O
Solar de Montezelo ostenta na porta a data de 1636. Acabou por ir parar à
família Rangel Pamplona. João Tomás de Araújo Rangel e Castro é referido como
“fidalgo da Casa de sua Majestade” casou com Josefa Leonarda de Mesquita
Pereira e tiveram os seus filhos em Fânzeres. Esta senhora foi enterrada na
capela mor de Fânzeres, lugar destinado às pessoas importantes, neste tempo em
que os indivíduos eram enterradas dentro da igreja ou no adro, conforme a
posição. Outra pessoa de destaque desta família, foi Joaquim de Araújo Rangel
Pamplona, natural do Porto, que faleceu, em Fânzeres e está sepultado na capela
de Montezelo. Foi poeta e escritor, coronel agregado ao regimento de milícias
da Maia. Publicou “Os meus versos”. Foi signatário da Convenção de Évora Monte
por parte dos derrotados miguelistas. Por casamento, os Pamplona acabam por se
ligar aos Van Zeller, importante família portuense (uma das que fundou a
sociedade que construiria o Palácio de Cristal). Estes mostram-se grandes
dinamizadores da modernização agrícola de Montezelo, para o que recorrem ao
crédito bancário.
Foi palco de muitos retiros da JOC e de outras cerimónias
No entanto, a casa acaba por ser vendida a a Fanzerenses e cair no abandono, até que em 1981, Alexandre Rangel Pamplona compra-a de novo e transmite-a à filha Margarida.
O portão possui o brasão dos Araújos Rangel (talvez do século XVIII)
No interior há uma tapeçaria com o mesmo brasão. O símbolo da esquerda dos Araújo Rangel é uma aspa azul com cinco basantes bordados a ouro sobre o fundo de prata. À direita, as romãs lembram a origem da família. ( já que ramos de romãzeira teriam protegido os seus familiares em tempo da reconquista cristã contra os mouros).
O Solar continha uma varanda de pedra e escada. As casas, cinco salas para poente “com janelas de peitoril e assentos de pedra. A nascente, possuía três salas com seus quartos e cozinha. Contava, ainda, com lojas grandes, um pátio com suas portas fronhas (típicas das casas de lavoura); cortes de gado, eira, poço e quinteiro. As oliveiras forneciam o azeite que a casa necessitava. Um jardim alegrava o ambiente e a ramada dava sombra e o vinho. Possuía, ainda murtas, limoeiro, uma devesa com pinheiros, sobreiros e carvalhos, laranjeiras, castanheiros e “árvores com vides”. Nos campos de cultivo semeava-se centeio e algum milho. A água para a rega vinha do monte da Cavada.
Fina d´Armada crê que Júlio Dinis teria estadeado aqui, já que há uma descrição na Morgadinha dos Canaviais que corresponde a uma paisagem que ainda hoje pode ser observada em Montezelo.
Foi palco de muitos retiros da JOC e de outras cerimónias
No entanto, a casa acaba por ser vendida a a Fanzerenses e cair no abandono, até que em 1981, Alexandre Rangel Pamplona compra-a de novo e transmite-a à filha Margarida.
O portão possui o brasão dos Araújos Rangel (talvez do século XVIII)
No interior há uma tapeçaria com o mesmo brasão. O símbolo da esquerda dos Araújo Rangel é uma aspa azul com cinco basantes bordados a ouro sobre o fundo de prata. À direita, as romãs lembram a origem da família. ( já que ramos de romãzeira teriam protegido os seus familiares em tempo da reconquista cristã contra os mouros).
O Solar continha uma varanda de pedra e escada. As casas, cinco salas para poente “com janelas de peitoril e assentos de pedra. A nascente, possuía três salas com seus quartos e cozinha. Contava, ainda, com lojas grandes, um pátio com suas portas fronhas (típicas das casas de lavoura); cortes de gado, eira, poço e quinteiro. As oliveiras forneciam o azeite que a casa necessitava. Um jardim alegrava o ambiente e a ramada dava sombra e o vinho. Possuía, ainda murtas, limoeiro, uma devesa com pinheiros, sobreiros e carvalhos, laranjeiras, castanheiros e “árvores com vides”. Nos campos de cultivo semeava-se centeio e algum milho. A água para a rega vinha do monte da Cavada.
Fina d´Armada crê que Júlio Dinis teria estadeado aqui, já que há uma descrição na Morgadinha dos Canaviais que corresponde a uma paisagem que ainda hoje pode ser observada em Montezelo.
Possui uma Igreja dedicada a Nossa Senhora
da Conceição de influência barroca, datada de 1703. Destaca-se à entrada uma
pia de água benta . O interior tem uma só nave, possui um altar de talha
policromada . O nicho central dedicado a Nossa Senhora da Conceição (original)
é separado das imagens do Senhor dos Passos e de S. João por duas colunas
salomónicas de tom castanho. Outras colunas semelhantes rematam o altar,
lateralmente. Conta, ainda, com um pequeno coro de madeira. O chão é forrado
por quatro lajes de ardósia negra que cobrem os túmulos de familiares dos
proprietários. A
fachada é rematada por um frontão triangular interrompido ao longo de pilastras.
No centro possui um sino integrado num arco vazado. É rematada, lateralmente, por
dois pináculos. Por cima da porta possui um óculo que ilumina o coro. À direita
da porta da entrada, vê-se uma cruz de pedra que integrava a Via Sacra de
Montezelo.
Fonte:
Fina d´Armada e outros, Monografia da Vila de Fânzeres, Junta de Fânzeres, 2005; Maria de
Fátima Gomes, Temendo a Morte, Alguns
aspetos da vida em Gondomar, Porto, FLUP, 1996
Excerto
do Artigo de opinião do Filósofo José Gil, na Visão. intitulado "O roubo
do Presente".
http://jardimdasdelicias.blogs.sapo.pt/85090.html