige-se-lhe como  “Frei António, meu Bispo” e encarrega-o da formação teológica dos irmãos do Mosteiro.

No capítulo geral da ordem dos franciscanos, é decido que Francisco vá a  Roma para tratar de assuntos da ordem com o Papa Gregório IX, que impressionado com sua inteligência e eloquência, nomeia-o de Arca do Testamento.

Mais tarde, São Francisco nomeia-o  primeiro leitor de Teologia da Ordem. Em seguida, mandou-o estudar teologia para ensinar os alunos e pregar ainda melhor. Chegavam a juntar-se  mais de 30 mil pessoas para o ouvir  pregar, e muitos milagres aconteciam. Após a morte de São Francisco, foi enviado a Roma para apresentar ao Papa a Regra da Ordem de São Francisco.

 Santo António e o povo

 É considerado o protetor das coisas perdidas, dos casamentos e dos pobres, daí o costume de no seu dia, em algumas igrejas que lhe são dedicadas, ser distribuído um pão aos pobres, “o pão de santo António” ou “pão dos pobres”

 Como santo milagreiro, fez muitos ainda em vida. Durante as suas pregações nas praças e igrejas, muitos cegos, surdos, coxos e muitos doentes ficavam curados. Redigiu, ainda,  os Sermões, tratados sobre a quaresma e os evangelhos, que estão impressos em dois grandes volumes de sua obra.

 Santo António morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso mesmo, é conhecido também como Santo Antônio de Pádua. 

 Os meninos da cidade logo saíram a dar a notícia: o Santo morreu.

Em Lisboa, diz-se que  os sinos das igrejas começaram a repicar sozinhos e só depois o povo soube da morte do Santo. É, também, chamado de Santo Antônio de Lisboa, por ser sua cidade de origem.

 Devoção a Santo António

Devido aos milagres acontecidos após a sua morte, onze meses depois, foi beatificado e canonizado pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto, em 30 de maio de 1232, sendo o processo mais rápido da história da Igreja. Quando seu corpo foi exumado, a sua língua estava intacta. São Boaventura estava presente e disse que esse milagre era a prova de que sua pregação era inspirada por Deus. Está exposta na Basílica de Santo António na cidade de Pádua. 

Em 1934 foi declarado Padroeiro de Portugal.

Em 1946 foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII.

Oração  a Santo António

“Meu querido Santo António dos mais carinhosos, o vosso ardente amor a Deus, as vossas sublimes virtudes e grande caridade para o próximo, vos mereceram durante a vida o poder de fazer milagres espantosos. Nada vos era impossível senão deixar de sentir compaixão pelos que necessitavam da vossa eficaz intercessão. A vós recorremos e vos imploramos que nos obtenhais a  graça especial que nesse momento pedimos. Ó bondoso e santo taumaturgo, cujo coração estava sempre cheio de simpatia pelos homens, segredai as nossas preces ao Menino Jesus, que tanto gostava de repousar nos vossos braços. Uma palavra vossa nos obterá  as mercês que pedimos.

 Entre o povo é costume recorrer ao Santo, quando se perde alguma coisa. É preciso ler o responso sem nenhum engano. Diz a crença que se não houver engano, o objeto perdido, será recuperado.

 Responsório de Santo Antônio.

Se milagres desejais

Recorrei a Santo Antônio

Vereis fugir o demônio

E as tentações infernais.

Recupera-se o perdido

Rompe-se a dura prisão

E no auge do furacão

Cede o mar embravecido.

Pela sua intercessão

Foge a peste, o erro a morte

O fraco torna-se forte

E torna-se o enfermo são.

Todos os males humanos

Se moderam e retiram

Digam-no aqueles que o viram

E digam-nos os paduanos.

Rogai por nós Santo António, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.